O “clássico” Benfica-Porto está aí à porta. Debates, palpites, tentativas de adivinhação do que se vai passar no relvado do Estádio da Luz não faltam, mas serão os protagonistas do espectáculo a decidir o desfecho do jogo grande da 27ª jornada, quiçá decisivo na luta pelo título. E quem serão eles?
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Estes jogos grandes têm muitas vezes nuances tácticas e estratégicas, que os treinadores lançam para tentar surpreender o seu adversário. Não sabemos o que vai na cabeça de Rui Vitória e Nuno Espírito Santo. Será mais provável o técnico do Benfica apostar no seu “onze”-tipo, com a possibilidade, ou não, de lançar Fejsa (acreditamos que sim); e NES reforçar o meio-campo, por exemplo com André André em vez de Jesús Corona. Mas como não somos dados a exercícios adivinhatórios, faz todo o sentido olhar com critério para as duas formações, tendo em conta as as figuras mais utilizadas/preponderantes até agora, e lançar duelos individuais por posição. Quem tem estado melhor nas respectivas funções?
Ederson Moraes 🆚 Iker Casillas

Já recentemente abordámos o tema dos guarda-redes, identificando os dez guardiões que travaram maior percentagem de remates da Liga NOS. E dois deles estarão em confronto este sábado. Casillas é o guardião que menos trabalho tem tido na Liga e Ederson o que mais eficácia tem entre os postes. O brasileiro possui uma maior percentagem de remates defendidos (84,8% contra 77,8% de Casillas) e chega a este jogo com menos golos sofridos que o espanhol.
Nélson Semedo 🆚 Maxi Pereira

O jovem benfiquista contra o seu antecessor. Nélson tem um GoalPoint Rating ligeiramente superior, especialmente porque tem um golo marcado contra nenhum de Maxi e seis assistências, para as duas do uruguaio. De resto, o benfiquista mostra-se mais no drible, enquanto o portista brilha a grande distância na eficácia de cruzamento e residualmente em passes para ocasião. Poderá estar aqui um dado desequilibrador num palco carregado de memórias para o uruguaio.
Luisão 🆚 Felipe

Um consagrado e um recém-chegado que tem dado que falar, ambos unidos pela nacionalidade. Luisão é Luisão, mas o comparativo com Felipe não o beneficia. O portista soma já dois golos e uma assistência, o capitão benfiquista nem uma coisa nem outra. Felipe ganhou 74% dos duelos aéreos, Luisão 66% e este último apenas remata mais de cabeça. De resto, o “dragão” ganha nos principais valores. Apesar de tudo, e como se constatará no comparativo seguinte, Luisão tem sido, e contra algumas previsões, o elo mais forte da dupla de centrais “encarnada”.
Viktor Lindelöf 🆚 Iván Marcano

A utilização de Lindelöf no “clássico” ainda é uma incógnita, mas a comparação de Marcano tem de ser com o sueco. Tal como no face-a-face anterior, o central portista também sai a ganhar. Soma quatro golos e uma assistência, o benfiquista está a zeros nestes detalhes, que não sendo nucleares num central fazem por vezes a diferença num conjunto campeão. De resto, nos desarmes, intercepções, alívios e duelos aéreos o espanhol também domina, o que quantifica a excelente época que vem rubricando.
Eliseu 🆚 Alex Telles

Alex Telles é um caso sério, a ponto de ter ganho o lugar na esquerda a Miguel Layún esta temporada. E Eliseu, tal como os centrais benfiquistas, fica a perder no comparativo de laterais-esquerdos, em especial no ataque. Telles soma um golo e sete assistências (só Wilson Eduardo tem mais), o português soma duas assistências e perde em toda a linha nas intercepções e passes para ocasião. Boa parte da “tentação” de NES em optar por um “onze” mais ofensivo, incluíndo Corona, encontra aqui a sua justificação.
Ljubomir Fejsa 🆚 Danilo Pereira

