Porto 🆚 Benfica | Dragão arrasa águia em 31 minutos

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Sem espinhas. Uma entrada fulminante do Porto no jogo decidiu um dos “clássicos” mais desequilibrados dos últimos tempos. Aos 31 segundos já estava 1-0, o segundo aconteceu aos sete e ao intervalo estava fixado o resultado final, um 3-0 que, ao descanso, poderia ter contornos ainda mais dilatados. O “dragão” arrasou por completo Benfica tacticamente, com uma pressão sufocante que esvaziou o meio-campo contrário, e depois foi aproveitar o desnorte lisboeta. No segundo tempo o Benfica bem tentou, mas não teve arte nem engenho para virar a situação. Evanilson (2) e Vitinha marcaram.

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Atropelamento e fuga

Que arranque do Porto. Atitude, agressividade, intensidade na pressão, entrada “a matar” dos portistas que, aos 31 segundos, fizeram o primeiro do jogo. Lançamento de linha lateral, confusão na área, a bola sobrou para Evanilson que atirou a contar. Aos sete minutos o 2-0, por Vitinha, num chapéu monumental sobre toda a defesa benfiquista, após Helton Leite ter afastado a bola de forma incompleta.

A primeira parte continuou a ter muito para contar. Aos 19 minutos, Darwin reduziu, mas o lance foi anulado por fora de jogo, e aos 31 minutos, Evanilson fez o 3-0, após mais um grande lance de Luis Díaz. O Benfica instalou-se no meio-campo portista daqui até ao intervalo, muito subido no terreno, pelo que teve mais bola, mas continuou sem criar perigo e a expor-se demasiado, com Díaz a estar perto do 4-0 aos 41 minutos. E nos descontos, Evanilson viu o segundo amarelo e foi expulso. Uma palavra para Vitinha, enorme a orquestrar todo o futebol do Porto, e até marcou um golaço, pelo que era o MVP ao intervalo, com um rating de 7.0.

Benfica lançado no ataque na segunda parte, Porto em contra-ataques letais e, aos 56 minutos, num desses lances, Taremi acertou no poste quando tinha tudo para marcar. E foi assim a segunda parte. Benfica com a bola, Porto matreiro, sem dar espaços para os “encarnados” criarem perigo e a lançar contragolpes muito perigosos, liderado por Luis Díaz. Otamendi ainda reduziu, de cabeça, aos 86 minutos, mas mais uma vez foi anulado por fora-de-jogo, de Pizzi, o autor do cruzamento. Estava feito o resultado, mas ainda houve tempo para expulsão de Otamendi, nos descontos.

[ O Benfica canalizou quase todo o seu futebol de ataque pela esquerda ]

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O MVP GoalPoint👑

Que classe. Vitinha está a fazer uma época incrível e voltou a ser fundamental no FC Porto, com uma exibição de grande nível. O médio foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.9, não só pelo golo incrível que marcou, pelos ritmos que definiu, a inteligência em tudo o que fez e os terrenos que pisou, mas também pela capacidade defensiva, terminando com o máximo de acções defensivas no meio-campo contrário (4) e intercepções (4). Bravo!

Outros  Ratings 🔺🔻

Destaques do Porto

Luis Díaz 7.5 – Que “monstro” em campo. Sempre que o colombiano tocava na bola, os jogadores do Benfica entravam em pânico. Excelente a forma como “inventou” o 3-0, e por várias vezes esteve perto de marcar ou dar o quarto tento a um colega. Terminou com uma assistência em seis passes para finalização, nove passes ofensivos valiosos, oito acções com bola na área contrária, dez tentativas de drible, cinco completas, incríveis oito conduções aproximativas e três super aproximativas. Tudo máximos do jogo.

Zaidu 7.4 – Que bela surpresa a exibição do nigeriano, que aproveitou da melhor forma as características do jogo – o adiantamento desorganizado do Benfica – para explorar o contra-ataque. O defesa criou uma ocasião flagrante de golo, desperdiçada por Taremi, fez dois passes super aproximativos, uma condução super aproximativa, e ainda três desarmes e quatro alívios.

