Ronaldo está de volta ao Manchester United, 12 anos depois. A festa dos adeptos “red devils” é compreensível: acabam de contratar aquele que para muitos é o melhor de sempre e ainda por cima um que não só conhecem bem, como também já o viam envergar a camisola do rival da cidade. Quem diria que, no mesmo defeso em que vimos Messi finalmente despedir-se de Barcelona, testemunharíamos ainda ao regresso de CR7 ao clube que o catapultou na alta roda do futebol mundial? Verão quente este.
E agora, quem cobra as bolas paradas decisivas?
Reacção de Bruno Fernandes ao descobrir que vai deixar de marcar livres no United 😢 pic.twitter.com/hMTN2dgMxF
— GoalPoint.pt (@_Goalpoint) August 27, 2021
Apanhados nas ondas de choque da “bomba” mediática do dia, lançámos a brincadeira acima publicada, mas de imediato começámos uma busca que ajudasse a responder à questão: com os “especialistas” Cristiano Ronaldo e Bruno Fernandes em Old Trafford, quem será o cobrador de grandes penalidades? E no que toca aos livres directos, como vai ser? Humor à parte, a questão é pertinente, e apesar de a termos aflorado antes do EURO, pensando na Selecção, esta era uma boa altura a revisitar.
[ Grafismo retirado da recomendada análise publicada em Maio, acerca dos “reis do livre directo” do Futebol europeu ]

A decisão de Ole Gunnar Solskjaer é tudo menos fácil e certamente vai envolver muito mais do que apenas a ponderação do desempenho objectivo dos dois jogadores neste tipo de lances, aliás como já sucede na Selecção nacional, com Fernando Santos. Se nos penáltis é quase um “vá o red devil” e escolha” (isto antes de ver os dados que a seguir descobrimos), já nos livres directos a questão é mais complexa. Cristiano não só deixou de cobrar “tomahawks”, como não melhorou a sua eficácia na cobrança de livres, bem pelo contrário, mas quando surgirem as oportunidades, é mais do que certa a manifestação sonora da “saudade” que os adeptos terão das suas bombas. Poderá e quererá Ole contrariar essa realidade? E será a decisão dele, ou dos jogadores, nomeadamente um que regressa com um estatuto “larger than life”?
A questão pode ser atenuada pela realidade dos factos. A verdade é que não teremos certamente um Ronaldo “totalista” (minutos), em Inglaterra. A idade não o permite e o calendário inglês é particularmente sobrecarregado. É expectável que Bruno Fernandes venha a jogar muito mais jogos do que Cristiano Ronaldo, sendo possível que, também por aí, surja uma forma de “distribuir os doces pelos miúdos”.
O que dizem os analytics dos dois jogadores?
Bruno Fernandes está feliz com a chegada de CR7 e já o demonstrou, e provavelmente está mais do que disponível para aceitar a perda temporária de algum protagonismo na cobrança de bolas paradas directas, mas estarão os dados de acordo com essa possibilidade? Decidimos pesquisar o que fizeram ambos, nas últimas duas épocas completas (2019/20 e 2020/21), ao serviço dos seus clubes, no que toca a grandes penalidades e livres directos, envolvendo todas as competições oficiais que disputaram pela Juventus e United, respectivamente. Eis os resultados.
