Portugal 2016 | Os 22 feitos dos heróis inesquecíveis 🏆

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A sua lenda perdurará nos pergaminhos do futebol português. Não eram os favoritos. Nunca ninguém os apelidou de geração de ouro ou qualquer outra pedra ou metal precioso da sua preferência e no entanto… levaram a bandeira à glória futebolística como nunca nenhum dos seus antecessores o havia feito, naquela noite inesquecível de 10 de Julho.

Alguma Europa desdenhou do seu futebol mas, para lá das questões subjectivas da “nota artística” os 23 heróis apresentam todos eles razões estatísticas para “medalha de mérito”. Bom, não os 23 porque Anthony Lopes e Eduardo não chegaram a sair do banco a não ser para apoiar, incentivar e saudar os seus colegas mas até por isso merecem aplauso.

Passamos assim em revista 21 feitos estatísticos (um por jogador) que fazem dos heróis de França ainda mais inesquecíveis.

Rui Patrício | O muro

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Rui Patrício (foto. FPF)

Que muralha. Sofreu cinco golos mas a imagem que Rui Patrício deixa neste Europeu é a de um “mestre” dos postes. Somou ao todo 20 defesas travando 80% dos remates que enfrentou (apenas Buffon, Fabianski, Sommer e McGovern tiveram melhor rácio).

Apenas o islandês Haldorsson fez mais defesas do que ele (24) mas ninguém travou mais remates feitos dentro da grande área do que o nosso guardião, com 14.

Como se não bastasse tudo isto Rui Patrício, com 720 minutos jogados no Euro 2016 passa a ser o jogador com mais tempo de jogo num único campeonato europeu da História do torneio.

⭐ 1º com mais defesas dentro da área (14)
⭐ 2º com mais defesas (20)

Obrigado Rui!

Bruno Alves | O vitorioso

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Bruno Alves, (foto: FPF)

O contributo de Bruno Alves foi… cirúrgico mas muitos ainda se recordam daquele corte a tirar a bola da cabeça de um galês, na meia final.

Alves jogou apenas 90 minutos somando sete recuperações de bola e quatro alívios de cabeça mas traz uma “medalha” diferente de qualquer outro colega: é o único jogador 100% vitorioso nos 90 minutos regulamentares de um jogo, na Selecção campeã europeia.

 único jogador português 100% vitorioso nos 90 minutos regulamentares

Obrigado Bruno!

Pepe | O interceptor

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Pepe (foto: FPF)

Pepe foi um dos “comandantes” lusos e peça fundamental na conquista. Não marcou qualquer golo mas “secou” os adversários como ninguém e as suas intercepções de passes adversários foram muitas vezes o início do contra-taque “luso”. E é precisamente pelas intercepções que o luso-brasileiro mais se destaca somando 19, o melhor registo do Euro.

Um final de época em beleza, juntando-se a Ronaldo como os únicos dois jogadores a somarem o título de campeão europeu de clubes e selecções na época 15/16.

⭐ 1º com mais passes interceptados (19)
⭐ Campeão europeu de clubes e selecções

Obrigado Pepe!

José Fonte | Estreia com “chave de ouro”

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José Fonte (foto: FPF)

José Fonte personifica, juntamente com Éder e Raphael Guerreiro, o “contos de fadas” desta Selecção, sendo o único jogador a par do lateral luso-francês cujo primeiro título que coloca na vitrine lá de casa é o de… campeão europeu. Mas com uma diferença: Fonte tem 32 anos, com uma subida a pulso com paralelismos evidentes com o feito da Selecção.

⭐ 1º título da carreira de José Fonte

Obrigado José!

Raphaël Guerreiro | O irredutível… lusitano

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Raphael Guerreiro (foto: FPF)

Outro “conto de fadas” mas este com números generosos para mostrar. Guerreiro foi o oitavo jogador com mais passes interceptados (14) e também somou oito passes para ocasião, um deles uma assistência (frente ao País de Gales), mostrando-se um lateral jovem e completo, tão completo que terminou como o 2º melhor lateral-esquerdo GoalPoint Ratings com uma “nota” de 6.23. Que “Guerreiro”.

