Ucrânia 🆚 Inglaterra | Poker rumo às “meias”… em casa

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“It’s coming home”, cantam os ingleses em euforia, e dá a ideia que desta vez essa é mesmo uma realidade possível. A selecção dos “Três Leões” era ultrafavorita para este encontro e deu uma demonstração inequívoca de superioridade, garantindo a presença na semifinal de um Europeu pela primeira vez desde 1996 e ostentando agora um incrível (e histórico) “score” de oito golos marcados e nenhum sofrido em cinco jogos disputados. Segue-se agora a surpreendente Dinamarca em Wembley.

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Marcar cedo para evitar surpresas

O golo madrugador de Harry Kane permitiu aos ingleses ficarem confortáveis na partida, num cenário que se verificou em toda a primeira meia-hora, na qual somaram cinco remates (dois enquadrados) e 11 acções na área adversária, bem como quatro acções defensivas no meio-campo contrário. A mudança de sistema táctico nos ucranianos, porém, mexeu com o jogo e tornou os comandados de Andriy Shevchenko bem mais perigosos, como o atestam os números finais no primeiro tempo: cinco remates, 11 acções na área adversária (tal como Inglaterra) e dois cantos (contra zero ingleses).

As esperanças ucranianas de uma reviravolta esfumaram-se logo no primeiro minuto do segundo tempo: o golo de Harry Maguire logo a abrir e o bis de Kane quatro minutos depois arrumaram a questão e devolveram a tranquilidade e confiança aos ingleses, que a partir daí reassumiram o controlo total da partida. Tremenda eficácia dos homens de Gareth Southgate, com quatro remates enquadrados em cinco tentativas (e três golos) e seis acções defensivas no meio-campo adversário: números que ilustram o volume ofensivo do jogo inglês nos segundos 45 minutos.

[ Equilíbrio no posicionamento médio, o resto é que… ]

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O MVP GoalPoint👑

Num daqueles insondáveis mistérios do futebol, Harry Kane vinha sendo criticado por ter ficado em branco na fase de grupos. Pois bem: o goleador do Tottenham pôs fim à “seca” frente à Alemanha e este sábado festejou em dose dupla, repetindo o que havia feito no Mundial da Rússia e igualando Alan Shearer como o segundo melhor marcador inglês em fases finais, com nove tentos (a um de Gary Lineker). Como se tudo isto não bastasse, registou ainda aproveitamento total em duelos aéreos ofensivos (três) e uma eficácia de passe de 84%, justificando totalmente o incrível GoalPoint Rating de 9.0.

Outros GoalPoint Ratings 🔺🔻

Destaques da Ucrânia:

Evgen Makarenko 6.0 – Lançado aos 64 minutos, fez a primeira aparição na prova e mostrou que talvez merecesse mais tempo de jogo, nomeadamente com o remate fortíssimo a obrigar Pickford a uma belíssima intervenção. Registou ainda três recuperações de posse.

Vitaliy Mykolenko 5.7 – O lateral-esquerdo do Dínamo de Kiev contabilizou três passes valiosos e igual número de acções defensivas no meio-campo inglês, mas também cinco desarmes, quatro intercepções, dois alívios e outros tantos bloqueios de remate.

Oleksandr Zinchenko 5.1 – A jogar no meio-campo, ao contrário do que acontece no Manchester City, somou três passes valiosos e duas acções com bola na área contrária, registando ainda quatro recuperações de posse.

Destaques da Inglaterra:

Harry Maguire 7.1 – No único remate enquadrado, estreou-se a marcar em fases finais num dos dois duelos aéreos ofensivos em que esteve envolvido (levou a melhor em ambos). Com uma eficácia de passe impressionante (88 certos em 91 tentativas), somou seis passes aproximativos e cinco variações de flanco.

Raheem Sterling 6.7 – Com a assistência para o golo inaugural, o atacante do Manchester City estava por essa altura envolvido directamente em 80 por cento dos tentos de Inglaterra na prova. Destacou-se ainda pelas acções com bola na área contrária (seis), mas também a nível de desarmes (três).

Luke Shaw 6.3 – Criticado por José Mourinho pelas dificuldades no cruzamento, o esquerdino do Manchester United tem contrariado essas afirmações em campo: são já três assistências para golo na prova – com as duas nesta partida tornou-se o segundo inglês a fazê-lo num Europeu desde Beckham em 2000 (frente a Portugal).