Nulo deixa liderança sportinguista da Liga em risco. Os “leões” foram incapazes de quebrar a organização defensiva dos gilistas, produzindo muito pouco para conseguir justificar os três pontos. A uma primeira parte desinspirada, previsível e sem criatividade, sucedeu-se um segundo tempo em que as entradas de Matheus Reis e Geny trouxeram mais dinamismo aos “verdes-e-brancos”, no entanto insuficiente para ultrapassar o bloco defensivos dos “galos”, com o “patrão” Gbane e o inspirado Andrew a fecharem todos os caminhos para a baliza.
Teia gilista amarra “leão”
A primeira parte entre Gil Vicente e Sporting foi marcada por um ritmo lento e poucas oportunidades de golo. O Sporting dominou a posse de bola durante a maior parte do tempo (60%), mas não conseguiu traduzir esse controlo em acções ofensivas de grande perigo, pois praticamente metade (150) dos 310 passes efectuados foram executados pelos três centrais leoninos, com Hjulmand muito sozinho a tentar pegar no jogo. Gyökeres foi o mais activo no ataque leonino, com três remates, incluindo um cabeceamento na sequência de um dos muitos cruzamentos de Araújo (cinco), sendo a única ocasião de real perigo para os visitantes. Bruno Pinheiro incumbiu a marcação individual de Gyökeres a Gbane, com o marfinense a encaixar entre os centrais e a travar as investidas leoninas com sete acções defensivas. Os gilistas, apesar de terem menos posse (40%), conseguiram em alguns momentos progredir no terreno e tentaram um remate enquadrado por intermédio de Santi García.
Na segunda metade, os “leões” subiram de rendimento com as entradas de Matheus Reis e Geny Catamo. O extremo dinamizou o ataque, progredindo muitos metros com bola (112) e procurando o cruzamento (três), mas Harder e Trincão esbarraram no inspirado guarda-redes adversário. Até ao final, o Sporting tentou de forma desorganizada chegar à vitória, mas o Gil Vicente resistiu e garantiu um ponto precioso, mantendo a organização defensiva e explorando o desgaste do adversário. Um empate num jogo onde o Sporting nunca conseguiu superar as suas limitações ofensivas.
[ Houve sempre mais Sporting ]
O Jogo em 5 Factos
1. Explorar o jogo exterior
O Sporting atingiu o seu novo máximo de cruzamentos na Liga (26). Com o corredor central dos gilistas bem fechado, este foi o recurso encontrado pelos “leões” na tentativa de criar oportunidades. Destaque individual para Maxi Araújo com sete tentativas e Quenda com quatro.
2. Gil tenta ter bola
Apesar do bloco baixo, a turma de Bruno Pinheiro, após recuperar a posse de bola tentou sempre ter um futebol positivo de posse, no entanto esbarrou no excelente posicionamento dos jogadores sportinguistas, permitindo aos “leões” atingir o seu novo máximo de intercepções na Liga (13).
3. Galo não bica
O Gil Vicente registou apenas três remates, sendo que mais baixo que isso apenas os zero do Rio Ave ante o Porto e os… dois do Gil Vicente também frente aos “dragões”. Nesta partida, os minhotos acumularam apenas 0,08 xG.
4. “Leões” seguram bola
O Sporting fixou o seu novo mínimo de desarmes permitidos (três), fruto da tendência da equipa de João Pereira em circular a bola em detrimento de arriscar no 1×1.
5. Sem “crista” na frente
Apesar dos dez cruzamentos tentados, a turma de Barcelos não conseguiu completar nenhum, o que explica em parte a total inoperância ofensiva da equipa.
MVP GoalPoint: Andrew
As sete defesas de Andrew foram todas a remates realizados dentro da sua área, pelo que quase igualou o máximo da Liga (oito) no que toca a paradas a disparos na área. Destaque para as defesas a remates de Harder e Trincão. O brasileiro terminou a partida com 1,3 golos evitados (defesas – xSaves).
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Gil Vicente
Gbane 6.5
A sombra de Gyökeres teve uma exibição memorável do ponto de vista defensivo, efectuando 17 acções defensivas, o máximo da partida. Limpou praticamente tudo o que havia para limpar, obrigando o sueco a procurar outros terrenos na busca por espaço.
Cáseres 5.5
O médio argentino não falhou um passe, completando os 43 que tentou, quatro deles progressivos, dois deles super progressivos. Foi o gilista com mais recuperações posicionais (7) e com mais passes/cruzamentos bloqueados (4) em igualdade com Zé Carlos.
Zé Carlos 5.1
Mais uma exibição do lateral português pautada pelo volume de duelos (16) e por ter sido o jogador na partida que mais duelos ganhou (8). Procurou progredir pelo seu flanco, progredindo 135m, destacando-se três conduções progressivas e uma super progressiva, bem como as tentativas de solicitar os colegas através do cruzamento (4). Pela negativa há a destacar as seis perdas de posse no seu meio-campo defensivo (máximo da partida), quatro delas através de passes de alto risco falhados (quatro).
Destaques do Sporting
Gyökeres 7.0
Sempre ele. Foi tentando durante toda a partida chegar à baliza de Andrew. Foi o mais rematador (5), o mais solicitado através de passes progressivos (12), e o que mais acções teve na área gilista (9). Desperdiçou uma ocasião flagrante.
Debast 6.9
Foi o central “leonino” que mais tentou levar a equipa para a frente, atingindo números estratosféricos em termos de progressividade e verticalidade. Completou 12 passes longos em 20 tentados, o terceiro melhor registo da Liga (que lidera com 18). Completou 43 passes verticais (menos um que o máximo da Liga), 19 passes progressivos (segundo na Liga) e cinco passes super progressivos, (segundo na Liga e máximo por defesas centrais). De destacar também os metros que galgou através da condução, tendo progredido 191m, o máximo da partida.
Hjulmand 6.8
O capitão leonino tentou acordar a equipa na primeira parte, chamando a si a iniciativa de jogo. Desperdiçou uma ocasião flagrante, em igualdade com Debast foi o jogador que mais variou o centro de jogo (4), foi o “leão” com mais duelos ganhos (8) e o centrocampista com mais recuperações posicionais (8).
Geny 6.0
Entrou no decorrer da segunda parte para agitar o jogo, muito rematador (3), tentou três cruzamentos e fez um passe para remate. Conduziu 112m em apenas 28 minutos, numa tentativa de levar a equipa para a frente, destacando-se as duas conduções progressivas, sendo uma delas super progressiva.