Benfica 🆚 Sporting | Leão revira águia e faz a festa 🏆

-

O Sporting conquistou a sua quarta Taça da Liga, Rúben Amorim a terceira e consecutiva. A vítima desta feita foi o Benfica, que já havia caído aos pés do “leão” em Dezembro. Desta feita, em Leiria, os “encarnados” ameaçaram mudar a tendência recente, marcaram primeiro, por Everton, mas foram desaparecendo progressivamente, perante a grande variedade de soluções tácticas da formação leonina, que se sabe adaptar a adversidades, corrigir posições e processos, mudando peças com facilidade e efeitos visíveis e práticos. Gonçalo Inácio e Pablo Sarabia assinaram a reviravolta que a todos pareceu natural, dado o andamento do jogo.

GoalPoint-Benfica-Sporting-Taca-da-Liga-202122-Ratings
Clique para ampliar

Jogo intenso em Leiria

Primeira parte quente, muito competitiva e intensa, com muitos duelos físicos e tentativa de empregar velocidade ao jogo, de parte a parte. Prova disso as 24 faltas cometidas nos primeiros 45 minutos, dez do Benfica, 14 do Sporting. Os “leões” ocuparam sempre melhor os espaços, dando boas linhas de passe e segurando muitas segundas bolas, o que beneficiou também a qualidade do passe, pelo que atingiram o descanso com 64% de posse e sete remates, dois enquadrados. A tentativa de lançar o perigo nas costas da defesa benfiquistas foi resultando amiúde, com Pedro Gonçalves a interpretar bem os lances, mas a defesa benfiquista foi reagindo a preceito.

Mesmo com menos bola e dificuldades em criar perigo perante a organizada defesa sportinguista, os “encarnados” foram a única equipa a marcar na etapa inicial, com Everton (22′) a “fuzilar” autenticamente Adán com o seu pior pé (o esquerdo), após receber de Álex Grimaldo e trabalhar bem sobre Luís Neto. Dois remates, um enquadrado, um golo. O “leão” chegou ao intervalo com 18 acções na área contrária, contra quatro das “águias”, e Jan Vertonghen era o MVP, com rating de 6.5, com destaque para dois bloqueios de remate.

Parecia que o Benfica entrava mais afoito no segundo tempo, mas foi o Sporting a marcar, aos 50 minutos. Canto da esquerda de Pablo Sarabia e Gonçalo Inácio saltou mais alto que toda a gente para cabecear com êxito, no primeiro disparo da etapa complementar. E a verdade é que o “leão” passou a controlar o meio-campo e todo o jogo, com trocas de bola pacientes, a chamar as “águias” e a lançar a bola para as costas da defesa contrária em rápidas mudanças de ritmo.

Aos 73 minutos, Paulinho acertou em cheio na barra, ameaçando o Sporting o segundo da noite para as suas cores, que acabaria por surgir aos 78 minutos. Em mais uma bola longa, Sarabia apareceu isolado frente a Odysseas e atirou a contar. Adivinhava-se o tento leonino e esse apareceu com naturalidade, numa altura em que o Benfica parecia desorganizado a defender e a atacar. E até ao fim, o Sporting esteve sempre mais perto do terceiro do que o Benfica de empatar. As estatísticas finais não deixam dúvidas.

[ Matheus Reis mais uma vez muito em jogo no “leão” ]

GoalPoint-Benfica-Sporting-Taca-da-Liga-202122-pass-network
Clique para ampliar

O MVP GoalPoint👑

O melhor em campo em Leiria. O extremo espanhol esteve em todas. Primeiro fez a assistência para o empate de Gonçalo Inácio, depois surgiu que nem uma flecha nas costas da defesa do Benfica para fazer o 2-1 que deu o troféu aos “leões”. Pablo Sarabia arrancou um extraordinário GoalPoint Rating de 8.1, tendo ainda criado uma ocasião flagrante em cinco passes para finalização (máximo do jogo), e recebeu 11 passes aproximativos.

Outros  Ratings 🔺🔻

Destaques do Benfica

Jan Vertonghen 6.0 – A experiência do belga permitiu-se fazer um bom jogo, mas acabou por não resistir à quebra generalizada dos seus colegas. Ainda assim terminou com nove acções defensivas, com destaque para dois bloqueios de remate.

