Porto 🆚 Sporting | Martínez e Pepe garantem final inédita

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OPorto está na final da Taça de Portugal. No “clássico” da segunda mão das meias-finais, os portistas voltaram a ser mais fortes que o Sporting e venceram por 1-0, num jogo “rasgadinho”, de luta, pouca inspiração e raras ocasiões de golo. Com vantagem de 2-1 trazida de Alvalade, o golo de Toni Martínez perto do fim decidiu a partida e colocou a eliminatória longe dos “leões”, que pior ficaram com a expulsão de Pedro Porro. Na final do Jamor, os “dragões” vão encontrar o Tondela, numa decisão inédita, e podem garantir a “dobradinha”, caso se confirme, como tudo indica, a conquista da Liga Bwin.

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“Dragão” impõe a sua lei na segunda parte

Jogo intenso numa primeira parte chuvosa no Dragão. O Sporting, em desvantagem na eliminatória e a precisar de marcar dois golos, assumiu mais as despesas ofensivas e criou diversos lances interessantes, o melhor aos 14 minutos, quando Pablo Sarabia se isolou e fez golo, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo. Aos poucos, os portistas foram impedindo os “leões” atacarem com tanta regularidade, pelo que o encontro foi perdendo algum interesse e tornou-se de luta, com muitas faltas.

O Porto, mais na expectativa, aproveitava para lançar algumas transições rápidas e, numa delas, aos 38 minutos, Zaidu surgiu frente a Antonio Adán descaído para o lado esquerdo, mas não teve calma suficiente e o seu remate cruzado saiu ao lado, no lance mais perigoso do desafio até então (0,3 Expected Goals). E assim se chegou ao intervalo, com um nulo e poucas ocasiões verdadeiramente claras. O melhor em campo nesta fase era Chancel Mbemba, com um GoalPoint Rating de 6.0, fruto de três desarmes e duas intercepções.

O segundo tempo começou praticamente com uma grande ocasião para Matheus Nunes, isolado a permitir a intervenção de Marchesín. Mas a verdade é que, nesta segunda parte, os “dragões” passaram a pressionar em zonas um pouco mais adiantadas e o Sporting deixou de ter iniciativa, sendo manietado pelo meio-campo portista, mais forte, agressivo e a ganhar quase todos os duelos.

Adivinhava-se o golo do Porto, que surgiu as 82 minutos. Pepe faz um passe longo espectacular para Toni Martínez e este, dois minutos após entrar em campo, facturou perante um desamparado Adán – lance inicialmente anulado por fora-de-jogo, mas confirmado pelo VAR. E aos 89 minutos, Pedro Porro viu vermelho directo por entrada dura sobre Galeno. O Sporting já tinha desaparecido há muito, mas viu confirmada a decisão desta meia-final.

[ O Sporting precisava de ganhar, mas pouco saiu do seu meio-campo com bola ]

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O MVP GoalPoint👑

As coisas não correram bem para a sua equipa, mas Matheus Reis acabou mesmo por levar para casa a distinção de MVP. O ala leonino terminou com um GoalPoint Rating de 7.2, que reflecte não só a solidez defensiva, expressa em seis desarmes (máximo do jogo) e três acções defensivas no meio-campo contrário, como ambição atacante. Alvo do número mais alto de faltas sofridas (6), duas delas em zona de perigo, fez ainda um passe de ruptura e criou uma ocasião flagrante

Outros  Ratings 🔺🔻

Destaques do Porto

Pepe 6.5 – Esteve para não jogar… mas jogou, e de que maneira. O veterano central foi o melhor do Porto nesta partida, não só pela extraordinária assistência que fez para o único golo da partida, mas também pelas nove recuperação de posse que acumulou.

Vitinha 6.5 – O médio começou a partida de forma tímida, mas a partir do momento em que teve ordens (ele e os seus colegas) para se reposicionarem e pressionarem à saída de bola do Sporting do seu terço defensivo, Vitinha cresceu imenso e terminou como o segundo melhor portista. No total fez três remates, todos de fora da área, dois deles enquadrados, e somou excelentes 11 recuperações de posse, segundo valor mais alto. 

Marchesín 6.4 – Titular na vez de Diogo Costa, o argentino esteve em excelente plano, com duas defesas, uma a negar golo feito a Matheus Nunes. Registou ainda seis passes longos certos em 15 e três passes super aproximativos.

Toni Martínez 6.4 – Não esteve muitos minutos em campo, mas foi o suficiente para registar apenas quatro acções com bola e marcar o golo decisivo.

Mbemba 6.2 – O melhor da primeira parte. O central somou três desarmes, duas intercepções e só falhou três de 24 passes.

Otávio 6.1 – Muito luta o portista. Otávio pode ter completado apenas uma de sete tentativas de drible, mas ganhou dois de três duelos aéreos ofensivos, fez quatro desarmes e seis acções defensivas no meio-campo sportinguista, máximo da partida.

Destaques do Sporting

Gonçalo Inácio 6.1 – O jovem central foi “comido” no lance do golo por Toni Martínez, mas no global fez um bom jogo. Dono do máximo de passes certos (73, correspondendo a 90% de eficácia), foi também o jogador que mais acções com bola somou (102, mais 30 que o segundo), assinou quatro desarmes e cinco alívios.

Ugarte 6.0 – O uruguaio esteve muito em jogo, nos duelos, ganhou imensos, mas também perdeu alguns, perante um meio-campo do Porto que começou a aparecer muito na sua zona, sem que tenha tido a ajuda necessária. Completou três de sete tentativas de drible, ganhou três de cinco duelos aéreos e registou o máximo de desarmes (8) e bloqueios de passe (3).

Sarabia 5.9 – O espanhol ainda mostrou alguma energia, em especial no primeiro tempo, mas quando saiu, aos 71 minutos, já tinha desaparecido, coincidindo com a caída a pique de produção colectiva dos lisboetas. O destaque principal vai para os três desarmes realizados e o golo que marcou… mas foi anulado.

Matheus Nunes 5.8 – A qualidade está lá toda, mas nota-se falta de frescura física ao médio leonino. Ainda assim registou alguns números interessantes, como três dribles completos em quatro, duas conduções super aproximativas e quatro intercepções, segundo valor mais alto do jogo. A nota cai devido à flagrante desperdiçada aos 53 minutos.

Paulinho 5.2 – Onde esteve o ponta-de-lança do Sporting? No “bolso” da defesa portista. O atacante não fez qualquer remate ou passe para finalização, e de positivo apenas os dois duelos aéreos defensivos ganhos.

Pedro Porro 4.8 – A pior nota da noite. O espanhol raramente conseguiu subir e criar desequilíbrios como gosta, registou o máximo de passes (14) e passes de risco falhados (6), e a entrada duríssima que lhe valeu vermelho directo acaba por abafar um pouco outros números defensivos interessantes, como foram as 12 recuperações de posse, cinco intercepções e dois bloqueios de remates (todos máximos).

Pedro Tudela
Pedro Tudela
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.