Benfica 🆚 Rio Ave | Águia dá show antes do clássico

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FESTIVAL de golos na Luz. Benfica e Rio Ave protagonizaram um dos melhores jogos na presente edição do Campeonato. Além seis golos (quatro para os lisboetas e dois para os vila-condenses), houve momentos de futebol total, falhanços incríveis (Jhonatan que o diga), “tentos” que ficaram por marcar e uma exibição convicente das águias, que vão visitar o Dragão na próxima jornada na liderança da competição.

Mesmo com cinco alterações no onze que defrontou na última quarta-feira o PSG, a formação de Schmidt, que fez uma das melhores exibições da temporada, soube dar a volta a uma situação adversa logo no começo da partida, ligou o turbo e somou o 14.º triunfo em 16 partidas. Os visitantes surgiram revigorados na etapa final e conseguiram reduzir a diferença no “placard” com um grande golo de Guga. Ramos bisou, Jhonatan marcou na própria baliza e Musa estreou-se a marcar. Fábio Ronaldo fez o primeiro golo no duelo deste sábado.

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Vendaval ofensivo, erros meus

Electrizante. Foi a um ritmo alto que decorreu a primeira metade. O Benfica deu o primeiro aviso com Ristic, mas segundos depois num raide supersónico, Yakubu Aziz assistiu, Fábio Ronaldo finalizou um contra-ataque perfeito dos “rioavistas” e abriu a contagem na primeira vez que os forasteiros chegaram à baliza contrária. As águias não perderam o norte e foram em busca do prejuízo. O minuto 13 foi de sorte para os anfitriões e à sexta tentativa, Gonçalo Ramos empatou e concluiu um excelente desenho que contou com os contributos decisivos de João Mário e de Enzo Fernández.

A pressão alta dos encarnada continuava, o Rio Ave – pouco agressivo no momento da recuperação pós-perda da posse e dando demasiados espaços nos três corredores, com demasiados “buracos” entre linhas e nos flancos – não conseguia sustê-la e foi sem surpresas que chegou o 2-1. Um erro crasso de Jhonatan, que dominou da pior forma um passe de Baeza, redundou num auto-golo… digno dos apanhados.

Os da casa baixaram a carga, mas continuaram a dominar as incidências, sempre com Enzo no comando das operações e com João Mário a ditar os ritmos. Jhonatan redimiu-se no espaço de quatro minutos (dos 33’ aos 37’) com quatro defesas, mas apenas adiou aquilo que viria a ser o 3-1: Gonçalo Ramos com um excelente domínio atirou de primeira e ampliou a vantagem, já em período de descontos.

Grande assistência de Enzo. O médio argentino era o MVP ao descanso com dois remates, uma assistência, três ocasiões flagrantes criadas, seis passes para finalização, quatro de ruptura e nenhum passe falhado. Foram 71 realizados e 71 acertados, entre os quais sete passes longos, sete super aproximativos, oito aproximativos e um GoalPoint Rating de 8.5

Ao intervalo, Schmidt “poupou” Enzo e Ramos e deu apostou em Florentino e em Musa e foram os vila-condenses a dar o mote neste período, mesmo sem criarem grandes lances de perigo, rondaram a baliza de Vlachodimos e tiveram até aos 56’ três cantos, mas do que em toda a primeira parte. Porém, um remate de Draxler (56’) acordou as águias que voltaram a intensificar a pressão, passaram a recuperar a bola mais perto do alvo adversário e viram Musa ampliar (ainda mais) a vantagem à passagem do minute 62 culminando um excelente desenho em que participaram João Mário (na condução), Draxler (na abertura) e Ristic (na assistência). Foram o “tento” número 40 dos “encarnados” nas 16 partidas oficiais desta época.

Os donos da casa voltaram a ser perdulários na finalização aos 69’, 77’ 81’ e 85’ e o Rio Ave ainda voltou a colorir o marcador, por intermédio de Guga com um golaço. Foi o décimo triunfo consecutivo Benfica perante o Rio Ave, que fora de casa nesta edição da Liga Bwin contabiliza um desaire e três empates.

