O Sporting desperdiçou uma vantagem de dois golos frente a AVS num jogo que começou controlado, mas terminou de forma dramática. Os “leões” dominaram a primeira parte, criando as melhores oportunidades, no entanto, à semelhança de outras partidas da era Rui Borges, não foi capaz de segurar a vantagem, com a equipa da casa a reduzir a desvantagem de penálti e a ganhar ascendente após a expulsão de Diomande, consumando a reviravolta nos descontos. A formação leonina divide agora a liderança da Liga com o Benfica.
Diomande trama Sporting
Os “leões” que voltaram à fórmula de três centrais, dominaram amplamente a primeira parte diante do AVS, reflectindo a sua superioridade tanto na posse de bola (62%), como nas acções na área adversária (19 contra 5), bem como na criação de oportunidades (quatro ocasiões flagrantes). A equipa leonina entrou pressionante e inaugurou o marcador logo aos oito minutos, com Diomande a cabecear para o fundo das redes após um cruzamento de Trincão. Controlando o ritmo do jogo e explorando bem os corredores laterais, o Sporting ampliou a vantagem aos 33 minutos, com o regresso de Gyökeres aos golos, a finalizar um excelente lance colectivo. Os avenses apesar das tentativas de apresentar um jogo positivo, tiveram dificuldades em construir jogo ofensivo, mas ainda assim conseguiram enquadrar dois remates, ambos travados por Rui Silva. Os “leões” foram mais eficazes e saíram para o intervalo com um confortável 0-2.
A alteração de sistema promovida por Rui Ferreira ao intervalo (troca de um avançado por um terceiro médio), juntamente com a perda de fulgor do Sporting na segunda parte (um remate, duas acções na área contrária), levou ao recuo dos “leões”, ao mesmo tempo que o AVS se ia mostrando mais pressionante. Aos 70 minutos, Diomande cometeu uma grande penalidade convertida por Zé Luís e, menos de dez minutos depois, foi expulso por acumulação de amarelos. Os homens da casa aproveitaram a superioridade numérica e, já nos descontos, Gustavo Mendonça assinou o golo do empate com um remate de fora da área, castigando um Sporting que voltou a demonstrar dificuldades em segurar a vantagem nos momentos finais.
[ Ligeiro ascendente leonino nos posicionamentos médios ]
O Jogo em 5 Factos
1. Ordem para pressionar
O AVS entrou mais pressionante na segunda parte, apesar de ter realizado mesmo número de desarmes em ambas as partes (12), e quase triplicou o número de faltas cometidas, terminando a partida com 22, novo máximo da equipa na Liga.
2. Desaparecimento ofensivo
Os “leões” remataram uma vez (!) na segunda parte e apenas tiveram duas acções na área adversária (!).
3. AVS renovado
O novo timoneiro do AVS parece querer mostrar um futebol mais positivo do que os seus antecessores, e apresentaram dois novos mínimos, o de duelos aéreos ofensivos ganhos (quatro) e o de passes longos (25), sugerindo uma menor recorrência à bola longa na construção.
4. Vulneráveis à pressão
Os “leões” igualaram o registo máximo de faltas sofridas da equipa (20). Isto, aliado à quantidade reduzida de dribles efectuados e às poucas conduções progressivas, revela a incapacidade de fazer frente à pressão avense.
5. Festival de cartões
Este vai ser um jogo muito falado pelos programas da especialidade. Da nossa parte fica o registo de dez cartões mostrados, um número que entra directamente para o “top 3″ de jogos com mais cartões da Liga (recorde são 12).
MVP GoalPoint: Maxi Araújo 
O enérgico uruguaio foi o mais consistente dos “leões”, assistiu Gyökeres para o 0-2, numa ocasião flagrante e num dos dois passes para finalização que protagonizou. Esteve muito activo tanto defensivamente quanto ofensivamente, registou cinco tentativas de drible e sofreu seis faltas, e defensivamente foi um dos mais eficazes do Sporting, com oito recuperações posicionais de posse (máximo da partida), além de somar 14 acções defensivas (máximo da partida), quatro delas no meio-campo adversário (valor mais alto).
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do AVS
Rafa Rodrigues 6.4
Praticamente intransponível no flanco esquerdo, realizou dez ações defensivas (menos duas que Aderllan – máximo do AVS) e ganhou seis dos dez duelos que disputou. Fez um passe para remate num cruzamento eficaz.
Zé Luís 5.9
Trabalhou muito em prol da equipa, sempre a dar apoio frontal aos colegas. Foi o mais rematador do encontro (4), enquadrando três remates (máximo da partida). Reduziu para o AVS de grande penalidade.
L. Piazon 5.9
A bola não chora nos pés de Piazon, o mais esclarecido em posse dos avenses apenas falhou três passes, acelerando as transições do AVS com cinco passes progressivos, um deles super progressivo. Ganhou a grande penalidade onde “sacou” o primeiro amarelo a Diomande no lance que daria início ao volte-face no resultado.
Mercado 5.5
Mais uma exibição à sua imagem, muito vertical, recorreu muito ao drible (sete tentados) e à condução. A par de Gyökeres realizou quatro conduções progressivas, uma delas super progressiva, tendo percorrido apenas menos dois metros em condução do que o sueco (149). Foi o avense com mais duelos disputados (19) e duelos ganhos (11). Abusou dos cruzamentos (7) sem sucesso.
Destaques do Sporting
Trincão 6.7
De baterias recarregadas, esteve em grande plano na criação de oportunidades (4), três (!) delas flagrantes, o primeiro máximo da partida, igualando o recorde da Liga. Muito requisitado pelos colegas (nove passes progressivos recebidos – máximo da partida), tentou ir para cima da defesa avense, com cinco tentativas de drible.
Gyökeres 5.9
Após quatro jogos sem marcar, Gyökeres voltou ao golo e ainda desperdiçou uma ocasião flagrante. As habituais arrancadas e a procura pela profundidade (sete passes progressivos recebidos) ficam evidentes no total de metros progredidos em condução (151 – máximo da partida), bem como na quantidade de conduções progressivas (4), uma delas super progressiva em igualdade com o avense Mercado. Também na tentativa de drible igualou Mercado com sete, no entanto com menos um eficaz (3). Conquistou dois cartões em quatro faltas sofridas.
Debast 5.6
Com um estreante ao seu lado face às muitas baixas da equipa leonina, teve de se impor na luta do meio-campo. Ajudou na circulação, falhando apenas três passes, tendo completado todos os passes longos que tentou (4). Somou quatro passes progressivos, um deles super progressivo, já em condução faltou oferecer o que habitualmente oferece, tendo falhado todos os dribles que tentou (três) e não tendo efectuado nenhuma condução progressiva.
Diomande 4.8
De herói a vilão. Despenalizado para este jogo, o central marfinense estava a exibir-se a um bom nível, com um golo marcado e uma ocasião flagrante desperdiçada. Bastante em jogo (48 passes recebidos – máximo da partida), foi o jogador com mais passes realizados (58) e mais passes certos (55), seis deles progressivos (máximo da partida a par de Inácio e Jaume), no entanto deitou tudo a perder em cerca de dez minutos com uma expulsão na sequência de uma grande penalidade cometida e de uma falta imprudente.
