É hoje a grande final do EURO 2020. Itália e Inglaterra defrontam-se em Londres, no Estádio de Wembley para definir o sucessor de Portugal como campeão da Europa. O factor-casa pode ter um peso decisivo no desfecho de um encontro que, como quase sempre nestes casos, é imprevisível, mas como esse factor não é propriamente quantificável em termos de desempenho estatístico, deixamos essa avaliação para outros.
Esta será a décima final de Itália numa grande competição (seis em Mundiais, quatro em Europeus), a segunda de Inglaterra (venceu o Mundial de 1966). Olhando mais a fundo no histórico reparamos que Itália nunca perdeu frente a Inglaterra num grande torneio, com três vitórias e um empate no registo – 1-0 no EURO 1980, 2-1 nos Mundiais de 1990 e 2014, empate a zero antes de vencer nos penáltis no EURO 2012. Aliás, os ingleses ganharam apenas dois dos últimos 14 jogos com Itália, com sete derrotas pelo caminho, e os dois sucessos foram em amigáveis. Em encontros oficiais contam com um triunfo em oito encontros. Historicamente a situação não favorece os “três leões”.
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As duas formações chegam a esta fase com números algo distintos, características e filosofias de jogo totalmente diferentes, mas uma coisa que os une, a solidez defensiva. Esse deverá ser um pormenor importante neste jogo, que fará com que os detalhes e um punhado de momentos específicos possam decidir tudo. Mas nada como olhar para as stats.

Frente a frente estarão o terceiro melhor ataque da prova, Itália (12), contra o quarto melhor, Inglaterra (10), e em confronto estarão duas defesas competentes, com os ingleses a serem a melhor de todas, com apenas um sofrido, enquanto os transalpinos estão entre as segundas selecções com menos concedidos (3). Estas são também duas formações que permitem poucos remates, Itália uma média de 7,6 por 90 minutos (terceiro valor mais baixo), Inglaterra cerca de 8,7 (4º), e os britânicos são mesmo os que menos remates deixam acontecer na sua grande área (3,9) – Itália com 4,4.
Manda o bom-senso percebermos que este jogo tem tudo para ser táctico, muito táctico – a “praia” de Itália – e com poucos golos, apesar de os números ofensivos apontarem para uma espécie de “avesso” nas tradicionais características das equipas. Se é conhecida a apetência italiana pela coesão defensiva e a inglesa pela vertigem ofensiva, os dados dos últimos cinco jogos (ver infografia acima) mostram uma certa inversão nesses dados. Inglaterra aparece com números superiores na sua generalidade, mas no ataque há uma diferença clara, com Itália a ganhar em toda a linha na média de remates realizados (16,8 contra 9,8). Esse facto, em conjunção com outros, pode dar pistas sobre como será o jogo.
Apesar de não ser uma equipa declaradamente dominadora, Inglaterra surge aqui com uma média de posse de bola superior e, jogando perante o seu público, é mais com que expectável que assuma as despesas da partida. Apesar de ter sido impositiva na maior parte do torneio, Itália mostrou, frente à Espanha, que sabe jogar recuada e é mesmo a formação que mais golos marcou em contra-ataque. Os transalpinos somam 12 remates e três golos na sequência de transições rápidas em zonas adiantadas do terreno (a 40 metros ou menos da linha de golo adversária), e ou Inglaterra previne-se para estas situações ou pode ver-se em sérios apuros.
Quem está em melhor forma
Olhando para os desempenhos individuais, entre jogadores com mais de 300 minutos de utilização, estes são os nomes em melhor forma, incomparáveis em termos estatísticos – e não só: Lorenzo Insigne e Harry Maguire. Dois elementos que acabam por sustentar os dados que apresentámos anteriormente.
Maguire é o rosto da solidez defensiva dos “três leões”, a tal melhor defesa com apenas um golo sofrido. Insigne representa a grande capacidade italiana para recuperar e colocar a bola rapidamente no último terço e em zonas de finalização, as trais transições rápidas e extremamente perigosas. O jogador do Napoli soma dois golos na competição, Maguire um e números defensivos – intercepções, duelos aéreos defensivos – de respeito.
Os homens a quem se pedem golos
Os golos são o “sal do futebol”, frase feita de muitos anos, e a verdade é que serão eles a decidir o próximo campeão europeu. Olhos postos, portanto, em dois dos avançados em acção nesta partida. Ciro Immobile é algumas vezes criticado por não ser, na “azzurra”, o goleador que é ao serviço da Lazio, e esse facto ganha sustentação neste EURO. Contudo, tem participação directa em tantos golos quanto a grande estrela de Inglaterra, Harry Kane.
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O italiano soma dois tentos e duas assistências, participando directamente em quatro golos, tantos quanto Kane marcou no torneio, embora este último apenas tenha aberto a sua contagem pessoal apenas nos oitavos-de-final. Será que o inglês (ou o italiano), vão “molhar a sopa” neste encontro histórico?