A segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões 19/20 fica marcada pela goleada do Bayern por 7-2 no terreno do Tottenham. Numa ronda com poucas surpresas – com excepção, talvez, para o empate do Real Madrid em casa com o Club Brugge e para o triunfo folgado do Ajax por 3-0 na visita ao Valência -, a emoção e os golos não faltaram à festa, como atesta, por exemplo, o sofrido 4-3 com que o campeão europeu Liverpool bateu o Salzburg em Anfield Road.
Mas foi mesmo a goleada bávara que captou todas as atenções, pelo histórico dos números – nunca uma equipa inglesa havia perdido em casa por margem tão dilatada em provas da UEFA e nunca os “spurs” haviam sofrido sete golos no seu terreno -, e por uma exibição de um extremo alemão, formado no ex-Arsenal, que valeu quatro golos e a nota máxima nos GoalPoint Ratings.
⚽️ FINAL | 🏴 Tottenham 🆚 Bayern 🇩🇪
2ª parte arrasadora acaba em goleada histórica para o @FCBayern com o "poker" à mistura 🔥#UCL #ChampionsLeague #TOTFCB #COYS #MiaSanMia pic.twitter.com/tvkFSTgdBw
— GoalPoint.pt ⚽ (@_Goalpoint) October 1, 2019
Aqui deixamos o “Top 5” dos melhores desempenhos da ronda, devidamente enquadrados no nosso rating, dedicando especial atenção aos “lusos”, numa jornada em que o Benfica voltou a perder, desta feita na Rússia.
Os cinco melhores ratings

O extremo alemão, que passou pelos escalões de formação do grande rival dos “spurs”, o Arsenal, entre 2011 e 2015, arrasou por completo o Tottenham numa segunda parte de sonho, na qual fez quatro golos. Já antes, na primeira parte, havia assistido Robert Lewandowski para o 2-1, em cima do intervalo. Gnabry enquadrou todos os remates que realizou, fez dois passes para finalização e mostrou toda a sua versatilidade ao completar as três tentativas de drible e ao realizar quatro desarmes. Uma exibição daquelas para contar aos netos.

O astro argentino regressou há pouco de lesão, por isso até teve uma exibição “modesta”. É verdade, Lionel Messi não marcou desta vez na recepção ao Inter, mas foi fundamental na reviravolta no marcador, com mais uma prestação a roçar a perfeição. “La Pulga” fez uma assistência em seis passes para finalização (fazendo ainda o passe prévio à assistência do primeiro golo da partida), criou duas ocasiões flagrantes, enquadrou três dos quatro remates e, para quem não tem ritmo, é de assinalar os dez dribles completos em 13 tentativas – valor máximo de dribles eficazes nestas duas jornadas, uma mais que as conseguidas por Olmo e Willian.

A estrela da vitória do Barcelona sobre o Inter pode ter sido outro craque sul-americano, mas quem fez os golos foi o ponta-de-lança uruguaio. Luis Suárez parece estar a regressar à sua melhor forma, sendo o autor de um bis, fruto de três remates, todos eles enquadrados – dois deles realizados de fora da área. Os seus restantes números na partida não foram por aí além, com destaque apenas para duas faltas sofridas em zona perigosa, mas a sua tarefa é marcar golos, pelo que Suárez pode gabar-se de ter cumprido plenamente a sua missão.

As atenções em Portugal podem ter estado centradas em João Félix, autor de um dos golos da vitória do Atlético em Moscovo e dono de uma exibição positiva, mas a grande figura do Atlético nesta partida com o Lokomotiv foi o médio Thomas Partey. O ganês não só fez um golo, como somou três passes para finalização, um passe de ruptura, completou 92% das entregas que realizou e ainda foi um trabalhador incansável, com destaque para quatro desarmes, três intercepções e nove recuperações de posse. E ainda registou o número máximo de acções com bola (99).

O empate do Real Madrid em casa com o Club Brugge esteve perto de ser uma derrota, o que aumentaria exponencialmente a surpresa e a transformaria certamente na maior da ronda. Sergio Ramos reduziu para os “merengues”, mas foi Casemiro a resgatar um ponto, com um golo aos 85 minutos. O ex-Porto enquadrou três de quatro remates, fez quatro passes para finalização, registou 92% de eficácia nas entregas e ainda fez dez passes progressivos certos. No trabalho “de sapa”, somou oito recuperações de posse.
Os melhores portugueses

Os primeiros tempos de João Cancelo no Manchester City têm sido, acreditamos, de adaptação, com muitos minutos de banco e entradas aos poucos na equipa. Frente ao Dínamo de Zagreb, o lateral luso foi titular e realizou uma bela exibição, naquela que é uma das suas especialidades, o apoio ofensivo. Para além de dois passes para finalização, Cancelo acertou três de quatro passes longos e completou cinco de seis tentativas de drible (todas no último terço). Na retaguarda esteve sólido, com três desarmes e seis recuperações de posse.

O jovem avançado português estabeleceu novo marco na sua carreira, ao estrear-se a marcar na Liga dos Campeões. João Félix fez o 1-0, num lance a dois tempos, com remate e recarga vitoriosa. Ao todo, o ex-Benfica completou dois dos três remates que realizou e criou uma ocasião flagrante no único passe para finalização que realizou. O lance do golo foi o ponto alto de uma exibição que teve poucos momentos de inspiração individual, com destaque também para as duas faltas sofridas, uma delas em zona de perigo.

No outro jogo do grupo do Benfica, o Lyon alcançou um resultado muito importante para as aspirações da equipa, um 2-0 em casa do Leipzig, que na ronda anterior havia ganho no Estádio da Luz. Um dos responsáveis pela baliza inviolada dos franceses foi o português Anthony Lopes, que a fechou “a sete chaves”. O internacional luso realizou quatro defesas, duas a remates na sua grande área, e ainda registou uma saída pelo solo e três pelo ar eficazes. Perante a maior intensidade ofensiva dos alemães, Lopes foi uma última barreira intransponível.

O craque pode não estar a debitar a quantidade de golos que habituou os adeptos, mas na vitória da Juventus sobre os alemães do Leverkusen, Ronaldo esteve em bom plano e voltou a “molhar a sopa”. Esse golo foi apontado num total de cinco remates, três deles enquadrados. Para além disso, CR7 fez um passe para finalização, registou uma eficácia de 85% nas entregas, completou duas de três tentativas de drible e ganhou os dois duelos aéreos ofensivos em que participou. Ajudou colectivamente com cinco recuperações de posse.

A noite europeia do Valência foi para esquecer. Perante um dos semifinalistas da época passada, o Ajax, a formação espanhola perdeu em casa por 3-0. O português Gonçalo Guedes foi dos poucos que se salvou desse naufrágio colectivo, terminando a partida com alguns números interessantes. Não enquadrou nenhum dos seus dois remates, é verdade, e só fez um passe para finalização, mas esteve bem no passe (90% de eficácia), completou as três tentativas de drible e ainda ganhou uma grande penalidade, desperdiçada por Daniel Parejo.