Portugal 🆚 Bósnia | Recital de Bruno em mais um triunfo luso

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Missão cumprida. Três jogos, três vitórias, 13 golos marcados, nenhum sofrido. A recepção à Bósnia e Herzegovina parecia complicar-se na primeira parte, com Portugal a ter muitas dificuldades para criar perigo e a permitir lances de contra-ataque, mas o golo de Bernardo Silva, ao cair do pano, tornou o problema menos bicudo. No segundo tempo, os lusos fecharam os caminhos para a sua baliza, controlaram melhor o jogo, pressionaram e bisaram, com dois golos marcados pelo craque da noite, Bruno Fernandes, a grande figura da partida. Segue-se a Islândia.

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Golo de Bernardo abriu a “porta”

Desde cedo Portugal pegou no jogo à procura do golo, ao mesmo tempo que os bósnios recuavam linhas e tentavam transições rápidas, que iam conseguindo construir amiúde. Só que os lusos eram lentos nas trocas de bola e nas movimentações na frente de ataque, pelo que acabavam ou desarmados no eixo central do meio-campo, muito povoado, ou na linha defensiva contrária.

Nos contragolpes, os homens dos Balcãs iam causando algum perigo. Aos 21 minutos, Diogo Costa evitou o golo visitante na sequência de um cruzamento traiçoeiro de Adrian Leon Barišić. Cristiano Ronaldo marcou logo a seguir, de cabeça, após cruzamento de João Cancelo, mas o lance foi adiado por fora-de-jogo, e em cima da meia-hora, Edin Džeko falhou de forma incrível.

Parecia que o jogo ia para o intervalo com um nulo, mas aos 44 minutos, Portugal marcou. Bruno Fernandes fez um excelente passe a rasgar para isolar Bernardo Silva e este picou a bola sobre o guardião Ibrahim Šehić para o 1-0. E Bernardo era mesmo o melhor ao descanso, com um GoalPoint Rating de 6.5, pelo tento, mas também porque falhou apenas um de 16 passes.

A formação lusa iniciou a partida com uma atitude diferente, com uma pressão mais intensa sobre o portador bósnio da bola em zonas bem adiantadas do terreno. Os visitantes deixaram de sair com tanto perigo e os lusos mostraram ter o jogo controlado, criando alguns lances, que, ainda assim, iam sendo resolvidos pela defesa contrária… até aos 77 minutos.

Rúben Neves, entrado pouco antes para o lugar de João Félix, arrancou um cruzamento da direita e Bruno Fernandes, desta feita no papel de finalizador, cabeceou na perfeição para o 2-0. Pela forma como o jogo estava, ficou a ideia de que o jogo estava resolvido. E estava.

Diogo Jota teve, aos 88 minutos, a possibilidade de ampliar, a passe de Cristiano Ronaldo, mas Šehić fez uma defesa incrível. Diogo Costa não quis ficar atrás e fez uma estirada estupenda logo a seguir, a remate de Saïd Hamulić. Nos descontos, Bruno Fernandes fechou a contagem em 3-0, com um magnifico remate à entrada da área.

[ Portugal muito subido, Bósnia bem recuada ]

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MVP GoalPoint: Bruno Fernandes 👑

Que noite de Bruno Fernandes! A época foi longa, mas parece que o médio do Manchester United não se dá por satisfeito. Actuou sempre com intensidade, fez o jogo todo e mostrou uma qualidade inigualável, que lhe valeu um GoalPoint Rating estupendo, um 9.7 que esteve a roçar a nota máxima. Uma assistência na primeira parte, um bis na segunda, quatro remates, dois enquadrados (ambos máximos), seis acções com bola na área contrária e um manancial de recursos incríveis.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques de Portugal

Bernardo Silva 6.8

O outro homem de Manchester, Bernardo, abriu o caminho para a vitória lusa com uma “picadinha” perto do descanso. Bernardo somou ainda seis passes ofensivos valiosos, falhou apenas cinco de 49 entregas e registou três conduções progressivas.

Raphaël Guerreio 6.4

O ala esquerdo tentou sempre imprimir velocidade no seu flanco e servir os companheiros da frente, terminando com dois passes para finalização. Foi o jogador com mais acções defensivas no meio-campo contrário (4).

Danilo Pereira 6.2

O jogador do PSG foi sempre um dos melhores de Portugal, empregando energia e sempre antecipando as jogadas adversárias. Central do lado esquerdo, no esquema de três, acertou 84 de 87 passes (97%), completou os nove longos que tentou, somou 100 acções com bola e oito recuperações de posse.

Diogo Costa 6.2

O guardião luso nem teve muito trabalho, registando somente três defesas, mas uma delas foi verdadeiramente espectacular.

Cristiano Ronaldo 6.2

O atacante não marcou, mas fez um belo jogo, virado para o colectivo e um pouco diferente do habitual, sem aquela vertigem pela baliza e sempre a tentar jogar com os companheiros. Além de ter recebido 12 passes progressivos (máximo), criou uma ocasião flagrante que Diogo Jota não conseguiu converter, recuperou cinco vezes a posse de bola e somou três acções defensivas no meio-campo contrário.

João Palhinha 6.1

“Varreu” tudo no meio-campo. Além de sete recuperações de posse, assinou o máximo de desarmes na partida, nada menos que cinco.

Rúben Dias 5.9

Bem no passe, com 94% de eficácia, completou cinco de oito longos e esteve implacável pelo ar, com quatro duelos aéreos defensivos ganhos em quatro.

António Silva 5.5

Seguro, faltou-lhe chegada à área nos lances de bola parada. O central benfiquista acertou 93% dos 96 passes que realizou e registou o máximo de acções com bola, 102.

Destaques da Bósnia e Herzegovina

Anel Ahmedhodžić 6.2

O central teve muito trabalho perante a pressão lusa e esteve sempre muito seguro, acumulando 13 acções defensivas. Destaque pata sete alívios.

Siniša Saničanin 5.6

Ao seu lado, Saničanin teve também muito trabalho, destacando-se com seis alívios e um bloqueio de remate.

Pedro Tudela
Pedro Tudela
Profissional freelancer com mais de duas décadas de carreira no jornalismo desportivo, colaborou, entre outros media nacionais, com A Bola e o UEFA.com.