O tempo é de rescaldos, análises, um olhar para as equipas, jogadores e encontros que fixaram máximos do EURO 2020, ao longo de um mês de competição. Finda a prova, olhámos para os jogos que estatisticamente deixaram marca mais forte, desde as variáveis mais óbvias até àquelas em que é preciso um olhar mais apurado. E nós estamos cá para isso. Certamente que saberá qual o jogo com mais golos (também apresentamos aqui), mas sabe qual teve mais, passes, cruzamentos ou dribles certos?
Jogo com mais golos
Esta era fácil. É verdade que foi preciso prolongamento e que, no final dos 90 minutos regulamentares, já havia sido fixado o máximo de golos no EURO (6, partilhado), mas com o tempo extra vieram mais dois para abrilhantar um jogo que, para muitos, foi o melhor do certame.

Croácia e Espanha proporcionaram-nos um jogo fantástico nos oitavos-de-final, que terminou com oito golos, cinco para os espanhóis, evitando assim, com dois tentos no prolongamento, a decisão nas grandes penalidades. Espanha, aliás, foi a única equipa a atingir a marca de cinco golos num jogo, tendo feito o mesmo na goleada por 5-0 à Eslováquia.
Jogo com mais remates
Itália, a campeã europeia, mostrou neste EURO uma vertente pouco habitual nas selecções transalpinas, a sua apetência pelo ataque vertiginoso, e nos oitavos-de-final, frente à Áustria, contribuiu decisivamente para que tivéssemos o jogo com mais remates na prova.
[ À esquerda os 27 remates de Itália, à direita os 16 da Áustria ]
Ao todo foram registados 43 disparos, mais um que o verificado no Suíça-Turquia, do Grupo A, curiosamente o mesmo de Itália. Nos “oitavos”, os transalpinos venceram por 2-1 e realizaram 27 remates, os austríacos 16. A partida com menos “tiros” foi o República Checa-Inglaterra, que não teve mais de 12; o jogo com mais enquadrados foi o Croácia-Espanha (17), o que teve menos na direcção da baliza foi o França-Alemanha (2), apesar de ter sido um dos embates de maior cartaz.
Jogo com mais ocasiões flagrantes
Sem surpresa, o jogo que teve mais ocasiões flagrantes de golo foi também o encontro com mais golos. Esse mesmo, o vertiginoso Croácia-Espanha.
[ As 16 flagrantes do embate entre Croácia (à esquerda) e Espanha ]
O desafio dos oitavos-de-final teve nada menos que 16 ocasiões flagrantes, daquelas em que os jogadores tinham praticamente só o guarda-redes pela frente – 14 delas criadas, duas que não surgiram em consequência de passes para finalização. Nove dessas 16 foram desperdiçadas (seis por Espanha, três pela Croácia), também um máximo. Aliás, foram mais falhadas neste jogo do que as verificadas nos dois encontros seguintes da lista com mais flagrantes, os embates da Macedónia do Norte com Ucrânia e Países Baixos (8 cada). Incrível.
Jogo com mais passes certos
Não queremos que o caro leitor olhe para os mapas abaixo e fique com a ideia clara dos padrões de passe de Suécia e Ucrânia, no jogo dos oitavos-de-final. Mas estas foram as entregas que fixaram um máximo do EURO. O estranho é não estar a Espanha ao barulho.
[ O emaranhado de passes de Suécia (à esquerda) e Ucrânia ]
Este jogo fixou o valor mais alto de passes certos, que nos mapas são os azuis. Dos 1359, 1157 encontraram o destinatário certo. Os ucranianos, que saíram vitoriosos, fizeram 741 passes e foram eficazes em 639 (86%), enquanto os nórdicos entregaram a bola 618 vezes, com acerto em 518 (84%). O Suécia-Polónia, com 498, foi o jogo com menos passes completos no EURO.
Jogo com mais cruzamentos
Por falar no Suécia-Polónia, que terminou 3-2 para os nórdicos e afastou a equipa de Paulo Sousa, este encontrou estabeleceu um outro máximo, que pulverizou os anteriores, com um claro contributo de um dos lados – o que perdeu.
[ À direita os 39(!) cruzamentos da Polónia ]
Nesta partida registaram-se nada menos que 43 cruzamentos de bola corrida, mais nove que o segundo jogo com mais destes lances, o Escócia-República Checa. Desses 43 centros, nada menos que 39 pertenceram à Polónia que, ainda assim, só conseguiu que oito fossem eficazes.
Jogo com mais dribles completos
O jogo decisivo do EURO 2020, a final entre Itália e Inglaterra, foi o que mais dribles eficazes registou em toda a competição. Tivemos de esperar pelo derradeiro dia…
[ Os 16 dribles completos da Itália (à esquerda) e os 15 de Inglaterra ]
Esta partida, que de monótona teve muito pouco, ofereceu-nos 31 dribles eficazes, mais três do que o verificado no afastamento da França às mãos da Suíça. E a coisa esteve equilibrada. Itália, que se sagraria campeã neste desafio, completou 16 de 26 tentativas, enquanto os “três leões” tentaram o gesto em 28 ocasiões, com êxito em 15. Declan Rice, com quatro certos em seis, foi quem mais contribuiu para este máximo.
Jogo com menos faltas
E terminamos com o registo… mais baixo de faltas. Recusamo-nos a promover o mais faltoso – que foi o Croácia-Espanha, com 36 – e destacamos o mais disciplinado, como deviam ser todos.

O Escócia-República Checa foi um exemplo de civismo, com as duas equipas a realizarem seis infracções cada, contribuindo para um total de 12. O Ucrânia-Inglaterra, com 14, foi o desafio seguinte com menos infracções.