Que desilusão. O Porto quebrou no final das duas metades, sofrendo golos no último suspiro da etapa inicial e nos descontos da partida, perdendo assim por 2-1 e caindo para o 22º posto da Liga Europa – que ainda dá acesso ao play-off. A formação portista baqueou em momentos cruciais, após ter feito um jogo interessante em Roma e ter, inclusive, empatado e estado perto de dar a volta ao marcador.
O empate ali tão perto
O Porto, com o figurino do costume, apostou no contra-ataque na primeira metade com a Lazio. Os italianos tiveram um pouco mais de bola e mais ascendente ofensivo, com mais remates, mas em termos de Golos Esperados (xG), as coisas estiveram bem equilibradas. Isto porque os “dragões” nas poucas vezes que chegaram com perigo, poderiam ter marcado num belo remate de Fábio Vieira à barra. Porém, quem marcou foi a formação romana, por Alessio Romagnoli, de cabeça, no último suspiro do primeiro tempo.
O Porto melhorou bastante na segunda parte, com muito mais bola e maior objectividade nas situações de contra-ataque. Os “dragões” ameaçaram e acabaram por marcar justamente por Stephen Eustaquio, num belo remate em zona frontal na entrada da área transalpina. Os “laziali” reagira e foram à procura da vitória e os “azuis-e-brancos” recuaram, de tal forma que, mais uma vez nos últimos instantes, permitiram o golo transalpino, por Pedro Rodríguez. Um balde de água gelada.
[ Tiago Djaló (3) esteve em todas no passe ]
O Jogo em 5 Factos
1. Poucos remates
A culpa foi dos dois emblemas, apesar de o Porto ter estado pior. Os 18 remates finais na partida são o terceiro registo mais baixo da Liga Europa esta temporada, com os romanos a somarem 11 e os “dragões” somente sete (apenas dois enquadrados).
2. “Dragão” pecou no passe
Os 83% de eficácia de passe por parte dos portistas acabam por revelar alguma precipitação nas entregas e isso teve peso no desfecho do jogo. Ao todo os “azuis-e-brancos” erraram 71 passes, máximo da equipa na prova, quando a sua média era de cerca de 60, e 21 deles foram passes de alto risco errados, também valor mais elevado da turma lusa.
[ Todos os passes falhados do Porto ]
3. Opção pelo passe longo
A aposta nas transições rápidas acabou por provocar estes números. O Porto definiu novos máximos de passes longos (60, quando a média era 41), de passes longos certos (40, média anterior de 26) e de passes super progressivos (nove, média de sete).
4. Precipitação causa danos
As perdas de posse abarcam diversas situações, incluindo os tais passes falhados, e a verdade é que a precipitação do Porto em muitos momentos acabou por fazer a equipa acumular muitas perdas de posse no primeiro terço, nada menos que 21, valor mais alto do Porto na prova (a média era de 11). Destas perdas, 15 aconteceram do lado direito da defesa portista.
5. Gigot enorme nas intercepções
Um dos problemas que o Porto enfrentou chama-se… Samuel Gigot. O central francês não só ganhou os três duelos aéreos defensivos em que participou, como fez relevantes seis intercepções, igualando o máximo da competição.
MVP GoalPoint: Stephan Eustaquio
Belo jogo do médio portista, um dos mais esclarecidos e o melhor em campo no Olímpico de Roma. O internacional canadiano marcou o golo portista, enquadrou os dois remates que realizou, foi o segundo jogador com mais acções com bola (85) e ainda somou três desarmes.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques da Lazio
Pedro Rodríguez 6.9
Os anos não passam por Pedro: O atacante espanhol de 37 anos fez o golo que desfez as esperanças portistas, criou uma ocasião flagrante, falhou somentedois de 25 passes e realizou duas conduções super progressivas.
Nuno Tavares 6.8
Jogo de poder e força de Nuno Tavares, que foi um dos melhores da Lazio. O lateral luso completou cinco de nove tentativas de drible (máximos), somou duas conduções super progressivas, oito recuperações de posse, três desarmes e cinco bloqueios de passe/cruzamento (valor mais alto). Em 23 duelos ganhou incríveis 15.
Destaques do Porto
Nehuén Pérez 5.5
Já se viu que entre jogadores do Porto, os ratings não foram grande coisa. O central argentino teve o segundo GPR mais alto dos portistas, acima de tudo devido aos cinco passes longos certos em dez, aos dois duelos aéreos defensivos ganhos em dois e às três intercepções.
João Mário 5.5
O lateral entrou aos 61 minutos a tempo de fazer quatro recuperações de posse, três desarmes e de consentir dois dribles no primeiro terço.
Fábio Vieira 5.4
Aquele remate à barra na primeira parte teria dado um golo monumental a Fábio Vieira e mudado o jogo, bem como o resto do desempenho do médio. O portista fez três passes super progressivos, completou duas de quatro tentativas de drible, realizou oito recuperações de posse, mas sofreu três desarmes.
Francisco Moura 5.4
Jogo complicado para o lateral, que em muitas situações colava-se à dupla de centrais em zonas interiores. Bem pelo ar, venceu três de quatro duelos aéreos defensivos. Porém, somou o máximo de passes falhados (14) e de perdas de posse (26).
Galeno 5.3
Jogo estranho do extremo. Tentou esticar o jogo (recebeu dez passes progressivos, máximo da partida), mas nem sempre decidiu bem, ainda assim foi dele a assistência para o golo de Eustaquio. Acumulou 12 perdas de posse em apenas 36 acções com o esférico.
Pepê 4.5
Infeliz a entrada do brasileiro aos 61 minutos. Em pouco mais de meia-hora em campo acumulou o máximo de perdas de posse no primeiro terço, nada menos que cinco, e falhou também cinco de 15 passes.