Táctica: Holanda vs. Argentina, um confronto com História

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2. A “Albiceleste”

 

(figura 1 - A disposição "albiceleste" de Sabella)
(figura 1 – A disposição “albiceleste” de Sabella)

 

O ataque

(figura 2 - a movimentação ofensiva argentina)
(figura 2 – a movimentação ofensiva argentina)

O sector avançado é o grande pilar desta equipa. Jogadores de classe mundial como Lionel Messi, E. Lavezzi, Ángel Di Maria (já afastado por lesão), bem como G. Higuaín, conferem um poder de fogo aos argentinos que faz tremer qualquer linha defensiva. A qualidade técnica de outro mundo de Messi faz com que a fase de criação seja muito imprevisível e também eficaz no seu objectivo. O ponta-de-lança Higuaín é um jogador de área que conhece na perfeição as formas de fugir à marcação dos centrais e que se desmarca e ataca os espaços vazios com tremenda qualidade.

 

A defesa

(figura 3 - a forma como a "selecção das pampas" procura anular defensivamente o adversário)
(figura 3 – a forma como a “selecção das pampas” procura anular defensivamente o adversário)

Os “albicelestes” defendem num 1-4-4-2 bloco médio que não é muito agressivo numa primeira fase, mas que quando J. Mascherano e L. Biglia entram em cena na recuperação de bola o caso muda de figura, e os argentinos ficam com um meio-campo defensivo raçudo e difícil de penetrar. A linha defensiva é bastante coordenada e Sabella, ao usar um defesa-lateral como Marcos Rojo (que joga preferencialmente como central), ganha uma solidez defensiva e táctica muito importante naquela área do terreno – que lhe dá também um equilíbrio excelente nas transições.

 

Os pontos fortes

O ponto forte desta equipa recai sobre dois nomes, Leo Messi e Ángel Di Maria, embora o ex-Benfica já não faça parte das contas da equipa. Realçam-se pela qualidade técnica e talento inato que reflectem anos e anos de cultura de futebol argentina. A Argentina é também bastante perigosa nas bolas paradas (sobretudo cantos, apesar da pouca eficácia neste capítulo no decurso do Mundial) e também na qualidade da sua posse de bola (factor-L. Biglia muito importante).

As fraquezas

O grande ponto fraco será o constante despocionamento dos extremos e consequentes compensações dos médios-centro, que podem levar a que os adversários consigam planear contra-ataques muito efectivos nessas zonas “cegas”. A agressividade imposta também (por J. Mascherano e L. Biglia) na recuperação de bola por vezes origina que estes corram para terrenos já longe das suas posições de origem, o que causa algum desequilíbrio defensivo nesta armada argentina.

Miguel Pontes
Miguel Pontes
Engenheiro civil de formação, actualmente na Deloitte, tem dado sequência à sua paixão pela vertente técnica e táctica do futebol, com passagens pelo CF Benfica (Scouting), SG Sacavenense (como técnico adjunto nos sub19 e posteriormente na área de scouting) e colaborações com a Belenenses SAD e diversos agentes.