Valentino Lázaro 5.7 – O austríaco passou todo o jogo a fazer de “bombeiro”, a acudir às bolas longas dos jogadores do Sporting para as costas da defesa benfiquista. Teve sempre sucesso, até ao minuto 77, altura em que deixou fugir Sarabia. Lázaro voltou a fraquejar no passe, com nove falhados (máximo) e quatro de risco desperdiçados (também máximo), mas fez sete recuperações de posse e um corte decisivo.

Álex Grimaldo 5.7 – Continua a estar menos exuberante, pela missão mais interior que lhe é conferida. Ainda assim fez a assistência para o golo de Everton, recuperou oito vezes a posse de bola e fez cinco desarmes.

Odysseas Vlachodimos 5.5 – Um dos menos culpados. Sofreu dois golos, mas fez duas defesas, ambas a remates na sua área e a menos de oito metros.

João Mário 5.5 – Um dos mais faltosos do jogo (5), foi também, a par de Neto, o que mais sofreu (5). Terminou com três passes super aproximativos e cinco recuperações de posse.

Julian Weigl 5.5 – O alemão dividiu com Meïté as tarefas mais defensivas das “águias” e esteve bem na primeira parte, desaparecendo na segunda. Fez três desarmes, todos na etapa inicial.

Everton 5.3 – Entrou bem, marcou um golo, mostrou qualidade em rasgos individuais, mas após o intervalo eclipsou-se. Destaque para quatro passes ofensivos valiosos.

Destaques do Sporting

Gonçalo Inácio 7.9 – Um golo, de cabeça, e de uma importância vital, pois empatou o jogo no arranque do segundo tempo e quebrou as “águias”. Inácio enquadrou os dois remates que realizou, completou dez de 11 passes longos, fez nove aproximativos e ganhou quatro de seis duelos aéreos.

Feddal 6.6 – Regresso do marroquino às boas exibições. Forte no passe, com 55 completos (máximo da partida), Feddal somou ainda sete acções defensivas, com destaque para três intercepções.

Ricardo Esgaio 6.4 – Imune a críticas, Esgaio fez um grande jogo, começando a ala e terminando a central. Em três cruzamentos teve êxito em dois, foi o jogador com mais acções com bola (73) e registou nove acções defensivas.

Luís Neto 6.2 – O central pode ter sido “comido” no golo de Everton, mas tirando isso esteve sólido, com apenas um passe falhado em 37, e cinco desarmes realizados, máximo do jogo (a par de Grimaldo).

Matheus Reis 6.1 – Muito em jogo (72 acções), fez seis cruzamentos, um com sucesso, sete passes aproximativos e conseguiu somar quatro acções com bola na área contrária. 

João Palhinha 5.9 – Escapou pelos pingos da chuva a sanção disciplinar, pois terminou o jogo como o mais faltoso, com sete infracções. Duro, intratável nos duelos, mas sempre leal, Palhinha ganhou quatro de seis duelos aéreos, fez sete recuperações de posse, três acções defensivas no meio-campo contrário, quatro desarmes e três bloqueios de passe.

Matheus Nunes 5.7 – Dono de dois cruzamentos certos em três, o médio esteve muito bem no passe longo, com sete completos em nove, e sempre bem posicionado, facto que lhe permitiu recuperar a posse de bola em dez ocasiões (máximo).

Pedro Porro 5.6 – O espanhol regressou após lesão e deu logo uma energia extra ao flanco direito leonino, nos 27 minutos que esteve em campo. Foi dele o excelente passe longo (assistência) para o golo do compatriota Sarabia.

Paulinho 5.4 – O atacante voltou a não ter sorte. O mais rematador do jogo, com quatro disparos, Paulinho acertou uma vez na barra, ganhou três de cinco duelos aéreos ofensivos e somou o máximo de acções com bola na área contrária (7).

António Adán 5.4 – Fez a primeira defesa nos descontos. Isso diz tudo da noite tranquila que teve.

 

Pedro Tudela
Pedro Tudela
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.