Sporting 🆚 Braga | Tiro de Gorby abate “leão”

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DECORRIA o minuto seis do período de compensação quando, do meio da rua, o jovem Gorby Baptiste arriscou, disparou um “míssil” que abateu os “leões” e colocou um ponto final na invencibilidade dos de Alvalade em casa, que durava há 35 jogos consecutivos no campeonato – ou seja, foi a primeira vez que Rúben Amorim perdeu um jogo no campeonato no seu reduto desde que assumiu o leme “verde-e-branco”. Noite inesquecível para o jovem médio francês. Foi um final épico, após uma segunda parte jogada em alta rotação. Com o desaire, o segundo na Liga, a equipa lisboeta poderá ver o FC Porto a seis pontos e ficou com apenas mais três do que o SL Benfica. Para os “guerreiros” é o regresso aos triunfos depois da escorregadela em casa na última jornada contra o Marítimo.

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Duelo vibrante acabou à “lei da bomba”

O Sporting foi amplamente superior na primeira metade do encontro. O SC Braga recuou as linhas – ainda ameaçou aos oito minutos num lance em que um atraso de Inácio causou calafrios –, deu a iniciativa aos “leões” – 60% vs 40% no que diz respeito à posse de bola -, que apesar do domínio, abusavam do futebol directo e pouco ameaçavam o último reduto contrário. Tudo mudou à passagem do minuto 24, altura em que Matheus Nunes descobriu de forma brilhante “Pote”, que se desmarcou, dominou e fuzilou por entre as pernas de Matheus para o 1-0, num lance inicialmente foi anulado, mas posteriormente validado com o auxílio do VAR. O número 28 marca há três jogos consecutivos diante dos “arsenalistas”.

Este cenário fez bem ao encontro, que ganhou outra vivacidade, o perigo rondou as duas balizas, mas nem Sarabia (27’), nem Galeno (29’) conseguiram finalizar a preceito. De volta ao “onze”, Matheus Nunes esteve em grande e era o MVP ao intervalo com um rating de 6.6. Além da assistência, destacou-se com quatro passes valiosos, outros tantos aproximativos e cinco recuperações da posse.

Após o domínio dos campeões, que chegaram ao intervalo a vencer graças a um golo de “Pote”, os bracarenses ressurgiram das cinzas, foram mais ambiciosos, subiram as linhas, pressionaram em bloco, obrigando o Sporting a cometer erros na primeira fase de construção – Inácio, Adán, Matheus Reis e Coates que o digam – e chegaram mais vezes e com perigo à baliza contrária. Empataram por Galeno da marca dos 11 metros e confirmaram a remontada já no período de descontos. Antes do tiro certeiro de Gorby, os dois conjuntos desperdiçaram soberanas oportunidades.

As substituições dos forasteiros resultaram em pleno, já nos da casa, Amorim não conseguiu transmitir tranquilidade à equipa, que abusou dos cruzamentos e do jogo exterior quando era preciso colocar “gelo” e critério em campo, algo que Daniel Bragança poderia acrescentar. Os minhotos tinham perdido cinco dos últimos seis últimos jogos antes desta deslocação a Alvalade. Já a turma leonina, que vinha de cinco triunfos ante dos bracarenses, somou a segunda derrota na Liga nas últimas três jornadas.

[ Sporting muito compacto no posicionamento, mas de pouco lhe valeu ]

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O MVP GoalPoint👑

“Pote” parece estar de volta à velha forma e deu na noite deste sábado mais um exemplo disso. Foi um perigo à solta, inaugurou a contagem com uma finalização de excelência – já leva 13 tiros certeiros esta época, seis dos quais na Liga -, no último suspiro não levou a melhor no “mano a mano” com Matheus, tendo ainda realizando ao todo cinco remates (quatro dos quais enquadrados), gizou um passe para finalização, recebeu oito passes aproximativos e contabilizou 50 acções com a bola. Por tudo isto, foi o melhor em campo com um GoalPoint Rating de 7.2.

Outros  Ratings 🔺🔻

Destaques do Sporting

João Palhinha 6.1 – Nos 69 minutos em campo destacou-se com quatro acções defensivas no meio-campo contrário, quatro desarmes e duas intercepções.

Matheus Nunes 5.8 – Foi o melhor nos primeiros 46 minutos, mas tal como a equipa decaiu de produção na segunda parte. Fez o passe para o 1-0, dois passes aproximativos, três variações de flanco, dez recuperações de posse (máximo no duelo) e sofreu três faltas.

Paulinho 5.8 – Esteve próximo de marcar aos 60 minutos. Em termos gerais visou o alvo bracarense em três ocasiões, contribuindo ainda dois passes para finalização e venceu todos os cinco duelos aéreos ofensivos em que interveio.

Coates 5.7 – Não esteve afinado no capítulo do passe – 13 falhados em 68, sendo que dois foram de risco e um está na génese do lance da grande penalidade convertida por Galeno.

Ugarte 5.6 – Aos 87 minutos travou uma investida perigosa de Abel Ruiz e recuperou a posse por duas vezes.

Ricardo Esgaio 5.6 – Esteve certinho – quatro cruzamentos, 81 acções com a bola e cinco acções defensivas no meio-campo do SC Braga -, mas não conseguiu marcar a diferença em termos ofensivos.

Feddal 5.1 – O marroquino acabou por ser sacrificado na fase de maior risco dos “leões”. Até sair, realizou quatro recuperações da posse e dois alívios.

Gonçalo Inácio 5.0 – Não foi uma das exibições do jovem central. Normalmente seguro no capítulo do passe, desta feita tremeu por diversas vezes (oito passes de risco desperdiçados) e não fossem Adán (8′ e 77’) e Ugarte (87′) e os danos poderiam ter sido ainda mais gravosos.

Adán 4.5 – A pressão bracarense obrigou o espanhol a falhar dois passes de risco – agarrou ainda um atraso “suicida” que originou um livre indirecto na área -, sem culpas dos dois golos sofridos, ainda fez uma defesa.

Matheus Reis 4.4 – Cometeu a grande penalidade sobre Galeno, perdeu a posse em 16 ocasiões e foram 12 os passes de risco falhados.

Sarabia 4.3 – Uma das piores exibições do espanhol, que foi mesmo de todos os jogadores utilizados aquele que obteve a pior nota. Sarabia foi autor de dois remates, dois passes valiosos, falhou cinco dos 19 passes tentados e nunca conseguiu criar perigo junto à baliza contrária.

Destaques do Braga

Fabiano 6.8 – Quem o viu na primeira parte e quem o viu na etapa final. O ala brasileiro foi o espelho da equipa, após uma primeira metade para esquecer, mas surgiu revigorado depois do intervalo e realizou uma óptima exibição. Criou uma ocasião flagrante de golo, ofereceu três passes para finalização e dois passes super aproximativos. A defender foi responsável por três acções defensivas no meio-campo adversário, dois desarmes, três intercepções, outros tantos alívios e ainda sofreu três faltas.

Gorby 6.3 – O médio francês, recrutado à equipa B, viveu uma noite de sonho no quarto jogo na equipa principal. Com menos de dez minutos em cena, é dele o golão que colocou o SC Braga na rota dos triunfos. Ao todo teve seis acções com a bola.

Galeno 6.0 – Perto do intervalo “adormeceu” na hora H e desperdiçou uma boa oportunidade para empatar. Mas redimiu-se na segunda parte, quando foi derrubado por Matheus Reis, e não tremeu da marca dos 11 metros. Sofreu cinco faltas e recebeu nove passes aproximativos. Não fossem os quatro maus controlos de bola e a nota teria sido ainda mais alta.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.