(artigo originalmente publicado a 16 de Novembro de 2020)
A composição final das equipas que vão participar no Euro 2020 – nome que se mantém, por decisão da UEFA, apesar de se disputar em 2021 – ficou conhecida há poucos dias, com a conclusão dos “play-off” de apuramento para a fase final. No que nos interessa directamente a nós, Portugal, o destaque vai para a Hungria, que já esteve no caminho luso na fase de grupos de 2016 e que se junta aos campeões europeus, bem como a França e Alemanha no Grupo F.
A fase de qualificação ficou, assim, pelo caminho, com golos, emoção, algumas surpresas e desempenhos de grande qualidade. Nada melhor do que olhar para as 24 selecções nacionais presentes no certame e identificar o Top 3 individual de cada uma, com os melhores executantes ao longo desta campanha – e respectivo statscard para o líder – com um mínimo de 450 minutos de utilização e com base nos GoalPoint Ratings. Apresentamos as nações por ordem alfabética, com excepção para Portugal, detentor do título, que vai já a seguir.
🇵🇹 Portugal
Cristiano Ronaldo – Avançado/Extremo

O craque português voltou a estar em grande nível pela selecção e terminou com o quarto melhor GPR, fruto de 11 golos (segundo melhor marcador) em oito jogos. Só com golos, uma vez que não registou qualquer assistência, Cristiano Ronaldo contribuiu para 55% dos tentos de Portugal enquanto esteve em campo, e muito ajudou o facto de ter terminado a qualificação com espantosos 9,1 remates por partida, 4,0 enquadrados, ambos máximos da competição… de longe.
Bernardo Silva 7.41 – O fantasista do City pode não estar a atravessar um grande momento de forma, mas ao longo da qualificação para o Euro sim. Bernardo registou o segundo melhor rating acumulado de Portugal, fruto de três golos e cinco assistências, bem como 3,5 passes para finalização (máximo de Portugal e 10º na prova) e 1,2 ocasiões flagrantes por partida (quarto mais alto do apuramento).
Danilo Pereira 6.45 – Um dos garantes da consistência defensiva de Portugal. Com uma média de 9,6 recuperações de posse por jogo, Danilo foi o segundo nesta estatística em toda a campanha, sendo um autêntico muro para as investidas contrárias.
🇩🇪 Alemanha
Toni Kroos – Médio-centro

Provavelmente o melhor jogador alemão do último punhado de anos. Kroos é de uma consistência impar e, nesta qualificação, fez três golos e duas assistências, muito por culpa das excelentes médias de remates e passes para finalização (3,0 e 2,8, respectivamente). Entre jogadores da posição foi mesmo o quarto com mais passes progressivos eficazes (9,4) e defensivamente completou 3,4 acções por 90 minutos.
Serge Gnabry 7.36 – De um pêndulo, passamos a um desequilibrador. Gnabry fez oito golos e uma assistência em sete jogos na caminhada quase imaculada dos germânicos no Grupo C. Um jogador sem cerimónias no momento de rematar, terminando com 4,5 disparos a cada 90 minutos.
İlkay Gündoğan 7.09 – O médio tem actuado em zonas bem adiantadas no terreno e isso permitiu-lhe terminar a fase de apuramento com três golos e duas assistências em cinco jogos, com destaque para a excelente qualidade no passe (92%). Fixou o máximo de acções com bola num jogo, 182, na visita à Estónia.
🇦🇹 Áustria
Konrad Laimer – Médio-centro

Segunda no Grupo G, a Áustria teve em Laimer um pilar do seu futebol, em especial a construir jogo para os seus colegas. Foram três assistências do jogador dos alemães do Leipzig, que foi também um trabalhador incansável, com 3,6 acções defensivas completas ao longo da campanha. Os seus 3,6 desarmes por partida foram o quarto valor mais alto, e as 8,1 recuperações o 14º, sendo que fixou o recorde de acções defensivas no meio-campo contrário num só jogo (12).
Valentino Lazaro 6.49
Marcel Sabitzer 6.49
🇧🇪 Bélgica
Kevin De Bruyne – Médio-ofensivo

