O Porto entro mal no jogo na Reboleira e nunca mais se encontrou. Favorito ante um Estrela à procura da manutenção, os “dragões” fizeram uma exibição pálida em todos os sectores, aproveitando a formação da Reboleira para realizar, talvez, a melhor exibição da época. Desde o arranque, os da casa criaram muitas ocasiões de golo, com passes a rasgar a defesa contrária, para gáudio de Kikas, e o 2-0 final, diga-se, até se apresenta como escasso. Com este desaire, o sétimo na Liga, já nem matematicamente o Porto poderá sonhar com o título, e já está a dois pontos do Braga, terceiro classificado. Já o Estrela dá um passo fundamental rumo à manutenção.
Sem espinhas
O Estrela entrou muito forte, a surpreender tudo e todos, e já contava quatro remates e três grandes oportunidades de golo aos oito minutos. Aos poucos o Porto lá ia conseguindo estabilizar o seu jogo, mas sem chegar com perigo ao último terço, ao ponto de, ao intervalo, somar apenas três acções com bola na área estrelista. Os homens da Reboleira chegaram ao descanso em vantagem, golo de Kikas, isolado, com total justiça e não escandalizaria se mais um golo tivessem marcado..
O “dragão” até entrou bem no segundo tempo, mas continuou a dar espaços na retaguarda para os passes longos e de ruptura do Estrela, invariavelmente à procura da grande velocidade de Kikas. E num desses lances, Leonel Bucca isolou-se e o árbitro assinalou falta, após revisão VAR, de Cláudio Ramos sobre o argentino. O compatriota Alan Ruiz não desperdiçou o castigo máximo e ampliou a vantagem. O Porto bem tentava, mas só de fora da área criava perigo. Insuficiente.
[ Porto mais subido, mas sem ideias ]
O Jogo em 5 Factos
1. Um perigo constante
O Estrela da Amadora não deixou de criar muito perigo, acertou inclusive duas bolas nos ferros e terminou com o seu máximo de Golos Esperados (xG) esta temporada na Liga, nada menos que 2,43 – anterior registo era de 2,20.
2. Goleada em ocasiões flagrantes
A diferença entre as duas equipas nesta partida fica também patente nas ocasiões flagrantes criadas. O Estrela somou cinco, igualando o seu máximo na época, o Porto não construiu nenhuma.
3. Passes a rasgar a defesa portista
A outra “goleada” estatística do Estrela está intimamente ligada à estratégia da equipa da casa. Os homens da Reboleira apostaram nos passes de ruptura a rasgar a defesa dos “dragões”, à procura da velocidade de Kikas, e tiveram sucesso. Ao todo somaram cinco eficazes (em seis), mais duas que o anterior máximo da equipa, com o Porto a ficar também a zeros neste capítulo.
4. Dificuldades em entrar na área
Ao intervalo o Porto somava somente três acções com bola na área contrária, terminando com 15 (menos uma que o Estrela). Essa dificuldade de penetração obrigou os jogadores visitantes a apostar muito nos remates de longe. Em 12 disparos, oito aconteceram de fora da área.
5. Incapacidade de travar o drible
Outro dos sintomas da má partida do Porto foi a sua incapacidade para travar os dribles do Estrela. Os da casa tentaram 21 dribles e igualaram o seu máximo de completos (13) na prova.
MVP GoalPoint: Alan Ruiz 
Issiar Dramé ou Kikas, poderíamos estar aqui a realçar a exibição destes dois jogadores do Estrela, mas o MVP foi outro. O experiente Alan Ruiz encheu o campo, marcou um golo, de penálti, criou uma ocasião flagrante, somou um passe de ruptura e ainda ajudou colectivamente com três acções defensivas no meio-campo contrário.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Estrela
Issiar Dramé 7.1
Jogo impositivo do central maliano, em especial na segunda parte. Dramé somou o máximo de acções defensivas (18), sendo que 16 delas foram alívios, a afastar de forma pragmática o perigo junto da sua baliza.
João Kikas 6.8
Um verdadeiro pesadelo para a defesa portista. A velocidade “supersónica” de Kikas nunca teve acompanhamento devido da linha defensiva dos portistas, que viam o atacante fugir como se fosse de mota. O estrelista marcou, assim, o seu golo, isolado, e até enquadrou os quatro remates que realizou, mas a sua nota só não rebentou a escala porque igualou o máximo de ocasiões flagrantes falhadas num jogo desta Liga (3).
Destaques do Porto
Iván Marcano 6.2
Lesões graves, veterania, seja o que for, Nada parece afectar grandemente a qualidade de Marcano, que foi o melhor do Porto na Reboleira. O central não só ganhou os três duelos aéreos defensivos que disputou, como realizou um corte decisivo, fez dois passes p0ara finalização e oito progressivos.
Eustaquio 5.9
Um dos mais regulares do “dragão”. Eustaquio errou apenas dois de 35 passes e somou três acções defensivas no meio-campo contrário.
João Mário 5.9
O ala tentou dar profundidade e acutilância ao jogo do Porto pelo seu flanco, mas a verdade é que o Estrela tapou bem os caminhos pelos flancos e a bola pouco chegou a João Mário, que tentou seis vezes o cruzamento (máximo do jogo), com êxito em apenas um.
Alan Varela 5.8
O argentino foi um dos mais inconformados do Porto, mas nem sempre conseguiu colocar em prática esse inconformismo. Com um remate e um passe para finalização, Varela acertou 92% dos seus passes.
Rodrigo Mora 4.9
Desta feita o “mágico” do Porto não tirou nenhum coelho da cartola. Mora ainda tentou, com três remates, dois passes para finalização e 11 passes progressivos recebidos (máximo), mas esteve sempre demasiado longe da área amadorense e foi desarmado quatro vezes 8também valor mais alto).
