A meia-final está aí à porta. Para trás ficam cinco jogos sofridos, sem vítórias é certo, mas com resultados que permitem o sonho. Portugal está na meia-final e a reedição da oportunidade vivida em 2004 é um cenário tão realista como (para muitos) inesperado
À falta de tempo para uma análise exaustiva de todos os “patrícios” que já pisaram a relva em França, centramos a nossa análise em cinco nomes que, pelos números e até a “olho”, vão sendo dados como influentes ou bem lançados no “onze” de Fernando Santos, complementando os seus números com a indicação do seu ranking, entre todos os jogadores que participaram no torneio (com um mínimo de 225 minutos disputados).
Cristiano Ronaldo

Ronaldo pode não estar a rubricar um Euro ao nível do que mostra habitualmente no Real Madrid mas… será isso tão surpreendente? Verifiquem-se ou não limitações físicas ou atravesse o capitão um momento de forma mais ou menos fulgurante. a verdade é que Cristiano é o mais rematador do Euro, o que indicia vontade de resolver.
O acerto anda longe do esperado (Cristiano é o quarto jogador que mais ocasiões flagrantes desperdiça no Euro) mas, com dois golos na “folha”, ainda vai a tempo de afinar pontaria e fechar o torneio ao seu nível. De preferência já frente ao País de Gales.
Renato Sanches

“Bulo” tem metade dos minutos dos “totalistas” analisados (Cristiano e Pepe) mas nem por isso regista uma “folha de serviço”… humilde. Para lá do óbvio (o decisivo golo frente à Polónia) o médio-centro assumiu a responsabilidade e vai-se notabilizando, sobretudo no passe, drible (é o quinto mais eficaz do torneio) e na quantidade de vezes em que enfrenta os adversários (duelos disputados).
Aparentemente mau apenas o número de faltas cometidas pelo jovem jogador, mas apenas uma análise detalhada permitiria concluir se falamos de faltas escusadas ou daquelas bem úteis, em dados momentos de jogo.
Cédric Soares

Começou no banco, a ver Vieirinha jogar, para assumir a lateral-direita nos últimos jogos. Ligado pela negativa ao golo polaco manda a justiça reconhecer que o desempenho de Cédric tem sido quantitativamente muito positivo: é o jogador com melhor média de passes interceptados do Euro 2016 e vai revelando uma eficácia de cruzamento atípica entre os colegas (Portugal tem cruzado muito mas com pouco acerto).
Nani

Já não é o jogador explosivo de outrora e parece distante da melhor forma (é o 15º jogador que mais duelos perde no Euro e o nono a falhar golos “cantados”) mas nem por isso Nani está “desaparecido”.
É curioso aliás perceber que é de cabeça que Nani mais se destaca, sendo o segundo jogador que mais remata dessa forma, no torneio, algo no mínimo… inesperado. E a verdade é que, não tivessem os guarda-redes (e os postes) adversários travado os seus ímpetos e Nani podia totalizar bem mais do que os dois (importantes) golos que soma.
Pepe

Centralão. É assim que tem sido visto Pepe neste Euro, por oposição ao papel que assumiu no já esquecido Mundial 2014. Pepe apresenta números fantásticos em quase tudo o que, defensivamente, se exige a um central, com particular destaque para as intercepções, onde se situa como o 10º jogador mais produtivo do Euro 2016.
Aparentemente “tocado”, Pepe é dúvida para a meia-final. Jogue ou não, o que queremos memso ver é um Pepe igualmente afirmativo defensivamente na grande final e, se possível, mais certeiro no passe (é o 35º jogador que mais passes falha no torneio).