Famalicão 🆚 Benfica | Golpes de Puma e Zaydou arrumam águia

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o Benfica voltou a tropeçar e deu início aos festejos leoninos do título. Sem margem de erro, os ex-campeões nacionais saíram derrotados da deslocação a Famalicão, num encontro em que voltaram a demonstrar diversas faces e caíram (mais uma vez) nos inúmeros equívocos que marcaram a sua temporada 23/24. Após uma primeira parte equilibrada e no qual o perigo rondou as duas áreas, os benfiquistas foram mais mandões no reatamento, mas perderam gás a partir dos 70’, o Fama foi incisivo e “ofereceu” o título aos leões com os golpes certeiros de Puma Rodríguez e de Zaydou Youssouf.

Benfica de Schmidt diz “auf wiedersehen” ao título

Belíssimo jogo nos primeiros 49 minutos de acção. Numa espécie de parada versus resposta, as ocasiões de perigo rondaram as duas balizas – Di María e Cádiz chegaram a colocar a bola dentro das redes, mas ambos os lances foram anulados por fora-de-jogo –, num turbilhão de emoções que começou desde o apito inicial. O Benfica tinha mais posse de bola, mas sem Florentino – Roger Schmidt optou por manter João Mário e apostar no regresso de João Neves – a zona central das “águias” transformou-se numa espécie de “passador” que Topic e Zaydou aproveitaram para “assaltar” e libertar as lanças Puma Rodríguez, Gustavo Sá e Chiquinho. Nos visitantes, as ocasiões de maior perigo surgiam sempre que Di María pegava na batuta.

O camisola 11 benfiquista era a unidade em destaque nesta fase com quatro remates (todos no alvo), cinco centros (apenas um eficaz), sete passes progressivos recebidos, seis acções com a bola na área contrária, dois desarmes sofridos, 16 perdas da posse e um GoalPoint Rating de 7.4.

Ao intervalo, Roger Schmidt emendou o que tinha feito mal e equilibrou a equipa encarnada com as entradas de Rafa, Florentino e Arthur Cabral, que substituíram Kokçu, David Neres e Marcos Leonardo. Mais organizado e estruturado, o Benfica tomou conta da partida e criou inúmeras ocasiões de perigo, mas voltou a pecar na finalização.

O sufoco durou cerca de 20 minutos, aos 70’ Gustavo Sá deu o primeiro sinal de vida ofensivo do Fama e segundos depois Puma Rodríguez arrancou para a glória e rematou com eficácia para o 1-0, deixando Trubin pregado ao relvado. Um lance que espelha na perfeição a temporada dos até hoje campeões nacionais, uma formação que não funciona em bloco e que é bastante permeável nas transições dos adversários.

Em desvantagem, as “águias” caíram a pique, os decibéis dos protestos dentro e fora do estádio subiram de tom, Arthur Cabral ainda testou os reflexos de Luiz Júnior, mas os minhotos sentenciaram o duelo em mais um contra-ataque letal explorando a profundidade e finalizado por Zaydou Youssouf.

Os encarnados, que desta forma dizem Auf Wiedersehen (adeus em alemão) ao título, passaram o testemunho e o ceptro de campeão ao “rival” Sporting, em mais uma exibição “bipolar”: foi permeável, sem ambição e organização em diversos momentos e nas fases em que dominou as incidências não foi eficaz na finalização. A turma do Minho não derrotava o Benfica desde 1992/93 e Armando Evangelista, que nos quatro duelos anteriores ante os benfiquistas nunca tinha vencido, também sai de cena com razões para sorrir…

[ O mapa de posicionamento médio e tendências de passe ]

MVP GoalPoint: Luiz Júnior 👑

Enorme exibição do jovem guarda-redes. Sempre atento e bem posicionado, destacou-se com um sem fim de intervenções, dez para sermos mais precisos, tendo contabilizado dez defesas e ao todo evitou 2,4 golos (defesas – xSaves). Com a bola nos pés, em 12 passes, desperdiçou três, sendo que dois foram de risco. O guardião foi o MVP com um estrondoso GoalPoint Rating de 9.3.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Famalicão