⭐ 8º com mais passes interceptados (14)
⭐ 2º melhor lateral-esquerdo GoalPoint Ratings com 6.23

Obrigado Raphael!

Ricardo Carvalho | Ao som de Celine Dion

Ricardo Carvalho
Ricardo Carvalho (foto: FPF)

Velhos são os trapos. Ricardo Carvalho é o mais velho campeão europeu de sempre mas não o é por favor: nos 270 minutos que disputou o central venceu 11 duelos, tirou a bola dos pés dos adversários em quatro ocasiões e foi não só o central mais certo no passe como o 5º jogador do torneio com melhor registo neste domínio: 92% de passes certos. Obrigado Ricardo, podes voltar a ouvir Celine Dion nos “phones”.

⭐ 5º com melhor eficácia de passe (92%)
⭐ Mais velho campeão europeu da história do torneio

Obrigado Ricardo!

Ronaldo | O rematador

Cristiano Ronaldo
Cristiano Ronaldo (foto: FPF)

Três golos em 45 remates até parece pouco, para Cristiano Ronaldo, mas não foi por falta de tentativas que o capitão não marcou mais. Até na média por 90 minutos Cristiano foi o mais afoito na hora de disparar, com nada menos do que 6.5 remates a cada 90 minutos. O líder somou ainda duas assistências mas quase que apostamos que será sobretudo pelo seu papel fora do campo que a sua liderança ficará para sempre na memória.

⭐ 1º com mais remates no Euro 2016 (45 remates)
⭐ Campeão europeu de clubes e selecções

Obrigado Cristiano!

João Moutinho | O municiador 

João Moutinho
João Moutinho (foto: FPF)

Os “treinadores de bancada” apressaram-se a ditar a sua queda após os dois primeiros jogos de Portugal, de forma precipitada, como é hábito. Moutinho regressaria mais tarde, nomeadamente na final, para não só comandar o ataque final a uma França tremida como lançar a jogada que levou Éder à glória.

Pelo caminho somou 10 passes para ocasião em França terminando com a oitava melhor média de passes para ocasião de bola parada entre todos os participantes, 1.4 a cada 90 minutos jogados. Aquele passe para o golo que fica para sempre na memória… foi dele.

⭐ 8ª melhor média de passes para ocasião de bola parada (1.4 p/ 90m)

Obrigado João!

Éder | 1 golo em 2 remates… ambos na final!

Eder
Eder

#FalaMaldoEderAgora transformou-se na “tag” do momento. A verdade é que 99% dos “treinadores de bancada” não teriam levado Éder a França e no entanto… lá estava ele, a partir do minuto 79′, a fazer quase tudo o que teve a fazer bem feito (10 duelos ganhos, 5 faltas sofridas, 2 remates ambos enquadrados) e a consagrar a mais bonita página escrita na História do Futebol Português. Poetic justice.

⭐ 1 golo em 2 remates, ambos na final

Obrigado Éder!

João Mário | Ameaça no último terço

João Mário
João Mário (foto: FPF)

O “regista” leonino foi uma das figuras constantes da selecção, com 562 minutos jogados. Nem sempre tão exuberante como de verde-e-branco vestido, porventura porque o sistema da Selecção não falou a mesma língua que aquele que Jorge Jesus montou.

Ainda assim João Mário contabilizou alguns números interessantes: foi o oitavo jogador com mais passes certos para o último terço adversário (96) e na hora de ajudar a defender também se mostrou, embora nem sempre da forma mais eficaz (foi o jogador com mais faltas cometidas no Euro, 16). Pelo caminho somou uma assistência e não fosse aquela perdida frente a Gales teria também um golo. A idade trará certamente ainda maior confiança na demonstração de toda a sua classe.

⭐ 8º jogador com mais passes certos no último terço adversário (96)

Obrigado João!

Vieirinha | Sempre a enviá-las para a área

Vieirinha
Vieirinha (foto: FPF)

Começou como titular mas perdeu o posto para Cédric para não mais o recuperar. Ainda assim Vieirinha jogou mais do que o que, porventura, lhe será atribuído a “olho nú”. O lateral-direito foi o jogador que somou mais cruzamentos de bola corrida a cada 90 minutos jogados (7.7). Pelo caminho ainda rematou três vezes e entregou outros tantos passes para ocasião nos 270 minutos que esteve em campo.

