Libertadores 2019 | À terceira é de vez, Jesus?

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Aí está o grande jogo, que prende todas as atenções e paixão na América do Sul, a final da Copa Libertadores. A partida decisiva da edição de 2019, este sábado às 20h00 portuguesas, coloca em confronto Flamengo e River Plate – o actual detentor do título -, num duelo entre emblemas das duas principais potências futebolísticas continentais, Brasil e Argentina. Por isso mesmo, a antecipação é grande nestes dois países, mas também em Portugal, pois Jorge Jesus pode confirmar com um título continental a excelente carreira que vai fazendo ao serviço do clube do Rio de Janeiro, ele que deixou escapar dois, ao serviço do Benfica, na Liga Europa.

O River é considerada, por muitos, a melhor equipa da América do Sul, mas terá pela frente um Flamengo que sofreu um autêntica revolução com as ideias e métodos do treinador português e que surge em grande forma, após algumas exibições arrasadoras. Assim, e antes de arriscar uma aposta para esta partida, é importante olhar para as estatísticas dos dois emblemas, a começar pelo que ambos conseguiram nos últimos cinco jogos.

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O River é uma equipa que, quando precisa, não tem pejo em ser “cínica” e jogar um futebol menos bonito e mais pragmático, no erro do adversário, fechando-se bem antes de chegar ao último terço com qualidade e perigo. Talvez por isso as estatísticas dos últimos desafios pendam um pouco mais para a equipa de Jorge Jesus, ainda que de forma marginal, na posse de bola, nos duelos aéreos e, de modo mais acentuado, no acerto do remate, com a equipa brasileira a apresentar quase o dobro dos disparos enquadrados a cada 90 minutos, apesar da cadência semelhante entre as equipas, no que toca a remates totais.

Se olharmos para toda a campanha, e não apenas os últimos encontros, os números mudam, com o River a totalizar 15,8 remates a cada 90 minutos, contra 13,4 do Flamengo, notando-se, portanto, uma diminuição nos disparos nas fases mais adiantadas da prova – o que se entende dada a qualidade maior dos adversários.

O Flamengo surge na final com 3,0 ocasiões flagrantes criadas, contra 2,1 dos argentinos, e com melhor aproveitamento (33% para os brasileiros, 20% para o clube de Buenos Aires), embora com valores semelhantes nos passes para finalização (10,8-10,2). A vantagem argentina no ataque surge claramente na maneira como conseguem rematar de forma muito colocada, cerca de 23%, para somente 9% dos brasileiros.

A grande dificuldade do River Plate poderá ser no momento do drible, uma vez que o “Mengão” chega a este jogo com 63% de eficácia nestes lances na prova (48% dos argentinos), mas a formação de Marcelo Gallardo é muito forte no meio-campo e defesa, pelo que será aqui que poderá ganhar ascendente. Com mais desarmes (18,1 contra 15,8), recuperações de posse (68,0 vs. 54,7) e até intercepções (10,6-9,9), não é de estranhar que este seja um encontro de domínio e ataque do Flamengo e tentativa – mais uma vez – do River em jogar no erro adversário. Têm a palavra os “artistas”.

Desequilibradores do “Mengão”

Muitos são os jogadores do Flamengo que podem fazer a diferença, tendo em conta as últimas prestações. Gabriel Barbosa, com sete golos, é o melhor marcador da competição até ao momento, mas no cômputo geral são outros dois jogadores a apresentarem desempenhos individuais superiores.

Bruno Henrique é, não só o jogador em melhor forma na equipa de Jorge Jesus nos últimos cinco jogos, como é dos melhores nas estatísticas globais. O brasileiro chega à final com cinco golos e outras tantas assistências em 12 partidas, e com excelentes números de remates (3,2 a cada 90 minutos) e tentativas de drible (3,9, com 51% de eficácia).

Giorgian de Arrascaeta é outro caso sério. O uruguaio pode ter só um golo e duas assistências em dez partidas, mas enquadrou 67% dos remates que fez, fez 3,2 passes para finalização até ao momento e completou 2,9 dribles – partindo da esquerda ou do meio, é um perigo à solta.

A força do “miolo” argentino

O lateral Milton Casco pode ser o jogador em destaque nos últimos cinco jogos do River Plate, mas é no meio-campo que reside a força dos “millonarios”, pelo que destacamos dois jogadores com excelentes desempenhos acumulados ao longo da prova.

Ignácio Fernández está em todo o lado. O médio tem três golos e duas assistências em 12 jogos e, para além da energia que empresta ao jogo, é de todos os jogadores das duas equipas com mais de 540 minutos aquele que mais tenta o drible, nada menos que 6,1 vezes (3,1 no último terço), com eficácia em 47% (2,9), registando ainda 2,6 acções defensivas completas.

O outro poço de energia é Nicolás de la Cruz. O uruguaio é o jogador em análise (mais de 540 minutos) com mais desarmes (3,2), regista ainda 8,2 recuperações de posse, e na frente não hesita em rematar com regularidade (2,9). No drible é um dos mais activos, com 5,9 a cada 90 minutos, embora com uma eficácia de 37%. Um jogador que surge um pouco por todo o lado no meio-campo ofensivo e é excelente no transporte de bola.

Factos e curiosidades

  • Gabriel Barbosa, ou Gabigol, leva sete golos e é o melhor marcador da prova. Ao todo soma 29 tentos em 37 presenças na competição.
  • Nos últimos seis jogos do River Plate na Libertadores foram marcados menos de três golos – entre os próprios e os dos seus adversários.
  • Por seu turno, o Flamengo não sofreu golos em cinco dos últimos sete desafios na competição, o que ajuda a justificar outro facto relevante: o emblema brasileiro não perde há cinco jogos na Libertadores.
  • Esta será a 15ª final da Libertadores entre equipas de Brasil e Argentina, com os últimos em vantagem com nove vitórias. Contudo, os dois últimos duelos entre os dois países caíram para o lado brasileiro, com o Corinthians a bater o Boca Juniors em 2012 e o Grêmio a derrotar o Lanus em 2017.
  • O River vai disputar a sétima final e, após perder as primeiras duas (1966 e 1976), arrecadou as quatro últimas – Gallardo venceu as últimas três (como jogador em 1996).
  • Por seu turno, o Flamengo vai disputar apenas a segunda final, tendo ganho em 1981, na sua única presença.
  • No confronto directo, o River não perdeu nenhum dos últimos seis embates com o Flamengo, incluindo na fase de grupos da época passada, e não saiu derrotado nos últimos cinco ante oponentes do Brasil. O Flamengo perdeu duas vezes em 14 embates com clubes argentinos.

Nota: As odds utilizadas são provenientes da Bet.pt e referentes à data de redacção dos prognósticos. Boa sorte e jogue com responsabilidade.

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