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A fase de grupos do EURO 2020 chegou ao fim e com ele chegam também as primeiras sensações de que o grande evento entra já na recta final, o que provoca alguma nostalgia prematura. Ao mesmo tempo diz-nos que o “verdadeiro” EURO está agora a começar, com as melhores equipas a defrontarem-se em jogos que se esperam de grande qualidade. Até ao regresso da acção, este sábado, é hora de balanços.

Ao todo foram 36 jogos no Europeu até ao momento, que cobrimos exaustivamente, como só a GoalPoint o faz, e é chegada a altura do nosso tradicional “onze” GoalPoint Ratings. Confira os melhores executantes, num sistema de 4-3-3, entre jogadores com mais de 135 minutos de utilização, e uma lista de ratings extraordinários, que por um motivo ou outro ficaram de fora dos “titulares”. Ainda não á portugueses nas escolhas principais, mas acreditamos que vai mudar.

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Uğurcan Çakır (Turquia) 6.83 – A Turquia já está fora do EURO, mas o seu guarda-redes esteve em plano de evidência, sendo mesmo o jogador, entre todos os eliminados, com melhor rating acumulado. Çakır registou o máximo de defesas em termos absolutos, nada menos que 18, equivalentes a 69% de remates enquadrados defendidos, e fixou o máximo de defesas num jogo (7), contra a Suíça, e de defesas a remates na sua grande área (5), frente a helvéticos e País de Gales. É caso para dizer que a Turquia teria sido, para alguns, uma desilusão ainda maior, não fossem as luvas do seu guardião.

Daniel Wass (Dinamarca) 6.93 – Enquanto está a ser associado ao interesse do Sporting, o lateral da Dinamarca vai brilhando no EURO, registando o melhor rating da posição, quer à direita, quer à esquerda. Neste momento é o terceiro lateral com mais acções defensivas no meio-campo contrário (6), o quarto no terço intermédio (6) e regista já quatro passes para finalização.

Mats Hummels (Alemanha) 6.91 – O bom desempenho estatístico no sofrido empate com a Hungria a duas bolas, na terceira jornada, valeu-lhe um rating de 8.5, que o coloca indiscutivelmente entre as escolhas. O alemão começou o EURO a marcar um autogolo que ditou a derrota ante a França, mas tem vindo a crescer, registando já uma assistência. Entre centrais, Hummels lidera (a par do já eliminado polaco Bartosz Bereszyński) em intercepções (9), mas também em remates, com cinco, quatro dos quais na última partida.

Daley Blind (Países Baixos) 6.91 – Também na terceira jornada assistimos a uma tremenda prestação do Blind, defesa-central esquerdo dos Países Baixos. Frente à Macedónia do Norte registou um excelente 7.7, fruto, em especial, da grande qualidade no passe, fixando um novo recorde de passes verticais (47) num só jogo na prova. Até ao momento, o neerlandês fez 38 passes para o terço defensivo e acertou 100%, regista o máximo de passes aproximativos (33) entre centrais, o máximo de passes progressivos eficazes em termos globais e o terceiro valor em eficácia passes longos para o último terço (71%). Há uma razão extra para celebrar o desempenho de Blind: o holandês já usa um desfibrilhador cardíaco, um sinal de esperança para o maior infortunado do EURO, o dinamarquês Eriksen.

Joakim Mæhle (Dinamarca) 6.89 – Os dois laterais desta equipa pertencem à mesma selecção. Se Wass está à direita, Mæhle domina à esquerda. O jogador da Atalanta soma já um golo, marcado à Rússia, o mesmo adversário contra o qual fixou o máximo de dribles completos de um lateral (5). Neste momento soma oito, registando também o maior número de tentativas, e é o quarto em total de cruzamentos (17, com 25% de eficácia).

Jorginho (Itália) 7.05 – O arranque de EURO por parte de Itália não deixou ninguém indiferente, com um ataque demolidor e uma defesa de ferro (zero golos sofridos). Uma equipa que domina e controla os adversários como poucos tem em Jorginho um dos seus mais importantes elementos, em especial na ligação de todo o futebol. Entre os italianos é o que soma melhor eficácia de passe (94%), é o médio com mais intercepções (7) e desarmes (5). Extraordinária a exibição ante a Turquia.

