Luis Díaz. Fábio Vieira. Otávio Monteiro. Mehdi Taremi. Vitinha Ferreira. Estes foram, por esta ordem, os campeões mais influentes na reconquista do título de campeão da Liga Bwin, tendo em conta o algoritmo GoalPoint Ratings. Mais acima, mais abaixo, mais jogador menos jogador, poucos serão os portistas que discordarão deste top. E se este top não é motivo de discórdia entre portistas muito menos esta surgirá, na hora de lamentar o facto de o Porto ter perdido já três destes cinco magníficos nos últimos cinco meses.
[ O contributo e ratings dos cinco dragões com melhor desempenho estatístico no Porto campeão. Três já partiram ]
O momento é agridoce. Se por um lado os adeptos portistas (e portugueses em geral) já se habituaram a celebrar e comparar os proveitos de transferências como se de feitos desportivos se tratassem, já no plano desportivo a preocupação será justificada, entre os adeptos portistas. Sérgio Conceição conseguiu devolver o Porto ao lugar cimeiro do futebol português, mas vê-se agora a braços com a necessidade de reconstruir um “dragão” igualmente capaz de defender o título. Resta apurar a dimensão dessa reconstrução, mas… é para isso que cá estamos.
Porto já perdeu (pelo menos) um quarto do seu DNA ofensivo
Que o Porto terá perdido muito com as saídas de (primeiro) Luis Díaz, (e agora) Fábio Vieira e Vitinha é óbvio. Mas será possível apurar com alguma exactidão a real influência destes jogadores na produção colectiva dos “azuis-e-brancos” que terminaram a festejar nos Aliados? A resposta é sim e é possível que te surpreenda, mesmo que já suspeites de que os três trunfos perdidos pelo Porto valem mais do que os minutos que jogaram na Liga 21/22.
Luis Díaz, Fábio Vieira e Vitinha marcaram 26% dos golos do FC Porto, mas o peso dos 22 tentos marcados sobe a 27% caso descontemos os autogolos concedidos pelos adversários. A influência do trio dispara para os 35% na hora de ponderar a influência no total de golos “azuis-e-brancos” criados a partir de um passe para finalização. Estes números chegariam para fundamentar a importância dos três trunfos perdidos, mas a tendência mantém-se por outras variáveis igualmente relevantes na definição do DNA ofensivo que fez do Porto campeão.
[ A produção agregada de Díaz, Vieira e Vitinha em 10 variáveis seleccionadas e o peso da mesma sobre os totais do Porto campeão ]
Poucos minutos, tanta influência
Luis Díaz tem (previsivelmente) maior responsabilidade no que toca a golos, remates e conduções. Fábio Vieira inverte os papéis no que toca a assistências e Vitinha não fica a olhar, sem pergaminhos: o médio terminou como o terceiro jogador da Liga com mais recuperações de posse somadas ainda no meio-campo adversário. Para os especialistas que o previa franzino e pouco agressivo não está mau pois não?
No cojunto das dez variáveis escolhidas o trio apresenta um peso médio de 28% na produção portista. A importância relativa deste trio no desempenho do Porto campeão ganha ainda maior relevância se tivermos em conta que apenas um deles somou (pouco) mais de dois mil minutos (65% dos minutos possíveis numa Liga). Luis Díaz partiu no final de Janeiro, mas ainda terminou como segundo melhor marcador entre os portistas. Fábio Vieira não conseguiu sequer jogar um terço dos minutos da Liga, mas isso não o impediu de terminar como rei das assistências no campeão nacional. Vitinha não se destacou pelo total de acções directas para golo, mas terminou a Liga como o “dragão” com mais acções com bola (2319), sinal do seu papel central na manobra do campeão.
[Os sumários estatísticos GoalPoint dos três trunfos já perdidos pelos dragões ]
O Porto ainda retém dois dos cinco “nucleares” do título, Taremi e Otávio. Um fez chover golos e assistências, o outro foi instrumental ao ponto de ser eleito como Jogador do Ano GoalPoint. O desafio de reconstrução de Sérgio Conceição já será complexo mantendo-os, quanto mais se o Porto perder também um ou ambos os pilares que restam. O cenário seria de ficção caso faltassem apenas alguns dias para o fecho do mercado, mas… ainda temos mais de dois meses de ansiedade pela frente, na perspectiva do adepto portista.
Terminamos deixando-te os GoalPoint Ratings finais dos jogadores do FC Porto com mais de 900 minutos jogados na Liga Bwin 21/22.
JOGADOR | JGS | MINS | GPR | G | A |
---|---|---|---|---|---|
Luis Díaz | 18 | 1458 | 7.59 | 14 | 4 |
Fábio Vieira | 27 | 1322 | 7.17 | 6 | 14 |
Otávio Monteiro | 32 | 2619 | 6.84 | 3 | 11 |
Mehdi Taremi | 32 | 2396 | 6.83 | 20 | 12 |
Vitinha Ferreira | 30 | 2209 | 6.80 | 2 | 3 |
Wenderson Galeno | 26 | 1267 | 6.69 | 4 | 3 |
Evanilson Lima | 30 | 1996 | 6.52 | 14 | 4 |
Wendell Borges | 19 | 966 | 6.43 | 1 | 1 |
Matheus Uribe | 25 | 1973 | 6.34 | 1 | 2 |
Pepê Aquino | 28 | 1379 | 6.33 | 4 | 3 |
Marko Grujić | 21 | 913 | 6.21 | 1 | - |
João Mário | 28 | 2033 | 6.10 | - | 2 |
Pepe | 21 | 1792 | 6.07 | 1 | 1 |
Zaidu Sanusi | 24 | 1700 | 5.97 | 3 | - |
Chancel Mbemba | 31 | 2782 | 5.88 | 2 | - |
Stephen Eustáquio | 25 | 1591 | 5.69 | - | 1 |
Fábio Cardoso | 14 | 1074 | 5.61 | - | - |
Diogo Costa | 33 | 2957 | 5.59 | - | - |