Salvo qualquer reviravolta inesperada, a corrida ao título da Liga NOS 16/17 parece estar confinada a Benfica e FC Porto. Com 11 jornadas por disputar, e com um clássico ainda pelo caminho, é chegada a hora de aferir o que separa “águias” e “dragões” para lá do (actual) ponto na tabela classificativa. Eis o barómetro:
Para quem nos acompanha desde o início da temporada, as diferenças entre os candidatos não serão grande surpresa, sobretudo face ao ponto de situação que efectuámos no final da primeira volta.
“Dragão” ainda tenta cobrir o défice
Ainda assim, sobressai claramente o mais importante: a eficácia diante da baliza. Sendo certo que o “dragão” se apresenta mais certeiro nos últimos tempos, com “Tiquinho” Soares como personificação de um inesperado (tendo em conta o seu histórico) acerto com as redes contrárias, a recuperação não permitiu ainda ao FC Porto recuperar do acentuado défice de concretização que evidenciou durante boa parte da época. Os números não enganam: os “dragões” já criaram nada menos do que 51 ocasiões flagrantes de golo na Liga, contra apenas 29 do Benfica. Sucede que os “encarnados” aproveitaram 55% das ocasiões claras de golo de que dispuseram, enquanto os “azuis-e-brancos” se ficaram pelos 41%. Importa salientar, contudo, que este aproveitamento era bem inferior antes da viragem do ano.
Num barómetro em que o que aproxima os candidatos é naturalmente bem mais evidente do que aquilo que os separa, destaca-se também a evidência de um FC Porto que deixou em definitivo o tiki-taka que Lopetegui em tempos instalou: os portistas não se importam agora de ceder maior tempo de bola aos rivais (foram durante dois anos a equipa com mais posse da Liga, agora são a terceira), como sucedeu na recepção ao Sporting, se a isso se traduzir em oportunidades de lançar contra-ataques mais directos rumo ao evento principal do jogo e cuja consumação os separa da ambicionada liderança: o golo.
Benfica sob o signo do equilíbrio
O Benfica pode não estar tão generoso quanto foi obrigado a ser pelo Sporting na última época, mas, ainda assim, mantém o registo equilibrado que justifica a margem mínima: mais concretizador na frente e mais eficaz na hora de travar remates, mesmo tendo em conta que a melhor defesa da prova alinha este ano na cidade invicta: o FC Porto não só sofreu menos dois golos, como sobretudo permitiu menos 19 remates enquadrados que o Benfica nas 23 jornadas decorridas.