O melhor rating de toda a qualificação pertenceu a Kevin De Bruyne. O médio-ofensivo não brilha apenas no City, mas também nos “diabos vermelhos”, tendo registado quatro golos e incríveis seis assistências em somente 476 minutos em campo – o máximo, de sete, ficou na posse de vários jogadores, mas De Bruyne foi o segundo com mais por 90 minutos (1,1). Na média de passes para finalização (4,9) também foi o segundo, mas liderou nas ocasiões flagrantes criadas (1,7) e foi o segundo médio em remates por jogo (4,5).
Eden Hazard 8.45 – Numa selecção que é uma verdadeira constelação de estrelas, Hazard – que anda com… azar no Real Madrid – terminou também com um rating extraordinário, ele que foi um dos jogadores com mais assistências (7, fruto de 4,6 passes para finalização, terceiro valor mais alto). Terceiro com mais tentativas de drible (7,4), foi o que completou mais destes lances (4,7).
Dries Mertens 6.75 – O extremo do Napoli não chegou aos patamares dos dois anteriores colegas, mas foi sempre um dos mais importantes jogadores de ataque, com dois golos e outras tantas assistências.
🇭🇷 Croácia
Bruno Petković – Ponta-de-lança

A Croácia dominou o Grupo E e a figura foi um nome algo diferente do habitual nos vice-campeões do Mundo. Bruno Petković, atacante do Dínamo Zagreb, foi o goleador de serviço da equipa, com quatro tentos (e também uma assistência), graças à sua facilidade no remate. Foram 4,0 disparos por jogo, o máximo entre jogadores da sua selecção.
Ivan Perišić 6.77 – O jogador do Inter joga mais encostado às alas, mas isso não o impede de ter feito três golos e ter terminado esta fase com 3,9 remates por 90 minutos.
Luka Modrić 6.76 – O cérebro da Croácia continua a ser o de Modrić. O “merengue” fez dois golos e uma assistência e destacou-se nos passes para finalização (3,1 p/90m).
🇩🇰 Dinamarca
Christian Eriksen – Médio-ofensivo

Apesar de estar a sentir dificuldades de afirmação no Inter, Christian Eriksen continua a ser a alma da Dinamarca. Em oito jogos foram cinco golos e três assistências, representando 35% dos tentos dinamarqueses enquanto esteve em campo. O médio rematou (3,3), com qualidade (46% enquadrados), e foi um municiador incansável no ataque, terminando a qualificação com 5,1 passes para finalização, o máximo desta fase.
Martin Braithwaite 6.73
Thomas Delaney 6.46
🏴 Escócia
Ryan Christie – Extremo-direito

Os escoceses conseguiram, nos penáltis do “play-off” frente à Sérvia, apurar-se para o seu primeiro Euro desde 1996, altura em que disputaram o certame em Inglaterra. Ao longo da campanha, o extremo do Celtic foi, de longe, o mais preponderante, terminando com dois golos e outras tantas assistências em sete partidas, com destaque para os 3,4 remates por encontro e os 3,0 passes para finalização. Um desequilibrador com uma entrega assinalável ao jogo.
John McGinn 6.66
James Forrest 6.19
🇸🇰 Eslováquia
Martin Dúbravka – Guarda-redes

Nem todas as selecções têm um Ronaldo ou o Lewandowski. Algumas têm de usar outro tipo de armas, como é o caso da Eslováquia, que teve em Martin Dúbravka a sua principal figura. O guarda-redes terminou a qualificação com uma média de 4,5 defesas por encontro, sexto valor mais alto entre guardiões, correspondendo a 77% remates enquadrados defendidos, sendo que travou 81% dos disparos na sua grande área, terceiro registo mais alto. O homem do Newcastle recolheu ainda 83% das saídas pelo ar.
Juraj Kucka 6.25
Marek Hamšík 6.22