⭐ 1º com mais cruzamentos de bola corrida do torneio

Obrigado Vieirinha!

A. Lopes | Guardado para o futuro

Anthony Lopes
Anthony Lopes (à direita), com Raphael Guerreiro (foto: FPF)

Não jogou um minuto que fosse mas nele poderá residir o futuro da selecção quando Rui Patrício entregar as luvas que tão bem justificou neste torneio. O guardião luso-francês promete futuro. Para começar já é… campeão europeu.

Obrigado Anthony!

Danilo | O homem do passe certo

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Danilo Pereira (foto: FPF)

Softreu as “passas da Islândia” no combate aéreo frente aos islandeses. O tempo viria a mostrar que não havia sido um problema de Danilo mas sim um mérito nórdico pois o cenário repetiu-se com vários adversários.

William Carvalho conquistou a preferência logo no segundo jogo, e os números viriam a validar a opção mas quando Fernando Santos voltou a precisar de Danilo este correspondeu e até ficou bem perto de comprovar a fama de “trinco” goleador frente ao País de Gales.

⭐ Apenas três passes falhados no próprio meio-campo

Obrigado Danilo!

William | Um “príncipe” mais ofensivo

William Carvalho
William Carvalho (foto: FPF)

Começou no banco mas após ser chamado apenas um “amarelo” (foi o jogador a somar mais amarelos, com três) a mais o voltou a sentar. William somou 36 recuperações de posse em 516 minutos jogados mas não será isso que mais surpreende no “trinco” mas sim o seu acerto no passe já no meio-campo adversário, onde acertou 88% dos passes que fez mostrando-se ofensivamente bem mais participativo do que é hábito no Sporting.

⭐ 7º com mais eficácia de passe no meio-campo adversário (88%)

Obrigado William!

A. Gomes | Adaptado com sucesso

André Gomes
André Gomes (foto: FPF)

Instrumental no primeiro jogo (ofereceu a assistência para o golo de Nani) André Gomes mostrou sempre disponibilidade e apesar de jogar numa posição adaptada acabou por terminar o torneio com oito passes para ocasião nos 294 minutos disputados o que lhe permitiu também cotar-se como o 9º jogador com melhor média de passes para ocasião de bola corrida por cada 90 minutos jogados, com 2.1.

⭐ 9º com melhor média de passes p/ ocasião de bola corrida (2.1 p/ 90m)

Obrigado André!

R. Sanches | O imprevisto driblador

Renato Sanches
Renato Sanches (foto: FPF)

O percurso de Renato na Selecção é semelhante ao que protagonizou no Benfica: mais ou menos influente a verdade é que uma vez lançado as coisas melhoraram. Pelo caminho não só não acusou a pressão como a chamou a si. Atrevido foi o 7º jogador que mais dribles ensaiou (24) saindo vencedor de 11 deles. Ajudou ainda William e cia. nas tarefas de recuperação (31) e, claro, marcou um golo importante. A culminar… passou a ser o mais jovem jogador a conquistar o Euro.

⭐ 7º jogador com mais tentativas de drible (24)
⭐ Jogador mais jovem a vencer o Campeonato Europeu

Obrigado Renato!

Nani | O cabeceador

Nani
Nani (foto: FPF)

Pode já não ter a explosão de drible em velocidade de outros temas mas Nani provou (com números) ter desempenhado um papel fundamental, sobretudo tendo em conta a falta de pontas-de-lança de formação. Adaptado a uma realidade que não é a sua Nani não defraudou nos 706 minutos que disputou (de um máximo de 720): para lá dos três golos e uma assistência o extremo foi ainda o 2º jogador com mais remates dentro da área do torneio (19) e também com mais remates de cabeça (10).

⭐ 2º com mais remates dentro da área (19)
⭐ 2º com mais remates de cabeça (10)

Obrigado Nani!

