Boavista 🆚 Sporting | Pantera devora leão com bis de Lourenço

-

XEQUE-MATE. O “Boavistão” continua na senda dos bons resultados – cinco triunfos e dois desaires em sete jornadas – e na noite deste sábado venceu o Sporting por 2-1, algo que não ocorria desde a longínqua temporada de 2007/08. Os “leões”, que vinham embalados com quatro jogos de rajada sem consentir golos e numa senda vitoriosa, tropeçaram e contabilizaram a terceira derrota na prova. Bruno Lourenço bisou (o primeiro golo é antológico) e Edwards (assistido de forma mágica por Nuno Santos) foram os goleadores de serviço no Bessa.

GoalPoint-Boavista-Sporting-Liga-Bwin-202223-Ratings

Leão entrou mandão, mas “Boavistão” resistiu e venceu

É caso para escrevermos: o melhor ficou guardado para o final. No último suspiro da primeira metade, Gorré ligou o turbo, fez o que quis de Gonçalo Inácio, sentou Coates no relvado, rematou contra Ugarte e, na sequência do lance, Bruno Lourenço abriu o livro, rematou de primeira e carimbou um golaço candidato a um dos melhores da época. Foi o culminar numa primeira parte, que passou num ápice e que foi emotiva e bem jogada. O “leão” entrou mandão em cena, encostou as “panteras” graças à rapidez com que recuperava a bola (Ugarte e Morita em foco), às diabruras de Trincão, Edwards e “Pote” e aos raides de Porro e Nuno Santos. A mobilidade e diversidade com que o Sporting ia atacando eram uma constante dor de cabeça para os anfitriões. Os visitantes ainda chegaram a festejar o 0-1, mas o tento de Pote aos 23 minutos acabou anulado por fora-de-jogo de Edwards. Aos 39, César saiu mal da baliza e Trincão cabeceou ao ferro.

O Boavista, que começou a sofrer, foi ganhando ânimo a partir dos 25 minutos, altura em que se organizou melhor. Makouta começou a esticar mais o jogo e, nas poucas vezes que atacava, criava perigo: foi assim aos 12 minutos, quando Boženík atirou com força, mas à figura de Adán, e mais tarde, aos 28, Gorré cruzou, Bruno Lourenço atirou aos ferros da baliza do Sporting. Estava dado o aviso para aquilo que viria a ocorrer mais tarde… Lourenço era o MVP nesta fase, com dois remates, um golão apontado, duas acções com a bola na área contrária e um GoalPoint Rating de 6.4.

Tal como no período inicial, a equipa forasteira voltou a entrar melhor, subiu as linhas, pressionou a primeira fase de construção “axadrezada” e porfiou em busca do empate. César ainda adiou (49’), mas o golo “verde-e-branco” chegaria instantes depois: Nuno Santos, com um cruzamento de letra genial, descobriu Edwards na zona do ponta-de-lança e este cabeceou para o empate.

A partir daí, o jogo ficou incaracterístico, com muitas paragens e substituições. E foi do banco que vieram os nomes que marcaram o terceiro golo no encontro. Martim Tavares foi derrubado por Esgaio e, da marca dos 11 metros, Bruno Lourenço voltou a vestir a pele de “pantera” e devorou os “leões”. Um remate histórico que colocou um ponto final num jejum de vitórias dos boavisteiros frente ao Sporting que durava desde a época 2007/08. Nos últimos 25 encontros entre os dois emblemas, o Boavista tinha apenas somado um triunfo…

[ Sporting muito subido, Boavista muito “disperso” ]

GoalPoint-Boavista-Sporting-Liga-Bwin-202223-pass-network

MVP GoalPoint: Bruno Lourenço 👑

Noite de sonho para o médio. Bruno Lourenço vestiu a pele de herói e foi o carrasco do Sporting, numa partida que nunca mais irá esquecer. O antigo jogador do Estoril demorou a aparecer em cena, mas quando o fez não mais parou, com intervenções que acabaram por ser decisivas no desfecho da partida. Pintou a manta com um golaço já no período de descontos e bisou na conversão de uma grande penalidade já na recta final. Olhando para a folha de serviços, o médio marcou dois tentos em três remates – Expected Goals (xG) de 1,2 -, coleccionou 39 acções com a bola (três na área adversária), recuperou a posse em seis ocasiões, completou duas de cinco tentativas de drible e foi o MVP com GoalPoint Rating de 7.0.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Boavista

