Matheus Nunes: os mapas e factos de um recital natalício 🎅🏻

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O Sporting foi à Luz dar uma “masterclass“. E se o catedrático foi Rúben Amorim, é caso para dizer que o assistente foi Matheus Nunes, e repetente. O médio-centro leonino voltou a brilhar num dérbi (já tinha decidido um, na época passada), assistiu, marcou e fez muito mais, continuando a dar sustento à profecia do seu presidente, que certo dia disse que o luso-brasileiro valorizaria o suficiente para pagar, sozinho, o custo da aposta em Rúben Amorim.

[ Os destaques numéricos de Matheus Nunes, o MVP do dérbi ]

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O condutor do “bólide verde” na Luz

Jorge Jesus colocou André Almeida como terceiro central pela direita e apostou (inicialmente) em Lázaro para cobrir e atacar o seu corredor. A coisa não corria bem e ao intervalo Jesus mexeu (Lázaro recolheu ao banco) e voltaria a mexer (Gilberto saltou do banco aos 74′), mas nada havia a fazer: o Sporting explorou com mestria os desequilíbrios “encarnados”, precisamente por esse corredor, e adivinhe lá quem aproveitou esse “parque de diversões” com mestria? Matheus Nunes, claro está.

[ O posicionamento médio de Matheus (8) confirma o foco no corredor esquerdo e sai confirmado pelo mapa das conduções com que desequilibrou o Benfica ]

A propensão de Matheus Nunes para desequilibrar através da condução aproximativa não é novidade mas o internacional aproveitou o dérbi para terminar o jogo com o registo máximo neste capítulo entre os “leões” (5). Aliás, foi precisamente na sequência de duas dessas conduções aproximativas que (primeiro) assistiu Paulinho e (depois) marcou o terceiro golo leonino. Se o Sporting foi à Luz fazer de bólide, então Matheus foi o seu magistral condutor, com a bola nos pés.

Se as conduções (e seu desfecho) foram o ponto forte do dérbi de Matheus, isso não significa que tenham sido o único dado a merecer destaque.

[ O mapa de passes e de acções defensivas de Matheus ]

O médio não foi perfeito no passe, não tanto pela eficácia (75% em 28 tentados), natural num jogo com estas características, mas pelo facto de ter somado ainda três falhas em zona de risco, já no seu meio-campo defensivo. Mas mais do que isso importa perceber, no mapa de entregas, que a concentração do seu jogo pela esquerda ofensiva leonina foi uma realidade.

A localização das suas cinco acções defensivas não só confirma mais uma vez um Matheus apostado em minar o corredor direito “encarnado”, como guarda uma curiosidade que casa com a ideia de um “leão” sempre pressionante, a não deixar o Benfica respirar muito tempo, com bola. Matheus somou mais trabalho defensivo já no meio-campo benfiquista (3) do que propriamente no seu (2). Melhor só mesmo Ugarte, com oito acções defensivas bem-sucedidas para lá da linha de meio-campo (ninguém somou mais esta época, contra o Benfica, num jogo).

E no outro flanco?

O artigo é sobre Matheus e como explorou o corredor direito do Benfica para dinamitar a “águia”, mas, no corredor oposto, há outro nome que merece atenção pela forma como, no plano defensivo, anulou as pretensões de Grimaldo e Everton. Falamos de Pedro Porro.

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O lateral espanhol destaca-se quase sempre pelo trabalho ofensivo, mas, desta feita, brilhou pelos números de recuperações de posse, nada menos do que 14, o máximo da partida e por larga vantagem (exemplo: Matheus Nunes somou sete, Ugarte quatro). O espanhol não esteve sempre perfeito (ex.: consentiu seis dribles, dois deles já em zona de risco), mas ainda assim somou números defensivos “intratáveis”, com seis desarmes, três intercepções e três bloqueios de passe/remate. E a isso ainda juntou quatro conduções aproximativas, como dele se esperaria.

O Benfica não conseguiu usar os flancos com eficácia. Nos jogos de Matheus Nunes e Pedro Porro encontramos dois “culpados” (embora não os únicos) de tal impotência, para satisfação de Rúben Amorim, que continua a revelar-se progressivamente melhor do que encomenda.

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