Frenkie de Jong (Países Baixos) 7.32 – O médio do Barcelona é o rei do drible deste EURO até ao momento. Verdadeiro cérebro dos Países Baixos, De Jong soma 17 tentativas de drible, 13 completos (ambos máximos), e trabalha como poucos, liderando em acções defensivas no meio-campo contrário (12), no último terço (7) e é o segundo médio em recuperações de posse (25). O coração da “laranja”, regressada aos grandes palcos. Regista o segundo rating mais alto nesta fase…

Manuel Locatelli (Itália) 7.46 – … porque o mais alto pertence a um italiano. Manuel Locatelli tomou de assalto o EURO e o futebol italiano, provando no palco da selecção o que vinha mostrando ao serviço do Sassuolo, na Serie A. Incrível a prestação frente à Suíça, com dois golos, muita certeza no passe e uma grande área de terreno coberta.

Pablo Sarabia (Espanha) 7.13 – A “la roja” tem sido um caso à parte neste EURO. Poucas equipas tratam a bola e fazem-na circular como a formação espanhola, com um futebol envolvente, mas tirando o jogo com a Eslováquia, a sua competência ofensiva parece algo arredia. Ainda assim, Pablo Sarabia tem sido dos jogadores que melhor têm conseguido encontrar o caminho das balizas, somando um golo e uma assistência, sendo dele o remate à barra que acabou depois no autogolo caricato de Martin Dúbravka. Neste momento só Gareth Bale (5) tem mais ocasiões flagrantes criadas do que Sarabia (3).

Emil Forsberg (Suécia) 6.95 – Na ausência de Zlatan Ibrahimovic, o criativo do Leipzig assumiu um protagonismo incontestado na selecção da Suécia. Forsberg foi, na derradeira jornada, um verdadeiro “quebra-cabeças” para a Polónia, sendo o responsável pelo afastamento da equipa de Paulo Sousa, com dois golos e seis passes ofensivos valiosos. Neste momento soma três golos e nele estão depositadas as esperanças suecas.

Memphis Depay (Países Baixos) 7.23 – Veloz, imprevisível, potente fisicamente. Depay é a estrela do ataque da “laranja”, soma já dois golos e uma assistência e é o quarto jogador com mais acções com bola na área adversária (21). Terceiro mais rematador do EURO, soma 11 disparos, dos quais dez de bola corrida, o valor absoluto máximo, e é o quinto com mais tentativas de drible (15), com sucesso em sete. Não espanta o Barcelona ter feito tudo para garantir o seu concurso.

Outros Ratings Extraordinários

Sem limite de minutos, mas com impacto num ou noutro momento neste EURO, destacamos mais oito jogadores, que não entram no “onze” por não terem os minutos suficientes ou o rating alto ao ponto de desalojar outros.

Não poderíamos deixar de começar por um português. Cristiano Ronaldo é, neste momento, o melhor marcador da prova, com cinco tentos – mesmo que três tenham sido apontados de grande penalidade -, mas ainda não tem rating para desalojar nenhum dos três da frente. A nota mais alta, mas sem somar mais de 135 minutos, pertence a Kevin De Bruyne (regista 132). O belga começou a prova lesionado e só no último jogo foi titular, mas já conta com duas distinções de MVP e com um golo e dias assistências. Também de fora por minutos está o extremo croata Nikola Vlašić, melhor em campo no triunfo sobre a Escócia, e continuando na senda de jogadores sem os minutos suficientes, destaque para Donyell Malen, que em 96 minutos já fez dois passes para golo.

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Na Dinamarca há um jogador a realizar um EURO excepcional. Trata-se do médio do Tottenham, Pierre-Emile Højbjerg, o “patrão” da equipa, já com três assistências e uma enorme capacidade de trabalho (26 recuperações de posse). Um caso de consistência no clube e na selecção, algo que não acontece com Xherdan Shaqiri. O craque da Suíça vive épocas inteiras de apagamento nos clubes, mas nas grandes competições, surge sempre em grande, ainda que sem rating para estar no “onze” (já leva dois golos e uma assistência).

Já falámos de Locatelli, craque de Itália e do Sassuolo, clube onde joga também Domenico Berardi, outro dos nomes em evidência, com uma assistência, seis passes para finalização. E terminamos com Steven Zuber, suíço que fez três assistências num só jogo, ante a Turquia.

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