Os ingleses chamam-lhe key pass. Aqui chamamos-lhe passe para ocasião. Chame-lhe o que quiser é algo nuclear no futebol ofensivo: a capacidade para oferecer, através do passe, uma ocasião de golo a um colega de equipa bem posicionado para terminar uma jogada com a bola… no fundo das redes. Alguns destes passes terminam em assistência, outros nem por isso, mas nem por isso perdem o valor. E há um português que, para lá de se ter tornado recentemente a contratação mais cara de sempre do Benfica, oferece mais razões para surgir nos títulos. O seu nome é Pizzi e encontra-se entre os líderes europeus do passe para ocasião. Vamos aos números.
Passeio generoso no Estoril
Com mais sete passes para ocasião somados neste fim-de-semana, Pizzi elevou a sua média de passes para ocasião a cada 90 minutos para uns impressionantes 3.6. O número ficou de tal forma na retina que fomos compará-lo com os melhores da Europa neste capítulo e eis como o brigantino se compara aos demais:
#Ranking | Jogador (Clube) | PPO /90m* |
1º | Ozil (Arsenal) | 3.7 |
2º | Pizzi (Benfica) | 3.6 |
= | Payet (West Ham) | 3.6 |
4º | Ljajic (Inter) | 3.4 |
= | De Bruyne (Man City) | 3.4 |
6º | Neymar (Barcelona) | 3.3 |
= | Di Maria (PSG) | 3.3 |
8º | Gaitán (Benfica) | 3.2 |
= | Duda (Malaga) | 3.2 |
= | Valbuena (Lyon) | 3.2 |
Fonte: GoalPoint.pt / Opta *PPO /90m – Média de passes para ocasião efectuados a cada 90 minutos jogados
Nesta altura da época, e considerando a produção nas respectivas Ligas, Pizzi apenas é superado por Mesut Ozil, no que respeita às ocasiões de golo criadas (pelo passe), o que mesmo relativizando o nível do campeonato português em relação aos restantes, não deixa de impressionar.
Pizzi chutão
Mas além das ocasiões de golo, Pizzi voltou a revelar-se certeiro no remate, algo que demonstra a sua versatilidade e lhe acrescenta ainda mais valor, senao vejamos o quanto rematam o lote de jogadores anteriormente referido:
Jogador (Clube) | Rem /90m* |
Ozil (Arsenal) | 1.4 |
Pizzi (Benfica) | 2.9 |
Payet (West Ham) | 1.9 |
Ljajic (Inter) | 2.7 |
De Bruyne (Man City) | 2.0 |
Neymar (Barcelona) | 4.2 |
Di Maria (PSG) | 3.3 |
Gaitán (Benfica) | 1.5 |
Duda (Malaga) | 1.9 |
Valbuena (Lyon) | 2.3 |
Fonte: GoalPoint.pt / Opta *Rem /90m – Média de remates efectuados a cada 90 minutos jogados
Apesar de ser superado por Ozil e igualado por Payet nos passes para ocasião, quando toca a criar ocasiões por intermédio do próprio remate, Pizzi não só supera os dois criativos da Premier League por larga margem, como também demonstra uma apetência para o disparo ao nível dos melhores, algo que tem valido muito ao Benfica.
Carote?
Num mês em que Pizzi foi anunciado como a contratação mais cara da história do Benfica, fomos ver quanto vale este tipo de jogador, e tentar perceber se à luz destes os números, os muitos milhões parecem bem ou mal empregues:
Jogador (Clube) | Milhões (€) |
Ozil (Arsenal) | 50 |
Pizzi (Benfica) | 14 |
Payet (West Ham) | 15 |
Ljajic (Inter) | 11 |
De Bruyne (Man City) | 74 |
Neymar (Barcelona) | 88.2 |
Di Maria (PSG) | 63 |
Gaitán (Benfica) | 8.4 |
Duda (Malaga) | 0.7 |
Valbuena (Lyon) | 5 |
Fonte: Transfermarkt
O golo está caro, e jogadores capazes de os criar com frequência também. Pizzi está longe de ter sido um jogador barato para a realidade portuguesa, mas visto por este prisma, está abaixo da média do que custam “lá fora” os jogadores que atingem números de excelência nestes domínios.
Resta saber se o número 21 é capaz de manter o nível na segunda metade da época, e se também se consegue mostra na Champions League, onde o seu registo de passes para ocasião por 90 minutos é mais baixo (2.2). Se assim for, os 14 milhões estarão (desportivamente) rentabilizados e de que maneira.