Rafa | 2 troféus em 50 dias

Rafa
Rafa (foto: FPF)

Jogou pouco tempo (1 minuto + descontos) e ainda assim ainda ganhou um duelo em três e fintou um adversário. Mas melhor que isso: Rafa Silva está de “barriga cheia”, com dois troféus ganhos em 50 dias (Taça de Portugal e título de Campeão Europeu) e, para irmos ao cúmulo do pormenor… ambos conquistados em estádios nacionais dos seus países (Jamor e Saint-Dennis)

⭐ Dois troféus em 50 dias

Obrigado Rafa!

Eliseu | Fiabilidade açoreana

Eliseu
Eliseu, ao centro (foto: FPF)

Disponível para o que fosse preciso, Eliseu correspondeu quando chamado a render a revelação Raphael Guerreiro e fê-lo com distinção, tanta que… o açoreano terminou o torneio como o terceiro jogador com mais cruzamentos eficazes de bola corrida por 90 minutos jogados, com 1,7. Foram 210 minutos em campo durante os quais o lateral ofereceu dois passes para ocasião e manteve um acerto no passe de 87%.

⭐ 3º com melhor média de cruzamentos certos de bola corrida (1.7 p/ 90m)

Obrigado Eliseu!

Quaresma | Dêem-lhe a bola parada

Ricardo Quaresma
Ricardo Quaresma, à direita (foto: FPF)

Não arrancou com o fulgor que todos esperavam, fruto de uma lesão ainda antes do arranque do torneio mas o “mustang” viria a mostrar-se e a ser decisivo: um golo (inesquecível, pelo contexto) e uma assistência em 286 minutos de jogo terminou o Euro com a melhor média de passes p/ ocasião de bola parada: 2.2 por cada 90 minutos jogados.

⭐ 1º com melhor média de passes p/ ocasião de bola parada (2.2 p/ 90m)

Obrigado Ricardo!

Cédric | 3º melhor lateral GoalPoint Ratings 

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Cédric Soares

Cédric começou no banco vendo Vieirinha assumir a titularidade após uma boa época na Bundesliga mas quando chegou a sua oportunidade não mais a largou.

Apesar do momento infeliz frente à Polónia a aposta de Fernando Santos no lateral do Southampton rendeu quantitativamente. No balanço de toda a produção estatística Cédric cotou-se como o 3º melhor lateral-direito GoalPoint Ratings do torneio com 5.99 terminando o torneio como o 3º jogador com mais cruzamentos eficazes de bola corrida (6)

⭐ 2º melhor lateral-direito GoalPoint Ratings com 5.99
⭐ 3º com mais cruzamentos eficazes e bola corrida (6)

Obrigado Cédric!

Eduardo | A bela despedida

Eduardo
Eduardo, em primeiro plano (foto: FPF)

Tal como Anthony Lopes não chegou a jogar mas ao contrário do francês dificilmente voltará a participar num grande torneio. Recebeu o prémio justo sobretudo para quem se lembra de como se exibiu no Mundial 2010.

Obrigado Eduardo!

Adrien | O “vai a todas”

Adrien
Adrien Silva (foto. FPF)

Longe do papel de “patrão” que demonstrou toda a época no Sporting Adrien foi em França um lutador abnegado (52 duelos disputados), nem sempre eficaz (18 ganhos) mas sempre disponível, enquanto as forças o assistiam.

Como já dissemos Adrien esteve longe da preponderância ofensiva leonina mas ainda assim não deixou de terminar o torneio com 86% de passes certos no meio-campo adversário e três passes para ocasião.

⭐ 86% de eficácia de passe no meio-campo adversário

Obrigado Adrien!

Fernando Santos | O invicto

Fernando Santos
Fernando Santos (foto: FPF)

 

Sete jogos, zero derrotas no Euro 2016. Somando os jogos de qualificação (outros sete, todos vitórias) Fernando Santos não sabe o que é perder, em jogos oficiais, desde que assumiu o comando da Selecção, com o primeiro jogo a ter lugar a 14 de Outubro de 2014 (vitória na Dinamarca. Campeão e invicto.

⭐ Invicto em jogos oficiais desde que assumiu a Selecção de Portugal

Obrigado Fernando!

GoalPoint
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