O Benfica não foi de modas na resposta à derrota na Champions com o Bayern e goleou o FC Porto no Estádio da Luz por 4-1, graças a uma segunda parte demolidora. As “águias” dominaram quase sempre a partida, criaram muitas ocasiões na primeira metade, mas um erro de Otamendi deu aos “dragões” ânimo na saída para o intervalo. Só que na etapa complementar os “encarnados” entraram com tudo, com bom posicionamento e contra-ataques ferozes, marcando três golos. As duas equipas estão agora separadas por dois pontos, com os lisboetas com menos um jogo.
“Águia” voou alto, “dragão” nem descolou
Dificilmente alguém não terá gostado da primeira parte. Não foi um jogo brilhante, mas foi intenso, entretido, com duas equipas à procura do golo e com mais Benfica em termos offensivos, sensivelmente até ao tento do empate dos portistas, por Samu, aos 44 minutos. Os “encarnados” estiveram quase sempre mais perto do golo, marcaram por Carreras (30′) e quase ampliaram por Pavlidis (40′), com o grego a atirar ao poste. Contudo, um erro de Otamendi permitiu ao atacante espanhol do Porto empatar, numa primeira metade que acabou com um certo equilíbrio nos remates e nas acções na área.
O Benfica não se deixou afectar pelo golo tardio dos portistas no primeiro tempo e entrou na etapa complementar de forma personalizada, tranquila, a dominar por completo as operações e mortífero no ataque. Assim, aos 56 minutos, Di María ampliou os 56 minutos, após bom trabalho na direita, e aos 61 foi Nehuén Pérez a fazer autogolo, depois de um cruzamento de Bah. As “águias” estavam como queriam, iam anulando todos os ataques portistas e criando lances de contra-ataque rapidíssimos e o quarto surgiu de penálti por Angelito, a castigar falta de Alan Varela sobre Otamendi. Goleada no “clássico”, que coloca o Benfica a dois pontos do Porto e com menos um jogo disputado.
[ Benfica mais subido que o Porto, apesar de ter jogado na expectativa em grande parte do segundo tempo ]
O Jogo em 5 Factos
1. Eficácia benfiquista
Pouco antes o Sporting havia fixado novo máximo de eficiência na diferença entre golos marcados e esperados (xG). O Benfica não foi tão longe, mas marcou mais 1,9 tentos do que o expectável, o quinto registo mais alto da partida.
2. “Águia” melhor nos duelos
O Benfica venceu 55 duelos individuais, mais dez do que o Porto. Este foi um dos pontos de desequilíbrio na partida, com destaque para os nove ganhos por Florentino em 11 e para os oito de Otamendi em dez. Ángel Di María ganhou apenas quatro de dez, mas foram todos contra Francisco Moura (que não ganhou nenhum ao argentino), na faixa onde os “encarnados” criaram muitos problemas aos da Invicta.
[ A azul os duelos ganhos pelo Benfica e a vermelho os ganhos pelo Porto… (ironicamente) ]
3. Benfica “fora-de-jogo”
O risco que o Benfica correu quando em vantagem, a explorar, com passes progressivos e longos o adiantamento do Porto, acabou por precipitar um elevado número de foras-de-jogo. As “águias” caíram seis vezes em “offside”, máximo da equipa na Liga e o dobro da média até aqui. Di María (3) e Amdouni (2) foram os que mais contribuíram para este número.
[ Os “offsides” do Benfica ]
4. Diferença grande no remate
O Porto até terminou com mais acções com bola (581 contra 554) e equilibrou nas registadas na área contrária (20-16 com vantagem benfiquista), mas no remate a diferença foi grande, com os “encarnados” a dispararem o dobro (16-8) e a enquadrarem mais do dobro (7-3).
5. Porto mal no passe de alto risco
A pressão benfiquista ajudará a explicar este número, mas a verdade é que o Porto falhou 26 passes de alto risco, mais do dobro dos registados pelo Benfica (12).
[ Os passes de alto risco falhados pelo Porto ]
MVP GoalPoint: Ángel Di María
Que grande jogo de Di María, o homem que costuma surgir em grande neste jogos. O argentino foi o melhor em campo, com dois golos, um deles de penálti, o máximo de remates (6) e de enquadrados (4), ainda dois passes para finalização, oito passes progressivos recebidos, cinco acções com bola na área contrária e três acções defensivas no meio-campo oposto. Pecou com uma ocasião flagrante criada e três foras de jogo.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Benfica
Tomás Araújo 7.0
Que jogo do jovem central. Frio, sólido, inteligente, esteve impecável a defender com duas intercepções, três duelos aéreos defensivos ganhos em três, cinco duelos ganhos em oito, esteve muito bem no passe, com nove longos centros em 12, dez progressivos e três super progressivos, e ainda saiu com bola qual atacante, realizando um passe de ruptura e uma assistência.
Florentino 6.9
O “polvo” foi-o mais uma vez. Florentino esteve em todo o lado, agressivo, concentrado, forte fisicamente e muito intenso. Terminou com nove duelos ganhos em 11 disputados, dois dribles completos em dois tentados, dez recuperações de posse (máximo) e o valor mais alto de desarmes (6).
Aursnes 6.5
O norueguês é tacticamente irrepreensível. Aursnes mostrou inteligência ao realizar a assistência para o primeiro golo de Di María, numa demonstração de visão e velocidade de execução, e terminou ainda com três passes para finalização, um passe de ruptura e nove passes progressivos recebidos.
Kökçü 6.3
Menos exuberante do que em outras ocasiões, o turco preocupou-se em ocupar bem os espaços. Terminou com dois passes para finalização e três bloqueios de passe/cruzamento.
Carreras 6.1
O espanhol está feito um senhor jogador e já conquistou as bancadas da Luz. Carreras abriu o activo com um remate de pé direito e esteve muito atento defensivamente, terminando com excelentes quatro desarmes.
Otamendi 6.0
O lance em que comete um erro grave que dá o golo do Porto pode ter ficado na retina, mas a exibição de Otamendi acabou por ser bem positiva no global. O argentino ganhou oito de dez duelos individuais, os dois duelos aéreos defensivos que disputou, fez quatro desarmes e duas intercepções.
Pavlidis 5.9
O grego marcou um golo…. que não contou porque a partida já tinha sido interrompida, acertou uma vez no poste e esteve envolvido no lance do 3-1. Não marcou, mas esteve bem perto de o fazer e trabalhou muito, tendo criado uma ocasião flagrante e recebido sete passes progressivos.
Destaques do Porto
Nehuén Pérez 5.6
O argentino marcou um autogolo, mas isso não o impediu, ainda assim, de ser o melhor em campo do lado portista. Além de dois cruzamentos eficazes em três, o central foi o jogador com mais acções com bola (79), fez quatro conduções progressivas (máximo) e acumulou nove acções defensivas.
Diogo Costa 5.3
O guardião sofreu quatro golos, mas ainda assim esteve em bom plano, terminando com quatro defesas.
Galeno 5.3
O brasileiro esteve longe de ser o jogador decisivo que já mostrou capacidade de ser. É certo que fez dois passes para finalização, mas não enquadrou nenhum dos dois remates que fez e ainda acumulou quatro maus controlos de bola.