A pandemia deixou Março a meio e acomodou um grande número de jornadas num curto espaço de tempo. Como consequência, não houve “onze do mês” para as duas jornadas que se tinham jogado após a publicação do “onze” de Fevereiro, e foram cinco as rondas que couberam no mês de Junho.
Quem não perdeu a forma, apesar do longo hiato, foram Sérgio Oliveira e Marcus Edwards. Estes são os únicos dois repetentes em relação ao último “onze” mensal, e o inglês soma mesmo a terceira nomeação em quatro meses, candidatando-se claramente ao melhor XI da época. Neste momento, só Pizzi e Bruno Fernandes apareceram mais vezes (quatro) nas sete selecções mensais publicadas até ao momento.
De resto, Junho trouxe sete estreias individuais, e ainda não foi desta que o Aves conseguiu uma nomeação, sendo a único clube ainda ausente destas andanças. Vamos aos eleitos!

- Mateus Pasinato (Moreirense) 6.38 – No mês em que foi anunciada a sua compra definitiva por parte do Moreirense, o guardião brasileiro bateu a concorrência por larga margem. Helton Leite, o segundo melhor guarda-redes neste período, ficou a 0.33 de Mateus Pasinato. Com 4,2 defesas por jogo e uma percentagem de remates enquadrados defendidos de 88%, Pasinato obteve os melhores registos em cada um destes parâmetros e ainda brilhou nos pontapés de baliza.
- Alex Pinto (Gil Vicente) 6.25 – Numa altura em que muito se discute as laterais do Benfica, o jovem lateral emprestado ao Gil Vicente mostrou que pode ser solução. Em Junho fez uma assistência, foi o segundo lateral-direito com mais intercepções (2,3 / 90m) e não perdeu nenhum duelo aéreo defensivo.
- Sebastián Coates (Sporting) 6.61 – Sempre muito criticado, sobretudo após o ciclo de autogolos e grandes penalidades cometidas, Coates foi em Junho o esteio da jovem defesa de Rúben Amorim. O golo que marcou ao Belenenses contribuiu para o rating, mas as suas exibições foram de alto gabarito, com sucesso de 60% nos passes longos e 83% nos duelos aéreos defensivos.
- Willyan Rocha (Portimonense) 6.27 – A chegada de Paulo Sérgio trouxe nova vida a Willyan, que correspondeu com grandes exibições. Tal como Coates, também marcou um golo, mas foi além disso, ao completar os quatro dribles que tentou e ao terminar o mês com uma média impressionante de 4,5 intercepções a cada 90 minutos.
- Henrique Gomes (Gil Vicente) 6.65 – Segunda presença em três meses para o jovem lateral gilista que, a continuar assim, vai atrair muito mercado. Henrique Gomes marcou, assistiu, teve sucesso de 50% nos cruzamentos, 100% nos dribles, e ainda ganhou quase três faltas a cada jogo. Defensivamente, foi também brutal na antecipação, com 3,7 intercepções por jogo.
- Julian Weigl (Benfica) 6.95 – Ao contrário da equipa, melhorou e muito o seu rendimento após a retoma do campeonato. Além do inédito golo de cabeça que deu a vitória em Vila do Conde, Weigl terminou este ciclo de cinco jogos com uma eficácia de passe de 94%, que desceu apenas para 85% nos passes longos e 74% nos verticais. Defensivamente esteve bem mais activo, com 8,7 acções por jogo e, ao contrário dos primeiros tempos de “águia” ao peito, foi driblado apenas três vezes.
- Sérgio Oliveira (Porto) 7.36 – Já é peça fundamental nesta equipa do Porto. Mesmo quando a equipa jogou pouco, Sérgio Oliveira manteve rendimento elevado, e terminou Junho com um golo, uma assistência e uma incrível média de 4,6 passes para finalização a cada 90 minutos, apesar de muitos deles serem de bola parada. Ainda venceu praticamente todos os duelos defensivos e terminou com 70% de eficácia no passe longo.
- Marcus Edwards (Vitória SC) 7.14 – Sério candidato a uma das figuras da temporada, o inglês voltou a deslumbrar no regresso à competição. Apareceu mais rematador do que é o costume (2,4 / 90m) e acabou por marcar dois golos, mas é no drible que os seus números “rebentam” com a concorrência. Desta vez foram oito tentativas por jogo, com 60% de eficácia, sendo que a maior parte deles ocorrem no último terço do campo.
- Bruno Tabata (Portimonense) 7.02 – Toda a gente lhe reconhece enorme talento, mas o Tabata de Junho foi bem mais do que isso. Marcou um golo, ofereceu outros três e teve 44% de sucesso nos cruzamentos e 67% nos dribles. No entanto, foi sem bola que apareceu um Tabata bem mais ligado ao jogo, recuperando várias posses em zonas altas (2,4 / jogo) que contribuíram, e muito, para a melhoria da equipa.
- Jovane Cabral (Sporting) 7.43 – A grande surpresa da retoma, que assegurou rating suficiente para ser o melhor do mês. Clique aqui para conferir os seus feitos, em artigo próprio.
- Douglas Tanque (Paços de Ferreira) 6.79 – Finalmente teve uma sequência apreciável de titularidades consecutivas e correspondeu com golos, muitos. Foram quatro, de várias formas e feitios, mas destacou-se também pela superioridade aérea. Pêpa faz dele um alvo de bolas longas, e o brasileiro teve 53% de sucesso nos 61(!) duelos aéreos ofensivos que disputou durante o mês.
Menções honrosas
Entre os melhores neste período, mas que, por uma ou outra razão, não couberam neste “onze”, estão estes craques:
- Rúben Ribeiro (Gil Vicente) 7.09 – Está de volta ao futebol português e não parece ter perdido nenhuma das qualidades. Apenas cinco minutos a menos o impediram de entrar no “onze”.
- Tecatito Corona (Porto) 6.70 – É já o preferido dos adeptos portistas e tem mantido uma regularidade impressionante. Em Junho somou mais dois golos e uma assistência.
- Otávio Monteiro (Porto) 6.69 – Outro “pau para toda a obra” de Conceição, que não sabe jogar mal.
- Bebeto (Marítimo) 6.38 – Tem alternado com Nanu a titularidade na lateral-direita, e responde bem sempre que é chamado. Somente 75 minutos separaram-no deste “onze” mensal.
- Emmanuel Hackman (Portimonense) 6.23 – Outro jogador reinventado por Paulo Sérgio que ficou bastante perto do lugar de Alex Pinto.
Parabéns aos eleitos!
Descobre os anteriores “onzes” do mês GoalPoint neste link.
Nota metodológica: O “onze” foi elaborado de acordo com o GoalPoint Rating médio dos jogadores que cumpriram mais de 300 minutos na Liga NOS, no período em questão.