O Sporting deslocou-se ontem a Vila do Conde para um jogo que, pelo dados da sua antevisão, já se previa bastante complicado. Nos últimos cinco jogos da Liga NOS prévios a este, o Rio Ave tinha, por exemplo, uma média de posse de bola superior à dos “leões”, dado que se veio a verificar ao longo de todo o jogo, mas que foi complementado com outros ainda mais históricos.
Apesar da vitória, que acabaria por surgir aos 85 minutos pelo inevitável Bas Dost, os números com que a partida terminou, sobretudo ao nível dos remates, foram algo nunca antes visto na Liga NOS, pelo menos desde 2014/2015, época em que a Opta começou a recolher dados para a Liga Portuguesa.

O Rio Ave terminou o jogo com uma diferença positiva de 18 remates, algo que nunca tinha acontecido esta época sem que desse vitória a quem o conseguiu, mas o mais impressionante é o facto de ter dobrado o pior registo de uma “equipa grande” nas últimas quatro épocas, quando defrontando um dos “não-grandes”.

É preciso recuar a Janeiro para encontrar esse registo, quando o Benfica foi vencer a Guimarães por 2-0, apesar de ter feito menos nove remates que os “Conquistadores. No entanto, apesar da diferença ter sido igualmente significativa, deve ressaltar-se que nesse jogo os “encarnados” marcaram cedo no desafio, “inclinando” o campo com mais naturalidade. Para além disso, em remates enquadrados, a vantagem acabou por ser da “águia”, algo que também não se verificou em Vila do Conde.
Apesar de muitos dos remates da equipa de Miguel Cardoso terem sido inofensivos, o score de remates enquadrados cifrou-se nos 5-1, estabelecendo a diferença em quatro remates à baliza a favor do Rio Ave. Também esse registo é histórico, visto que só tinha acontecido por uma vez, num jogo em que o Sporting acabaria por perder por 3-0.
Maiores diferenças de remates enquadrados entre pequenos e grandes, desde 2014/2015
Curiosamente, o Sporting já detinha os quatro piores registos prévios a este jogo, mas só por uma vez, também contra o Rio Ave, tinha conseguido sair vencedor de tais jogos.
Sorte ou eficácia, seja qual for a conclusão que se tire destes números, duas coisas parecem ser certas: este Rio Ave revela-se cada vez mais uma sensação desta Liga, por bons (qualidade de jogo) e maus motivos (eficácia) e, quanto ao Sporting, convém não repetir muitas vezes o “eclipe”. A história diz-nos que na maioria das vezes não corre bem.