REECE James. Nado e criado em Cobham, o jovem de 21 anos é um produto da recente aposta do clube na formada que tem brotado nos relvados da Academia “blue” do Chelsea e que já deu à equipa principal Mason Mount, Tammy Abraham, Fikayo Tomori (deverá ser contratado em definitivo pelo AC Milan após período de empréstimo), Andreas Christensen, Billy Gilmour, Tino Anjorin ou Callum Hudson-Odoi. Ligado aos londrinos desde os seis anos, James esteve em alta esta temporada e foi um dos jogadores mais regulares do conjunto no decurso destes últimos meses – contabilizando em todas as provas em foi utilizado 47 presenças (34 como titular), um golo apontado e quatro assistências gizadas.
Rápido, sólido defensivamente, com uma boa chegada ao ataque, forte fisicamente, tecnicamente evoluído, o que lhe permite assumir a marcação de livres e pontapés de canto, o defesa – 1,82 cm e 76 quilos -, percorre todo o corredor direito como uma espécie de locomotiva em Stamford Bridge, e é polivalente, podendo ainda ser utilizado como um dos três elementos da linha de três do sector mais recuado ou mesmo como médio. Apesar da tenra idade, é um jogador muito inteligente e maduro, mas poderá melhorar o posicionamento defensivo – sofre com os cruzamentos dos adversários que surgem nas costas. Prova de tudo o que acabámos de escrever, a forma como “secou” Sterling na final da Liga dos Campeões no passado sábado.
Após ter passado a época 2018/19 no Championship ao serviço do Wigan, regressou a Stamford Bridge para ficar. Primeiro, sendo aposta de Frank Lampard e, posteriormente, uma unidade bastante utilizado e testada por Thomas Tuchel. Na edição da Premier League que findou há duas semanas, actuou em 32 jornadas (2386 minutos de utilização), fez 1,1 passes para finalização por 90 minutos, completou com êxito quase dois dribles, tentou uma média de 3,8 desarmes (com uma eficácia de 55%) e 0,6 intercepções. Já na Liga dos Campeões, que o Chelsea conquistou no palco do Estádio do Dragão, marcou presença em dez encontros, tendo se destacando no capítulo do drible e das faltas ganhas (1,6 a cada 90 minutos) e tentou 5,3 desarmes (65% eficazes).
Aos 21 anos, o internacional inglês (tem registadas seis internacionalizações e vai estar na fase final do Euro 2020) foi, entre os jogadores com mais de 1710 minutos na Premier:
- O terceiro lateral com melhor GoalPoint Rating da competição, apenas atrás de João Cancelo, do Manchester City, com 6.39, e de Trent Alexander-Arnold, do Liverpool, com 6.33;
- O camisola 24 foi o lateral mais rematador da Liga inglesa (1,3 por 90m);
- E o quinto lateral com mais passes para finalização de bola corrida (1,1) e passes ofensivos valiosos (3,7).
Vinculado aos novos campeões europeus até 30 de Junho de 2024 e com um valor de mercado a rondar os 40 milhões de euros, de acordo com o Transfermarkt, Reece foi, também, entre os jogadores com pelo menos 575 minutos na Liga dos Campeões (os mesmos de Reece James):
- O lateral com mais cruzamentos de bola corrida (4,7);
- O lateral com mais acções defensivas no primeiro terço (7,2);
- O segundo lateral com mais desarmes por 90 minutos (3,4);
- E o segundo lateral com mais bloqueios de passe (1,3) e de remate (0,5).
🏴 Brighton 🆚 Chelsea
— GoalPoint.pt (@_Goalpoint) September 14, 2020
Na estreia de Kai Havertz 🇩🇪 (5.5) e Timo Werner 🇩🇪 (6.2), a estrela maior foi… Reece James 🏴, que marcou um golaço digno de ser visto e revisto ⭐️
N'Golo Kanté 🇫🇷 (7.1) terminou com 12 acções defensivas#EPL #PremierLeague #BRICHE #RatersGonnaRate pic.twitter.com/TbIgs5C5gf
Ainda com Lampard no comando técnico, Reece rubricou uma exibição de encher a vista, tendo amealhado o melhor rating esta temporada diante do Brighton – apontou um golo, levou a melhor nos dois duelos aéreos ofensivos em que interveio, orquestrou uma assistência, dois passes para finalização, três intercepções, bloqueou dois remates do adversário e superiorizou-se nas duas vezes em que foi chamada para intervir em acções aéreas defensivas. Aos 21 anos, Reece James é o presente e o futuro do Chelsea e a da Selecção dos “Três Leões”.
“Falamos antes sobre muitos jogadores, Mason Mount, Phil Foden – e com razão -, mas tenho de falar de alguém como ele, um produto da academia. Já vimos algumas pessoas a questioná-lo, tanto no Chelsea como na selecção, não apenas quando vestiu a camisola do Chelsea, mas também quando representou a selecção, se ele é suficientemente evoluído e porque há uma grande quantidade de laterais-direitos neste país. Esta noite apresentou-se no maior dos palcos e foi o destaque, foi imenso. Se vais jogar ao mais alto nível, tens de fazer aquilo que ele fez. Hoje, Reece tornou-se um homem e respondeu a todas os seus críticos”, atirou o antigo defesa e actual comentador da BT Sport, Rio Ferdinand.
“Reece é um lateral-direito versátil e provavelmente está ao nível de alguns dos melhores da Premier League, e ainda é jovem e tem muito que aprender, mas pelo seu talento e potencial é um jogador muito bom”, prosseguiu.
Além das qualidades dentro das quatro linhas, é um defensor de causas sociais, ajudando quem mais precisa;
A irmã mais nova do lateral, Lauren, é futebolista e actua no Manchester United, já o irmão mais velho, Joshua, também jogou “à bola”, paixão herdada do pai, Nigel, antigo jogador e que comanda um centro de treinos de elite vocacionada para jovens atletas. “Sou mais velho e experiente do que ela, tento ajudá-la sempre que posso e sempre que ela sente que precisa de orientação”, disse o ala em entrevista ao “site” do Chelsea.