[ Ristic mostrou-se como opção, para Schmidt e sobretudo para Otamendi, na hora do passe ]

MVP GoalPoint: Enzo Fernández 👑

Começam a faltar os adjectivos para descrever as exibições do argentino. 6, 8 ou 10, Enzo é multifunções que teima em fazer quase tudo bem. É quem dita os ritmos, pauta o jogo quando tem de o fazer, aumenta a rotação quando é necessário, assiste, arrisca o remate, pressiona, ataca e defende. Em suma, o “box-to-box” que Bruno Lage tanto reclamou e nuca teve, que Jorge Jesus também quis e não chegou e que encaixa na perfeição no perfil preconizado por Roger Schmidt. Neste sábado, precisou de apenas 46′ em campo para ficar com o título de MVP graças dois remates (um enquadrado), três ocasiões flagrantes criadas, seis passes para finalização, quatro passes de ruptura, uma eficácia de 100% nos 71 passes que fez, orquestrou 77 acções com a bola e obteve um GoalPoint Rating de 8.5.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Benfica

João Mário 8.2

É um dos jogadores mais importantes neste Benfica e voltou a demonstrá-lo com uma exibição plena de argumentos: um remate, uma assistência, seis passes para finalização, quatro cruzamentos, 80 acções com a bola (quatro na área adversária), apenas três passes falhados em 51 (94% de eficácia), quatro dribles eficazes em seis e sete recuperações. Não tivesse acumulado dois maus controlos de bola e a nota teria sido ainda mais elevada.

Gonçalo Ramos 8.0

Fez o terceiro bis esta época e leva seis golos nas oito jornadas em que foi utilizado. Ao todo, são 15 partidas oficiais, dez tiros certeiros e três assistências. Actuou apenas na primeira parte e realizou oito remates (metade foram enquadrados), dois golos, 23 acções com a bola, sendo que nove foram na área do Rio Ave.

Gilberto 7.4

De volta ao onze, esteve em foco com dois “tiros”, quatro passes para finalização, três cruzamentos, seis passes aproximativos, 112 acções com a bola (máximo na partida), três conduções aproximativas, duas acções defensivas no meio-campo oposto e três passes/cruzamentos bloqueados. Um bom problema para Schmidt, ter duas soluções de alto rendimento para o corredor.

Ristić 7.2

Outra das novidades na equipa inicial, o sérvio esteve em óptimo plano substituindo Grimaldo. Vertical, atacou bem a profundidade e trouxe acutilância no corredor canhoto. Dos seus números, realce para dois remates, uma assistência, quatro passes para finalização, oito cruzamentos, cinco passes aproximativos, seis passes aproximativos recebidos, 101 acções com a bola, quatro conduções aproximativas, duas intercepções e três passes/cruzamentos bloqueados.

Diogo Gonçalves 7.0

Desviado para o flanco esquerdo para accionar as diagonais para a zona central, fez um bom jogo. Enquadrou metade dos seis remates efectuados, chegou aos dois cruzamentos, seis passes aproximativos, quatro conduções aproximativas e obteve seis acções com a bola na área adversária.

Musa 6.6

Estreou-se a marcar num lance pleno de oportunismo. Gizou dois remates, recebeu dois passes aproximativos, tendo ainda sofrido dois desarmes.

António Silva 6.4

Continua a não ter uma avaliação abaixo da casa da casa dos 6. No ataque, arriscou dois remates, um cruzamento e falhou três passes de risco. Em termos defensivos, atingiu os cinco desarmes, duas intercepções e três alívios.

Ausrnes 6.2

Boa partida do norueguês. Muito tranquilo com a bola (cinco passes falhados 96 feitos), leu bem o jogo e demonstrou entender-se bem com Enzo, quando actuou mais recuado, e com Florentino, subindo uns metros no terreno. Concluiu com êxito os dois passes longos tentados, obteve 105 acções com o “esférico”, oito recuperações de bola e acumulou seis ações defensivas.

Draxler 5.9

Titular, actuou na função 10. Vai ganhando embalagem e contabilizou nos 94′ de jogo um remate, três passes para finalização, três passes aproximativos, seis passes aproximativos recebidos, 48 acções com a bola, duas recuperações de bola, sete perdas da posse, consentiu dos desarmes e um mau controlo de bola.

Destaques do Rio Ave

Josué Sá 6.0

Foi o melhor elemento do Rio Ave com um passe para finalização, nove passes aproximativos, levou a melhor nos dois duelos aéreos defensivos que protagonizou, quatro recuperações de bola, quatro desarmes e dois remates bloqueados.

Guga 5.4

Formado no Seixal, apontou um grande golo. Além de dois remates, acumulou outros tantos passes de risco falhados, cinco passes aproximativos, 50 acções com a bola e quatro conduções aproximativas.

Samaris 4.6

Bastante aplaudido no regresso à Luz (não escondeu a emoção antes do apito inicial e quando foi substituído), o grego teve na folha de serviços um remate, dois passes de risco, três passes aproximativos, seis recuperações de bola e sete perdas da posse.

Jhonatan 4.5

Teve uma má abordagem e apontou um auto-golo que resultou no 2-1 para o Benfica. Falhou três dos 13 passes tentados e realizou um par de defesas cruciais, foram sete no total e evitou cinco golos (defesas xS).

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.