Boavista 🆚 Benfica | Águia entra a bicar e sai a piar

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Emoção de princípio ao fim no jogo do Bessa, entre Boavista e Benfica, a contar para a 23ª jornada da Liga Bwin. Quem viu a primeira parte não imaginou, certamente, como seria a segunda. Na etapa inicial os “encarnados” foram donos e senhores do jogo, marcaram quatro golos, só dois valeram, pressionaram e anularam as “panteras”. Não sabemos o que se passou no balneário visitante ao intervalo, mas a verdade é que os lisboetas “não regressaram” para a etapa complementar, sendo totalmente empurrados e banalizados por um Boavista que empatou, mas poderia mesmo ter dado a volta ao marcador. Não o fez e somou o seu 13º empate da época no campeonato.

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Benfica ficou no balneário ao intervalo

Jogo entretido no Bessa, com vantagem dos “encarnados” mais do que justificada pelo desenrolar dos acontecimentos. O Benfica conseguiu pressionar com vários homens no meio-campo, sobre o portador da bola, e sempre com alguém nas dobras, e recuou muito bem quando era necessário o reposicionamento defensivo, pelo que foi resolvendo os problemas. No ataque, os visitantes encontraram algumas facilidades para colocar a bola nas costas da defesa boavisteira e criaram assim muito perigo.

Adel Taarabt (21′), após assistência de Rafa Silva, fez o primeiro do jogo, com um remate cruzado, Álex Grimaldo (30′) ampliou… de pé direito, e ainda houve dois tentos anulados às “águias”, um a Everton (“offside” de Gonçalo Ramos), outro a Darwin Núñez. Destaque também para dois amarelos, a Julian Weigl e Nicolás Otamendi, que deixa ambos de fora da próxima jornada. Grimaldo era o MVP do jogo, com um rating de 7.3, pelo tento apontado, por quatro recuperações de posse e dois desarmes.

No segundo tempo houve uma inversão de papéis. O Boavista passou a pressionar com muita intensidade e em zonas bem adiantadas do terreno, empurrando o Benfica para o seu terço defensivo. Antevia-se o golo do Boavista, que apareceu aos 74 minutos, numa excelente combinação entre Petar Musar e Gustavo Sauer, com este a rematar de primeira para o fundo das malhas.

Aquando do golo do brasileiro, os “axadrezados” registavam 54% de posse de bola e seis remates no segundo tempo, contra um apenas dos benfiquistas. E aos 77 minutos, Hamache atirou com estrondo ao poste esquerdo da baliza de Vlachodimos. O 2-2 parecia uma questão de tempo, e não demorou muito, aparecendo aos 80 minutos, num remate fulminante de Gaius Makouta à entrada da área. Um golo que colocou justiça no marcador, mas que não não foi suficiente para uma reviravolta.

[ Posicionamentos equilibrados, dado o domínio repartido, com “fronteira” no intervalo ]

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O MVP GoalPoint👑

Apagado na primeira parte, Gustavo Sauer soltou-se na segunda e fez uma exibição magistral, acompanhando a subida vertiginosa de produção dos boavisteiros após o descanso. O brasileiro foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 8.0, fruto de um golo verdadeiramente fundamental, o 2-1, mas também de seis passes para finalização, máximo do encontro, todos os 15 passes que realizou concluídos, bem como sete recuperações de posse. Foi o jogador mais travado em falta (5).

Outros  Ratings 🔺🔻

Destaques do Boavista

Gaius Makouta 6.8 – Que belo jogo do médio, um poço de força, mas com técnica e capacidade de se integrar no ataque. Foi assim que subiu para rematar de forma imparável para o 2-2, à entrada da área. O congolês ganhou ainda dois de três duelos aéreos ofensivos, somou quatro acções com bola na área contrária e três desarmes. 

Seba Pérez 6.0 – A ajudar Makouta na pressão intensa sobre o Benfica na segunda parte esteve Seba Pérez, que criou uma ocasião flagrante, um passe de ruptura e fez seis recuperações de posse.

Petar Musa 5.8 – Escutem o que vos dizemos. Está aqui um jogador que vai gerar cobiça. O ponta-de-lança croata de 23 anos deu um trabalhão à defensiva benfiquista e só não tem melhor nota porque precipitou-se na hora do remate. Foi o mais rematador do encontro, com cinco disparos, dois enquadrados, fez uma assistência, recebeu 12 passes aproximativos (máximo), somou oito acções com bola na área benfiquista, completou três de quatro dribles e ganhou quatro de cinco duelos aéreos ofensivos. A flagrante falhada estragou-lhe a nota. 

Destaques do Benfica

Adel Taarabt 7.8 – A grande surpresa no “onze” do Benfica para este jogo, e esteve em grande plano. É certo que o Benfica já estava encostado “às cordas” quando saiu (estava ainda 0-2), mas a sua substituição não resolveu nada. O marroquino fez um golo, completou três de cinco tentativas de drible, registou seis recuperações de posse e fez quatro desarmes, um dos máximos do jogo.

Álex Grimaldo 6.7 – O espanhol foi o melhor da primeira parte, mas foi caindo de produção, arrastado pela equipa. Ainda assim somou um golo, três desarmes e duas intercepções.

Gonçalo Ramos 6.0 – Muito dinâmico, nem sempre decidiu bem. O facto de não ter somado qualquer remate é motivo de preocupação para os benfiquistas. O atacante luso compensou esse facto com quatro acções com bola na área contrária, dois dribles completos em quatro e quatro desarmes.

Everton “Cebolinha” 5.9 – Tal como toda a equipa do Benfica, fez uma boa primeira parte, marcou até um golo, que acabou anulado, mas foi desaparecendo e saiu quando Veríssimo pretendia recuperar o controlo do jogo. O brasileiro fez dois passes para finalização, cinco ofensivos valiosos, teve êxito em dois de três cruzamentos de bola corrida e falhou apenas um de 21 passes. De negativo os três desarmes sofridos.

Julian Weigl 5.8 – Boa primeira parte (como os seus colegas), falhou só quatro de 58 passes e fez três desarmes. Viu um amarelo que o retira do jogo com o Vitória de Guimarães.

Jan Vertonghen 5.3 – A cara de desalento do belga no final do jogo diz tudo do que foi a noite do Benfica. Vertonghen esteve algo apagado, incapaz de lidar com a pressão do Boavista, destacando-se apenas com duas intercepções e quatro alívios.

Darwin Núñez 5.2 – O uruguaio teve um dos jogos mais “fáceis” para as suas características na primeira parte, pois o Boavista deu muitos espaços nas suas costas, mas não foi feliz. Esteve no lance do 2-0 e até marcou um golo, anulado por fora-de-jogo (um de três em que caiu). Criou uma ocasião flagrante.

Nicolás Otamendi 5.2 – Tal como Vertonghen, foi vítima da incapacidade benfiquista para travar a pressão boavisteira a partir do meio-campo. Somou o máximo de passes certos (66) e acções com bola (85), fez seis alívios e viu um amarelo que também o retira da próxima jornada.

Rafa Silva 5.1 – A assistência para o golo de Taarabt foi o melhor que fez na partida. Tirando isso esteve desinspirado e falhou uma ocasião flagrante.

Valentino Lázaro 4.8 – Jogo para esquecer do austríaco, trapalhão no passe, com 17 falhados, máximo do jogo. Ainda assim somou sete recuperações e três desarmes.

João Mário 4.7 – Importante na primeira metade da época, parece estar “noutra” nesta altura. Esteve 20 minutos em campo, somou seis acções com bola apenas.

Pedro Tudela
Pedro Tudela
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.