A Qualificação da Inglaterra
Ao contrário das sofridas fases de apuramento anteriores, a qualificação da Inglaterra para o Euro 2016 foi feita “sem espinhas” – dez vitórias em dez jogos disputados! Até agora apenas a França tinha conseguido tal feito.
Com apenas três tentos sofridos, a Inglaterra marcou a impressionante soma de 31 golos – uma média superior a três por jogo – e foi o segundo melhor ataque do apuramento, ultrapassada apenas pela Polónia com 33.
O Historial no Euro
Apesar de ser “cliente habitual” dos campeonatos europeus de futebol, a Inglaterra nunca venceu e apenas por duas vezes chegou às meias-finais (1968 e 1996).
Em 1968, dois anos depois de ter vencido o Mundial, a Inglaterra perdeu nas meias-finais contra a Jugoslávia, batendo depois a União Soviética, numa altura em que ainda se disputava o jogo de apuramento do terceiro e quarto lugar.
28 anos depois, no Euro 1996, disputado em “casa”, a Inglaterra exibiu um futebol de ataque, com Shearer e Gascoigne em destaque, mas volta a cair na semi-final (nos penáltis) frente à poderosa Alemanha.
A Equipa
Em 2012, a federação inglesa de futebol nomeou Roy Hodgson de 68 anos como seleccionador de Inglaterra. O até então treinador do modesto West Bromwich Albion, substituiu no cargo o italiano Fabio Capello.
Hodgson levaria, nesse mesmo ano, a Inglaterra aos quartos-de-final do Euro 2012, onde seria eliminada pela Itália nas grandes penalidades. Já no Mundial do Brasil a Inglaterra não passou da fase de grupos, registando um empate e duas derrotas.
Destaque na convocatória para a presença do avançado do Man. United, Marcus Rashford de apenas 18 anos – que até já marcou no último particular frente à Austrália – e para o ex-jogador do Sporting Eric Dier, que à partida será titular como médio-defensivo.
Nomes importantes na qualificação e que não vão marcar presença em França, são os dos três atacantes do Arsenal, Alex Oxlade-Chamberlain, Danny Welbeck e Theo Walcott, reduzindo a presença de homens do Arsenal a Jack Wilshere, que fez apenas três jogos competitivos durante a época.
A Figura: Wayne Rooney
Começa a ser difícil apontar uma figura principal nesta selecção inglesa mas, para já, o capitão Rooney ainda é o nome que vem à cabeça quando se pensa no homem de quem todo o “reino” espera algo decisivo.
Jogando agora numa posição mais recuada, nas costas dos pontas-de-lança Kane e Vardy, Rooney procurará sobretudo transportar a bola recorrendo à sua pujança física, tirando partido do seu bom pontapé.
Apesar duma época fraca e marcada por lesões, a fase de qualificação correu bem a Rooney, registando uma impressionante média de 6,2 remates p/ 90m na campanha imbatível da Inglaterra.
Wayne Rooney tem ainda a motivação de querer mostrar ao seu novo técnico, José Mourinho, que pode contar com ele para levar de volta o United ao lugar que perdeu nos últimos anos.
Aposta GoalPoint: Dele Alli
Os ingleses sempre foram especialistas em elevar precocemente jovens a patamares de estrelato. Aconteceu com Owen, Walcott e até mesmo com Rooney, mas Dele Alli parece ser um caso especial.
A época 2015/16 foi a sua primeira ao mais alto nível, mas ao conseguir ser um dos principais protagonistas do espectacular futebol praticado pelo Tottenham o jovem deixou “água na boca” para o que aí vem.
Com apenas 20 anos, espera-se Dele Alli assuma a titularidade num dos vértices laterais do losango inglês. Um lugar que parece assentar muito bem ao seu futebol rápido, criativo, mas também surpreendentemente adulto, tendo em conta a esforçada e eficaz contribuição defensiva que dá à equipa.
Dele Alli tem ainda a vantagem de chegar fresco, visto que falhou (por suspensão) os últimos três jogos da época.
A Inglaterra é apontada como grande favorita ao primeiro lugar deste Grupo B, mas tratando-se de uma selecção que tem desapontado em torneios recentes, a incógnita é grande.
Começar bem contra a Rússia será essencial para “limpar” as dúvidas que pairam sempre na cabeça dos ingleses, dos adeptos aos jogadores. Mas o jogo contra o País de Gales, por aquilo que representa, também será um teste muito importante.
Uma coisa é certa, tendo em conta a qualificação e os adversário no Grupo B, qualquer resultado que não seja atingir, no mínimo, os quartos-de-final, será um fracasso aos olhos dos adeptos britânicos.