Gorré 6.5

Até as pilhas terem acabado aos 63 minutos, o avançado estava a “dinamitar” a defensiva adversária com a velocidade de ponta que tem. Nesse período fez a assistência para o tento inaugural, protagonizou dois remates, quatro passes para finalização, dois cruzamentos, o máximo de acções com a bola na área adversária (7), foi eficaz em cinco dos oito dribles que arriscou e gizou cinco conduções aproximativas.

Sasso 6.4

Grande jogo do central, que se destacou com quatro recuperações de posse, três desarmes, uma intercepção, quatro alívios e um corte decisivo.

Makouta 6.3

Foi um dos pilares da equipa. Dos seus dados, realçámos um passe para finalização, cinco passes aproximativos, dez recuperações de posse (máximo no duelo) e seis acções defensivas, com destaque para três intercepções.

Destaques do Sporting

Ugarte 6.8

O uruguaio foi o elemento do Sporting com melhor nota. Sempre bem posicionado e agressivo em todas as acções, foi aguentando a equipa. Teve uma eficácia de 94% no capítulo do passe (cinco falhados em 85 feitos), realizou três passes aproximativos, 107 acções com a bola, seis recuperações da posse, cinco acções defensivas no meio-campo contrário, oito desarmes (máximo na partida) e dois remates bloqueados.

Marcus Edwards 5.9

Qual ponta-de-lança, marcou no único remate que fez. Activo, apareceu em toda a linha do ataque e preencheu as “stats” com dois passes para finalização, três cruzamentos, cinco conduções aproximativas e três acções com a bola na área do Boavista. Somou dois dribles eficazes em cinco.

Nuno Santos 5.9

Na retina a obra de arte que desenhou e que esteve na génese do 1-1. Tentou dar largura e profundidade ao flanco canhoto com sete cruzamentos, quatro passes aproximativos, cinco acções com a bola na área do Boavista e três bolas recuperadas.

Trincão 5.8

Foi das unidades mais perigosas, principalmente na primeira parte. Até ser substituído, realizou dois remates, um cruzamento, cinco passes aproximativos, quatro acções com a bola na área contrária e foi eficaz em metade dos seis dribles que arriscou.

Matheus Reis 5.4

Jogo ingrato para o polivalente defesa. Fez sete recuperações da posse, mas perdeu o esférico em 13 ocasiões, sendo que três foram no primeiro terço do terreno, consentiu dois desarmes e registou três maus controlos de bola.

Gonçalo Inácio 5.3

Falhou quatro passes de risco, registou o mesmo número de perdas e recuperações de bola, sete, consentiu dois dribles, ambos no primeiro terço do terreno.

Morita 5.3

Começou bem o encontro, mas foi perdendo gás com a passagem dos minutos. Sem acções ofensivas, destacou-se com uma eficácia de passe de 91%, cinco passes aproximativos, quatro bolas recuperadas, seis perdidas e três desarmes.

Coates 5.2

Uma lesão precipitou a saída do capitão, que em 66 minutos fez um remate, 80 acções com a bola, seis recuperações da posse e consentiu dois dribles.

Pedro Gonçalves 4.9

Foi aparecendo a espaços. Visou o alvo em duas ocasiões, ainda festejou, mas o golo foi anulado, acumulou 14 perdas de bola, sofreu três desarmes e outros tantos maus controlos de bola.

Ricardo Esgaio 4.6

Entrou a frio para o lugar do lesionado Coates e ficou umbilicalmente ligado ao lance que decidiu o jogo. Não falhou nenhum dos 28 passes que fez e recuperou a bola em três ocasiões.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.