Rangers 🆚 Braga | Intensidade escocesa afasta minhotos

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Fim do sonho. O Braga foi a Glasgow com uma vantagem de 1-0 trazida da Pedreira, mas uma péssima entrada no jogo e um golo sofrido logo aos dois minutos deixaram a formação lusa em apuros, sem reacção perante a incrível intensidade dos homens da casa e sem bola para poder atacar. O 2-0 surgiu pouco antes do intervalo, num penálti após lance que levou à expulsão de Tormena. David Carmo ainda empatou perto do fim, levando o jogo ao prolongamento, mas aí a maior frescura dos escoceses ditou leis, com mais um tento, seguido, minutos depois, por nova expulsão no Braga, de Iuri Medeiros. Valeu pela boa carreira até aos quartos-de-final.

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Arrepiante o mau arranque do Braga, praticamente sem ter bola e a sofrer o 1-0 logo ao segundo minuto, numa conclusão de primeira de Tavernier. Logo a seguir (5′) foi Roofe a fazer o segundo, mas o lance foi anulado por mão na bola. Os minhotos estavam atarantados com a intensidade do futebol do Rangers e, ao primeiro quarto-de-hora, os da casa registavam 70% de posse, enquanto os portugueses não somavam qualquer ataque.

E assim continuou até ao intervalo, como se pode constatar nas estatísticas da partida. O Braga foi pouco menos que inofensivo e o Rangers aproveitou para fazer o 2-0, de penálti, de novo por Tavernier, a castigar falta de Tormena (expulso na sequência do lance) sofre Roofe na área. Tavernier era o MVP ao descanso, com um GoalPoint Rating de 7.1.

Apesar de ter um pouco mais de bola, os problemas continuaram para o Braga no segundo tempo, com uma grande incapacidade de chegar com perigo ao último terço, e aos 70 minutos houve novo golo, por Roofe, mas mais uma vez anulado, por fora-de-jogo. Tudo se encaminhava para o afastamento dos minhotos, mas eis que aos 83 minutos tudo mudou. Iuri Medeiros bateu um canto da direita e David Carmo, nas alturas, desviou para o 2-1, empatando a eliminatória. Prolongamento para as decisões.

A jogar com dez elementos desde a primeira parte, o Braga começou, aos poucos, a acusar o desgaste e o Rangers chegou mesmo ao 3-1, por Roofe, que desta vez viu o seu golo contar mesmo, numa finalização à boca da baliza. E pior ficou tudo aos 105 minutos, quando, no mesmo lance, Iuri Medeiros viu dois amarelos, pela falta e pelos protestos, deixando os “guerreiros” com nove elementos. Foi o fim do sonho bracarense.

[ Braga sempre mais recuado do que o Rangers ]

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James Tavernier 8.6 – Jogo incrível do lateral-direito do Rangers. O inglês, de 30 anos, destroçou os minhotos, tendo sido ele o autor de dois dos três golos dos homens da casa, um de grande penalidade. Contabilizou ainda quatro passes para finalização, 12 passes ofensivos valiosos, 14 aproximativos, três super aproximativos, somou 134 acções com bola e ainda ganhou dois de quatro duelos aéreos defensivos.

Joe Aribo 7.8 – O médio-ofensivo nigeriano foi o quebra-cabeças para o Braga, com uma invulgar capacidade de jogar entrelinhas e uma grande potência física. Foram dele as duas assistências da partida, para Tavernier e Roofe, tendo criado três ocasiões flagrantes e seis passes para finalização (máximo). Recebeu ainda 13 passes aproximativos, somou 14 acções com bola na área contrária e ganhou incríveis sete duelos aéreos ofensivos em dez.

Paulo Oliveira 6.8 – O melhor elemento do Braga. O central teve muito trabalho, terminando com assinaláveis 21 acções defensivas, com destaque para quatro intercepções e pouco habituais cinco bloqueios de remate. Ganhou cinco de nove duelos aéreos defensivos.

Pedro Tudela
Pedro Tudela
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.