Marrocos 🆚 Espanha | Bono canta na baliza “adiós la roja”

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Incrível. A Espanha, uma das favoritas à vitória final, está fora do Mundial de 2022. Ante uma surpreendente selecção de Marrocos, a “la roja” quase jogou sozinha, tendo em conta a quantidade de passes, a posse de bola e as acções, mas esbarrou numa formação do norte de África que esteve perfeita a defender, muito perigosa nos contra-ataques e que surpreendeu tudo e todos ao vencer no desempate por grandes penalidades, por categóricos 3-0. O guardião Bono foi herói de uma equipa que irá agora defrontar Portugal ou Suíça nos quartos-de-final.

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Quando ter a bola não vale de nada

Jogo muito animado e, quem esperava um massacre espanhol, enganou-se redondamente. A “la roja” teve sempre mais bola, muito mais, mas as transições marroquinas foram sempre perigosas e objectivas, com combinações que colocavam a bola na frente em poucos passes. Assim, os magrebinos terminaram a primeira parte com mais remates que Espanha (3-1) e com o único enquadrado, e uma desvantagem de somente duas acções com bola na área contrária.

O melhor no primeiro tempo era o médio-esquerdo marroquino Sofiane Boufal, com um GoalPoint Rating de 6.0. O jogador do Angers registava dois cruzamentos de bola corrida eficazes em três, mais três desarmes e excelentes cinco dribles completos em seis.

No segundo tempo a Espanha corrigiu posicionamentos, ampliou sobremaneira o seu domínio territorial e limitou bastante as saídas marroquinas em contra-ataque, contudo, a turma do norte de África também se soube adaptar e fechou-se bem. Resultado: uma segunda parte com ainda menos ocasiões de golo, com muitos passes de uma formação espanhola muito subida, mas sem intensidade e rasgo, pelo que o jogo encaminhou-se, naturalmente, para o prolongamento.

Nesta fase o encontro abriu um pouco e Marrocos poderia ter marcado numa grande ocasião de Walid Cheddira, aos 104 minutos, que Unai Simón travou com uma grande defesa. De repente deixava de haver favoritos e tudo podia acontecer. E quase aconteceu no último lance do prolongamento, com o recém-entrado Pablo Sarabia, de ângulo apertado, a rematar, com a bola a raspar ainda no porte.

Tudo para penáltis… e aqui Sarabia acertou mais uma vez no poste, Soler permitiu a defesa de Bono, Unai Simón travou o de Benoun e Bono voltou a brilhar ao negar o pontapé de Busquets.

[ De nada valeu a Espanha acampar no meio-campo marroquino ]

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MVP GoalPoint: Rodri Hernández 👑

Muita posse, acções, passes, competência, mas acabou tudo por ser em vão para Espanha. E para Rodri, uma vez que este cenário aplica-se também ao central. O jogador do City foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.0, e os recordes foram imensos: 205 passes certos em 221 (95%), dez longos certos em 16, seis variações de flanco, 234 acções com bola, 11 recuperações de posse, oito duelos aéreos ganhos em nove. Uff.

Outros Ratings 🔺🔻

Marrocos

Azzedine Ounahi 6.2

Azzedine ajudou a azedar a noite espanhola. O médio foi o melhor dos marroquinos, com uma ocasião flagrante criada, um passe de ruptura, nove recuperações de posse e quatro desarmes (um dos máximos).

Romain Saïss 6.2

O central esteve sólido ante a “la roja”, tendo acumulado dez recuperações de posse e 11 alívios, máximo da partida.

Espanha

Unai Simón 6.2

Espanha pode ter tido o jogo todo do seu lado, a bola e tudo o mais, menos no perigo criado. Marrocos enquadrou dois dos seus seis remates e Simón teve de brilhar, evitando 0,8 golos (defesas – xSaves).

Pedri 6.1

Mais um caso de muita posse em vão. Pedri acertou 131 de 145 passes (90%), 12 de 13 longos, acumulou 168 acções com bola, nove recuperações de posse, quatro bloqueios de passe e três acções defensivas no meio-campo contrário. De nada valeu.

Pedro Tudela
Pedro Tudela
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.