Fejsa tem estado lesionado e Samaris tem sido opção, mas acreditamos que o sérvio possa ser opção. E a bem da verdade, esta é a comparação que faz mais sentido. Também aqui o portista ganha claramente. Danilo soma três golos e uma assistência, mostrando que não sabe apenas defender. E “arrasa” nas recuperações. Perde apenas, e a grande distância, nos desarmes.
Pizzi 🆚 Óliver Torres

Os dois “maestros” em confronto. Aqui é o médio do Benfica a ganhar na comparação, mas nada que envergonhe o portista, mesmo tendo em conta que o benfiquista soma o melhor rating da prova até agora e é o único a somar dois prémios de jogador do mês GoalPoint. Pizzi destaca-se claramente nos golos e até nas assistências, para além dos remates e passes para ocasião. Óliver surpreende ao ser mais interventivo no trabalho defensivo embora venha a protagonizar uma época em crescendo em todos os domínios, sobretudo na segunda volta.
Eduardo Salvio 🆚 Jesús Corona

Os extremos-direitos. Dois jogadores bem diferentes, com o mexicano a mostrar-se em melhor forma que o argentino. Mais golos e assistências para Salvio, mas Corona arrasa na eficácia de drible e nos passes para ocasião. O benfiquista, porém, tem um gosto especial por alvejar a baliza: com 61 remates na Liga é o segundo jogador mais rematador entre os “encarnados”, a um disparo de Mitroglou.
Andrija Zivkovic 🆚 Yacine Brahimi

O sérvio demorou a mostrar-se, mas já ganhou um lugar na equipa benfiquista. O mesmo aconteceu com Brahimi esta época. Comparações? Mais uma vez o jogador do Porto está bem melhor. Mais golos e assistências (Zivkovic ainda não marcou, aliás), muitos mais remates, tentativas e eficácia de drible. O benfiquista só ganha nos passes para ocasião e cruzamentos eficazes embora para jovem recém-chegado vá mostrando sinais de constituir uma aposta ganha sendo disso exemplo o elevado rating que mantém.
Jonas 🆚 André Silva

Jonas só agora está a jogar regularmente e ainda não atingiu a sua melhor forma. Por isso os seus números estão longe dos de André Silva em termos de golos. Mas a influência do brasileiro é notória, como se vê pelo rating. Os números não diferem muito, mas Jonas destaca-se nos passes para ocasião e dribles. Já o portista demonstra uma fragilidade natural para a sua idade: é o principal protagonista no “calcanhar de Aquiles” dos “dragões”: o aproveitamento das ocasiões flagrantes de golo. Ninguém soma mais do que o Porto (61, quase o dobro do Benfica) mas os “azuis-e-brancos” surgem apenas no 13º posto na hora de ponderar a percentagem de aproveitamento dessas ocasiões.
“Kostas” Mitroglou 🆚 “Tiquinho” Soares

Os goleadores de serviço. Soares tem estado imparável desde que chegou ao Porto, mas Mitroglou também tem estado eficaz, com apenas menos dois golos que o brasileiro e ambos com uma assistência. Soares enquadra muito mais os remates dentro da área, um alerta para os defesas benfiquistas. O grego é mais eficaz a concluir ocasiões flagrantes e ganha mais duelos aéreos.
A ter em conta estes 11 confrontos directos, e os respectivos GoalPoint Ratings, é caso para dizer que o FC Porto entra em campo em vantagem, pois as suas individualidades estão em melhor forma aparente. Mas nem tudo se resume a isso, e as questões colectivas poderão ter um peso grande na forma como cada um conseguirá explanar o seu futebol. Porém, é fácil identificar que, para o Benfica, é fundamental melhorar a sua qualidade no quarteto defensivo. Poderá estar aqui o segredo do “clássico”?
Para uma análise um pouco mais pormenorizada, não se esqueça de olhar para os Seis craques que podem decidir o Benfica vs Porto, numa abordagem centrada nos homens que têm tudo para fazer a diferença. Colectivamente, nada como ver a “radiografia” que o GoalPoint fez às duas equipas, antes do grande jogo de sábado. E até pode ganhar uma camisola do seu clube!