Após ter vencido o prémio de treinador do mês, na figura de Abel Ferreira, o Braga é também o grande dominador no “onze” ideal de Março. Os “guerreiros do Minho” colocam quatro jogadores, três deles em estreia, num conjunto marcado também por uma linha de quatro defesas 100% brasileira. Mas vamos aos motivos que levaram estes jogadores a serem destaque nas últimas quatro jornadas.
- Mário Felgueiras (Paços Ferreira) 6.40 – Aos 31 anos, o guarda-redes do Paços está a ter a sua época mais regular na Primeira Liga. O mês de Março ficou marcado pela boa exibição frente ao FC Porto 7.2, mas não só. Felgueiras defendeu 82% dos 14 remates que enfrentou, entre eles uma grande penalidade, e teve sucesso nas oito saídas da baliza que arriscou, quatro pelo ar e outros tantos pelo solo.
- Patrick Vieira (Vitória Setúbal) 6.17 – Bendita a hora em que recuperou da lesão que lhe levou quase meia época, dirá José Couceiro e os adeptos vitorianos. Patrick regressou à competição em Janeiro e conquistou de imediato a titularidade, tendo provado no último mês o porquê de o Benfica o ter contratado no Verão. Um golo, uma assistência, dois dribles eficazes e 4,5 faltas sofridas a cada jogo mostram o quão importante foi na manobra ofensiva dos sadinos.
- Raphael Rossi (Boavista) 6.39 – Já restam poucas dúvidas de que é um dos melhores centrais da nossa Liga. Uma exibição fabulosa no Dragão 7.9 valeu-lhe o prémio de melhor em campo, apesar da derrota, mas só a consistência garantiu que fosse o melhor defesa-central no mês de Março – 5,3 intercepções, 2,3 desarmes e 6,8 alívios a cada jogo colocam-no no “top 5” dos centrais em cada uma das variáveis.
- Bruno Viana (Braga) 6.24 – Esteve nas “bocas do mundo” pelo valor (€3M) que o Braga pagou para garantir o seu passe, mas não podia ter escolhido melhor altura para provar o acerto da contratação. Nas últimas quatro jornadas, Bruno Viana marcou tantos golos como sofreu (um), ainda fez uma assistência e continua a série de jogos sem consentir qualquer drible aos adversários. Vai ser um caso sério.
- Jefferson (Braga) 6.38 – Outro brasileiro da defesa do Braga, este repetindo a presença de Outubro/Novembro. Apesar de não ter alinhado no jogo mais marcante do mês, contra o ainda detentor do seu passe, o Sporting, Jefferson esteve em grande nível nos outros três jogos, somando outras tantas assistências. Defensivamente também esteve em bom plano, com 2,7 desarmes a cada jogo, registo só igualado por Nélson Lenho entre os laterais-esquerdos.
- Héctor Herrera (Porto) 6.63 – O mês de Março não correu bem ao FC Porto, que ainda assim consegue incluir um representante. O mexicano falhou o jogo de Paços de Ferreira e isso notou-se, mas nos outros três marcou (um), assistiu (um) e ficou no “top 10” de médios com mais desarmes (2,7 / 90m), intercepções (2,3 / 90m) e recuperações de posse (7,3 / 90m). Como se tal não bastasse, teve sucesso em seis das sete tentativas de drible que arriscou.
- Andrija Zivkovic (Benfica) 6.71 – Convertido em médio-centro, o extremo sérvio tem continuado a mostrar o seu enorme talento e o desperdício que foi tê-lo tanto tempo de fora. Um golo e uma assistência até parecem pouco para o que produziu, mas basta dizer que criou 2,3 situações de finalização e 1,3 passes de ruptura (quase o dobro do segundo melhor registo) a cada 90 minutos, para ficar bem claro o poder da sua criatividade. Nas acções individuais, o sérvio teve sucesso em 67% dos 12 dribles que tentou.
- Ricardo Horta (Braga) 7.00 – Não fosse Jonas, teria sido o (justo) melhor jogador do mês. Com cinco golos e três assistências (dos 14 golos que o Braga marcou), registou uma acção directa para golo a cada 44 minutos! Apesar de esse não ser o seu forte, teve ainda sucesso nos quatro dribles que tentou e ainda esteve muito forte a defender, com 2,3 passes bloqueados a cada 90 minutos, melhor registo do mês.
- Tozé (Moreirense) 6.75 – Vendo a época que está a fazer, é difícil perceber como o Vitória de Guimarães emprestou um jogador deste calibre. Três golos e uma assistência foram o seu pecúlio em quatro jogos, num mês em que só Jonas e Paulinho remataram mais que ele (4,0 / 90m). Os seus grandes números não param por aqui, tendo sido ainda o médio com mais passes para finalização a cada 90 minutos (2,4).
- Paulinho (Braga) 6.70 – A meio do mês defendemos aqui que seria um nome a merecer avaliação para a selecção nacional, dada a escassez de pontas-de-lança portugueses em boa forma. Paulinho não foi chamado, mas não parou de nos provar certos. Três golos, duas assistências e dois prémios de melhor em campo em quatro jogos, um deles na vitória sobre o Sporting, onde só faltou mesmo marcar. Após 20 golos na época passada, já vai em 14 esta temporada. Fernando Santos tem mesmo que estar atento.
- Jonas (Benfica) 7.23 – O melhor do mês de Março, depois de já o ter sido em Setembro. O “Pistolas” marcou um golo a cada 58 minutos e continua a somar golos improváveis.
Menções honrosas
Entre os melhores no mês de Março, mas que, por uma ou outra razão não couberam neste “onze”, estão estes craques:
- Rúben Ribeiro (Sporting) 6.79 – É tão incompreensível o pouco tempo de jogo que tem tido como foi a sua súbita entrada no “onze” leonino. Faltaram-lhe 40 minutos para entrar neste grupo, mas sempre que esteve em campo esteve em bom plano.
- Miguel Silva (Vitória Guimarães) 6.53 – Com a lesão de Douglas voltou à titularidade e tem estado em muito bom plano. Defendeu 77% dos remates que enfrentou e foi 100% eficaz nas sete saídas pelo ar.
- Babanco (Feirense) 6.40 – Tem sido das poucas coisas boas da versão 17/18 do Feirense e, em Março, contribuiu com dois golos para a esperança que ainda resta aos “fogaceiros”.
Parabéns aos eleitos!
Nota metodológica: “Onze” elaborado tendo em conta o GoalPoint Rating médio de todos os jogadores que cumpriram um mínimo de 240 minutos na Liga NOS em Março.