O grande “clássico” entre Benfica e FC Porto está aí à porta. Este domingo, o líder recebe o segundo classificado, separados por apenas um ponto, numa partida transcendente para as contas finais da Liga NOS. Se os “encarnados” vencerem, o pentacampeonato ficará mais perto. Se os “dragões” levarem a melhor, recuperam a liderança que foi sua durante quase toda a temporada, fruto de uma carreira meritória e regular. Quem levará a melhor? O Benfica, que está a atravessar o melhor período da temporada, ou o FC Porto, mais regular durante mais tempo?
Confira o comparativo colectivo entre Benfica e Porto (link)
Ninguém sabe a resposta, mas podemos olhar para os números do desempenho das duas equipas até aqui, para ajudá-lo a formar um prognóstico. A análise colectiva cabe noutra peça, onde detectámos que a superioridade portista em diversos momentos do jogo se esbateu ao longo do campeonato, para se registar, agora, um equilíbrio estatístico assinalável. Por aqui vamos olhar para alguns duelos individuais por sectores, de jogadores que ocupam as mesmas posições e que esta temporada têm estado em destaque. Poderá passar por eles a decisão do “clássico”, pelo que olhamos para as forças e fraquezas de cada um em confronto directo. Cinco duelos que poderão decidir o futuro da Liga. E começamos pelas balizas.
O “rookie” e a lenda

- Já muito se falou sobre Bruno Varela e Iker Casillas, sobre o peso de cada um nas suas equipas. A experiência do espanhol tem sido fundamental e o seu regresso à titularidade, após alguns meses preterido, parecia uma inevitabilidade. E foi o que aconteceu. O facto é que o “dragão”, com Iker na baliza (16 jogos), não sofreu golos em dez desafios. Bem melhor que as 11 “clean sheets” de Bruno Varela em 24 encontros.
- O guardião português não consegue superar o espanhol nas principais variáveis, ficando atrás nas defesas por 90 minutos, na percentagem de remates enquadrados defendidos e na eficácia de saídas pelo ar (apesar de se equivaler no número destas acções), como pode conferir no comparativo acima.
- Bruno Varela iguala Iker nas defesas a soco e saídas pelo solo eficazes, o que mostra algo curioso: se o espanhol era conhecido desde os tempos do Real Madrid por o seu ponto forte não ser as bolas pelo ar, o português consegue fazer pior.
- Já há um ano, Casillas foi fundamental na Luz, no empate 1-1 entre as duas equipas. E, olhando para os números, é legítimo afirmar que o espanhol poderá ser peça decisiva, ou não fosse um guarda-redes ainda sem qualquer erro resultante em golos na Liga NOS 2017/18. Bruno Varela soma já três.
Energia espanhola, perigo brasileiro

- Duas das coqueluches das equipas em confronto são os seus laterais-esquerdos. Ambos têm estado em bom plano esta temporada, com especial destaque para o portista Alex Telles. Já escasseiam adjectivos para descrever a temporada do brasileiro, que apresenta, nesta altura, um rating muito acima da média (6.78).
- Telles arrasa Grimaldo (e toda a concorrência, diga-se) nas assistências, sendo o jogador com mais passes para golo na Liga (11). O portista é também imbatível nos passes para finalização, registando 3,3 a cada 90 minutos, para 1,4 do espanhol.
- O benfiquista destaca-se noutros pormenores, como na eficácia de cruzamentos, dribles eficazes (1,5 p/ 90m) e desarmes (2,6, para os 2,2 de Telles). Mas apesar desta maior preponderância defensiva, o “dragão” consegue mais intercepções por 90 minutos que a “águia”.
- Quanto a golos, ambos equiparam-se, pois o brasileiro soma dois, para um do espanhol. Mas a diferença entre este futebolistas está mesmo na capacidade por portista em criar golos para os companheiros de equipa. Algo que os dois treinadores terão, certamente, em conta.