Após três derrotas consecutivas, o FC Porto foi à Bélgica empatar a dois golos, num jogo em que esteve por duas vezes em vantagem. Frente a um Anderlecht ainda invicto na prova, o nervosismo inerente ao mau momento que os “dragões” atravessam ficou bem patente, por exemplo, no elevado número de bolas perdidas em zona proibida. A equipa de Vítor Bruno marcou a meio da primeira parte, de penálti, por Galeno, e depois já nos dez minutos finais, por um recém-entrado Fábio Vieira, mas viu o adversário responder e, uma vez mais, voltou a deixar fugir pontos preciosos nesta edição da Liga Europa.
O mau hábito europeu de sofrer no fim
A primeira parte começou com um susto para o FC Porto: golo anulado ao Anderlecht logo aos 14 segundos, por fora-de-jogo. Os belgas continuaram por cima nos minutos iniciais, mas aos poucos os “dragões” começaram a conseguir trocar a bola mais à frente no terreno e o golo apareceu. Francisco Moura foi atingido por um adversário na grande área contrária e Galeno não perdoou na conversão do consequente castigo máximo. A turma de Vítor Bruno terminou a primeira parte com mais acções na grande área adversária e mais remates, mas o Anderletcht teve mais posse de bola e voltou a assustar em cima do intervalo. Valeu Diogo Costa, com uma bela defesa.
De susto em susto, a segunda parte começou com uma bola no poste da baliza dos “dragões” e, logo depois, com o golo do empate. Pepê foi desarmado em zona proibida e De Greef não perdoou. Foi, a partir daí, um jogo dividido, com o FC Porto a continuar a perder muitas bolas em zona recuada. Até que, acabado de entrar, Fábio Vieira, com um excelente remate, recolocou os portistas na frente. Só que, uma vez mais, o FC Porto deixou fugir a vantagem e voltou a sofrer um golo perto do fim, como por várias vezes já aconteceu na Liga Europa esta temporada. Amuzu fugiu a Martim Fernandes e desferiu um remate que ainda desviou em Otávio antes de entrar para o fundo das redes.
[ Alan Varela (22) ligou muito com, os centrais através do passe ]
O Jogo em 5 Factos
1. Pepê desastrado
Pepê viveu uma noite para esquecer em Bruxelas. Sofreu seis desarmes e somou cinco perdas de bola no primeiro terço, uma delas a resultar então no 1-1 para o Anderlecht a abrir a segunda parte.
2. Dragões não se deram bem com pressão adversária
O Anderlecht pressionou alto e o FC Porto não se deu bem com isso. Os belgas totalizaram 21 acções defensivas no meio-campo dos “dragões”, que se ficaram pelas seis no meio-campo do Anderlecht.
3. FC Porto mais vezes na área contrária
Se nas acções defensivas no meio-campo contrário o FC Porto esteve bem abaixo dos belgas, superiorizou-se claramente nas acções na grande área adversária. Os dragões chegaram às 26, o dobro das somadas pelo Anderlecht, e chegaram a ter 11 contra uma.
4. Novo máximo de passes longos
Esta temporada na prova o FC Porto ainda não tinha efectuado tantos passes longos como os que realizou neste encontro com o Anderlecht. A média, até agora, era de 42,5 passes longos por jogo. Em Bruxelas chegou fez 52.
5. Belgas fortes no desarme e melhores nos duelos
O Anderlecht superiorizou-se nos duelos individuais, chegando aos 60 ganhos, contra 48 ganhos pelo FC Porto. E a turma da casa esteve também muito forte no capítulo do desarme, totalizando 25, o seu máximo da temporada na competição.
MVP GoalPoint: Mats Rits
O camisola 23 do Anderlecht esteve em excelente plano quer a atacar, quer a defender. Fez a assistência para o primeiro golo, atirou uma bola ao poste logo a abrir o segundo tempo, somou cinco passes progressivos e foi ainda o jogador com mais acções defensivas no meio-campo adversário (7, igualando o recorde da prova) e o que mais intercepções fez.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Anderlecht
Amuzu 6.7
O autor do golo que valeu o empate ao Anderlecht destacou-se também, nos 32 minutos que esteve em campo, pelas três acções defensivas no meio-campo adversário.
Degreef 6.4
Foi um dos jogadores com pior percentagem de eficácia no passe (67%) e foi ele a cometer a grande penalidade que permitiu ao FC Porto ganhar vantagem na primeira parte. Redimiu-se ao marcar o primeiro golo do Anderlecht.
Destaques do Porto
Nico González 6.5
O espanhol foi o jogador do FC Porto com melhor rating, destacando-se pela assistência que fez para o golo de Fábio Vieira, mas também pelos quatro desarmes e sete recuperações de bola.
Fábio Vieira 6.4
Saltou do banco para marcar um grande golo instantes depois, num dos dois remates que fez no jogo. Totalizou 13 acções, mas perdeu a bola por quatro vezes.
Eustaquio 6.3
Ganhou cinco dos seis duelos que travou e só falhou três dos 25 passes que tentou.
Galeno 6.2
Converteu sem problemas a grande penalidade que inaugurou o marcador, chegando aos 12 golos esta temporada, e foi o jogador com mais acções dentro da grande área adversária (quatro), mas foi também aquele que mais passes de risco falhou (igualmente quatro).
Nehuén Pérez 5.9
Destacou-se pelo ar. Foi o jogador que mais duelos aéreos ganhou no encontro, quer na defesa, quer no ataque: levou a melhor em três dos quatro duelos aéreos defensivos que travou e venceu ainda os dois ofensivos.
Varela 5.9
O médio argentino terminou o encontro com uma eficácia de 87% no passe, com destaque para os oito passes longos completados em 13 tentados.
Martim Fernandes 5.6
Entrou ao intervalo e totalizou sete acções defensivas, entre as quais quatro alívios, ganhando ainda quatro dos seis duelos em que esteve envolvido, mas acabou por ser ele a ser ultrapassado no lance do segundo golo do Anderlecht.
Pepê 3.3
Noite para esquecer. Principal responsável pelo primeiro golo do Anderlecht, num dos seis desarmes e cinco perdas de bola em zona defensivas que totalizou no encontro, foi ainda o jogador que mais faltas cometeu (quatro) e ficou-se pelos 75% de eficácia de passe.