Mehdi Taremi 7.0 – Apesar de ter desperdiçado a tal flagrante (acertou no poste), o iraniano teve uma acção fundamental, ao recuar para ser, muitas vezes, o quinto médio portista. Terminou o jogo com seis acções com bola na área benfiquista, ganhou três de oito duelos aéreos ofensivos e somou incríveis cinco desarmes, segundo valor mais alto do jogo.

Marchesín 6.6 – O mexicano voltou à baliza do Porto e esteve muito seguro, registando quatro defesas, duas a remates na sua grande área.

Matheus Uribe 6.5 – Na “luta” do meio-campo – aspas porque, no fundo, nem houve muita -, o colombiano foi um portento, terminando com dez recuperações de posse (máximo) e 11 acções defensivas.

Chancel Mbemba 6.5 – O Porto teve de recuar bastante, em especial após a expulsão de Evanilson, e o central esteve impecável, com 11 acções defensivas, destacando-se três desarmes e dois bloqueios de remate.

Fábio Cardoso 6.3 – Ao seu lado teve outro jogador que mostrou segurança e concentração. Fábio ganhou três de quatro duelos aéreos defensivos e fez incríveis 13 alívios.

Evanilson 6.3 – Dois golos em três remates e uma expulsão aos 42 minutos. O brasileiro foi móvel, inteligente a procurar os espaços e fez bom uso do seu poder físico. 

João Mário 5.3 – O lateral portista levou com a maior parte dos lances de ataque do Benfica pelo seu lado e sentiu muitas dificuldades, registando apenas duas acções defensivas.

Sérgio Oliveira 5.1 – Entrou para os últimos 18 minutos, para tentar manter um pouco mais de posse para o lado portista. Fez seis passes, todos certos.

Otávio 4.5 – O ala voltou a ser importante a fechar no meio, conferindo equilíbrios ao “miolo” portista. Mas nas acções individuais esteve menos bem. Em 17 passes acertou somente sete, perdeu três vezes a posse no primeiro terço e foi desarmado três vezes.

Destaques do Benfica

Julian Weigl 6.1 – O melhor dos “encarnados”. No passe concluiu 90% dos 51 tentados, acertou oito de 11 longos, e ainda recuperou a posse de bola oito vezes e fez três desarmes.

Helton Leite 6.1 – A forma como se saiu no lance do 2-0 pode ser-lhe apontado, embora o mérito tenha estado todo do lado de Vitinha, que fez um golão improvável. O brasileiro terminou com três defesas, duas a remates na sua área.

Álex Grimaldo 5.8 – O espanhol pediu desculpa aos adeptos do Benfica no final da partida, mas foi dos menos culpados pela debacle benfiquista. Ao todo fez três passes para finalização, cinco ofensivos valiosos, 11 cruzamentos (máximo, mas só um eficaz), completou 47 de 50 passes, somou o máximo de acções com bola (85) e registou cinco conduções aproximativas.

Lázaro 5.8 – Entrou para os derradeiros 26 minutos, para dar mais força ofensiva pelo corredor direito. O máximo que conseguiu foram três desarmes e cinco recuperações de posse.

Everton 5.6 – A sua entrada ao intervalo conferiu mais criatividade aos processos benfiquistas do lado esquerdo. Tentou seis vezes o cruzamento, uma com sucesso, recebeu oito passes aproximativos e completou as três tentativas de drible.

Rafa Silva 4.8 – Após o brilharete na Liga, o atacante do Benfica passou ao lado do “clássico”. A sua velocidade acabou esvaziada pelo recuo do Porto, que marcou cedo e não precisou mais de subir as suas linhas. Ainda assim recebeu oito passes aproximativos e fez quatro passes ofensivos valiosos.

Pedro Tudela
Pedro Tudela
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.