Puma Rodríguez 7.4

 Fez o quis na avenida que Carreras e Otamendi abriram no flanco direito ofensivo do Famalicão. Preencheu a folha de serviços com três remates, um grande golo, nove passes progressivos recebidos, sete acções com a bola na área contrária, venceu 15 duelos (recorde no jogo), perdeu seis, foi eficaz nos três dribles tentados, acumulou 16 perdas de bola, sofreu cinco faltas (máximo da noite) e registou 11 acções defensivas.

Mirko Topić 7.4

Encheu o campo com um remate, uma assistência, oito passes progressivos, quatro duelos conquistados, 12 recuperações de bola (recorde na partida), seis perdas da posse e oito acções defensivas.

Zaydou Youssouf 6.6

Sentenciou a partida e as contas do título com um golo em três remates, oito passes longos em nove tentados, seis passes progressivos, quatro recuperações de bola, sete perdas e duas acções defensivas.

Destaques do Benfica

Ángel Di María 8.5

É certo que perde inúmeras vezes a posse de bola (registou 34 esta noite), mas voltou a ser a principal unidade do ataque com seis remates (quatro enquadrados), uma ocasião flagrante falhada, três passes de ruptura, dez centros (quatro eficazes, 20 passes desperdiçados em 64 tentados, acertou apenas três dos 13 passes longos que tentou, alcançou os sete passes progressivos, cinco super progressivos, 97 acções com a bola, venceu seis duelos, perdeu outros tantos e foi eficaz nos cinco dribles que tentou.

João Neves 7.4

De volta ao onze, foi responsável por um remate, três passes para remate, oito passes progressivos, 106 acções com a bola (máximo), venceu 12 duelos, perdeu quatro, foram 14 as perdas de bola e 11 as acções defensivas.

Álvaro Carreras 6.7

Titular, destacou-se com um remate, três passes para remate, 11 passes progressivos (recorde da noite), 88 acções com a bola, nove duelos vencidos, oito perdidos, 15 perdas da posse e oito acções defensivas.

Rafa 6.4

Entrou após o intervalo para registar um remate, dois passes para remate e quatro acções com a bola na área contrária.

David Neres 5.8

Estava a ser um dos principais municiadores do ataque, mas ficou nos balneários ao intervalo. Registou um remate, uma ocasião flagrante criada, 18 acções com a bola (quatro na área contrária) e duas conduções progressivas.

António Silva 5.6

Autor de 64 acções com a bola, dois duelos vencidos, três perdidos, cinco recuperações de bola, quatro perdas e sete acções defensivas.

Fredrik Aursnes 5.6

Ineficaz nos quatro centros realizados, acumulou seis passes progressivos, 80 acções com o “esférico”, 18 perdas da posse e seis acções defensivas.

João Mário 5.5

Subiu de producção quando passou a actuar a partir do corredor direito. Dos números que fez, realce para um remate, sete passes falhados em 47, nove recuperações de bola, dez perdas e quatro acções defensivas.

Otamendi 5.3

Aos 20′, Martín fez o quis dele e não fosse Trubin teria marcado. Não fez uma boa exibição e ficou na fotografia nos dois golos do adversário. Sai de cena com três passes de risco, quatro duelos ganhos, seis perdidos, seis recuperações da posse, sete perdas e dois dribles permitidos.

Trubin 5.3

Não ficou bem na fotografia no golo inaugural. Fechou a partida com duas defesas (-1,3 defesas – xSaves).

Marcos Leonardo 4.9

Passou ao lado do jogo com dois remates, apenas 11 acções com a bola (seis na área contrária), registou cinco perdas da posse e sofreu duas faltas.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.