Antwerp 🆚 Porto | “Eva-trick” comanda remontada épica

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UM super FC Porto na segunda parte anulou a desvantagem que tinha no marcador, fruto de uma primeira metade fraca dos vice-campeões nacionais. Liderados por Evanilson, os portistas responderam ao tento inaugural de Yusuf e protagonizaram uma etapa final de excelente nível, marcaram quatro golos sem resposta – três do avançado brasileiro e outro de Stephen Eustaquio – e alcançaram um importante triunfo neste Grupo H da Liga dos Campeões. Com seis pontos são vice-líderes atrás do Barcelona, que tem nove pontos, e estão à frente do Shakhtar (três pontos) e do Antwerp – zero.

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Vendaval portista derrubou campeões belgas

Primeira parte para esquecer no FC Porto. Os “dragões” entraram em cena de forma passiva, deixaram o Antwerp assumir as rédeas do encontro, embora sem criar grandes lances de perigo. Em duas excepções que ocorreram no espaço de dois minutos, aos 20 e 22 minutos, Taremi e Galeno protagonizaram aproximações perigosas, mas falharam na finalização.

Mais agressivos e objectivos, os belgas voltaram a subir o bloco e dominaram a fase final. Muja deixou um aviso e Alhassan Yusuf inaugurou a contenda, num lance que nasceu numa perda de bola de Alan Varela – foram 13 os passes de riscos dos lusos na primeira parte.

Ao intervalo, Alhassan Yusuf era o elemento que tinha a melhor nota, com um GoalPoint Rating de 7.8, fruto de um golo, uma eficácia de 91% nos passes – dois falhados em 22 feitos -, três recuperações de posse e quatro acções defensivas. Stephen Eustaquio era a peça com melhor nota do lado portista 5.9.

Foi um vendaval? Evanilson, que tinha entrado nos instantes finais da primeira metade, aqueceu os motores ao intervalo e liderou a “remontada” dos comandados de Sérgio Conceição. O treinador não deve ter sido meigo nos balneários, já que a equipa surgiu revigorada no período final, actuando como um bloco coeso, pressionante, agressivo e a assumir os ritmos da partida.

O empate surgiu logo aos 30 segundos, com a dupla Taremi e Evanilson a funcionar, Eustáquio carimbou o 1-2, Evanilson voltou a picar o ponto com dois golaços e tornou-se, depois de Brahimi, no segundo jogador portista a assinar um “hat-trick” num jogo da Champions.

Foi a melhor forma de comemorar o facto de Pepe – ele que não actuava desde meados de Setembro – se ter tornado no jogador mais velho, com 40 anos e 241 dias, a participar numa partida da prova milionária.

[ Os belgas até jogaram subidos, mas o rei da noite foi o Porto ]

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MVP GoalPoint: Evanilson 👑

Noite memorável para o avançado brasileiro. Lançado a frio, aproveitou a oportunidade para ajudar a equipa a alcançar um triunfo determinante nas aspirações da equipa nesta edição da Liga Milionária. Certeiro, em três remates apontou um “hat-trick”. Além dos três golos – faz o gosto ao pé há três encontros seguidos – contabilizou 29 acções com a bola, sofreu uma falta, venceu cinco duelos e perdeu dois. Uma noite épica que valeu ao avançado brasileiro o título de MVP com um magnífico GoalPoint Rating de 9.1.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Antwerp

Alhassan Yusuf 6.7

Encheu o meio-campo belga, principalmente na primeira parte. O ponto alto foi o golo que marcou, tendo ainda demonstrado qualidade com a bola nos pés – três passes falhados em 48 tentados -, venceu seis duelos, perdeu oito, registou nove recuperações de posse e oito acções defensivas.

Toby Alderweireld 5.5

Quase voltava a vestir a pele de herói, mas os ferros “ajudaram” o FC Porto. Dos 26 passes longos tentados, 12 foram eficazes, ainda acumulou dez passes progressivos, três super progressivos, dez recuperações de posse e 20 perdas – máximo negativo no encontro.

Jurgen Ekkelenkamp 3.9

O médio neerlandês teve a pior nota da noite por causa de seis passes de risco falhados, sete duelos perdidos e dois desarmes sofridos.

Destaques do Porto

Taremi 7.8

Ganhou outra vida com a entrada de Evanilson. Mais solto, conseguiu desdobrar-se na frente de ataque com outra liberdade e foi crucial na melhoria de produção da equipa na segunda parte, com duas assistências para golo, gizou ainda quatro passes para remate, recebeu dez passes progressivos, venceu nove duelos, perdeu três, chegou às acções defensivas e às três recuperações de posse.

Stephen Eustaquio 7.6

Fugiu ao marasmo na primeira parte e manteve a bitola na segunda. No cômputo geral acumulou dois remates, um golo, oito recuperações de posse, sete perdas e dez acções defensivas.

David Carmo 6.4

Muito concentrado, beneficiou com o regresso de Pepe. Foi o rei das acções defensivas, 15 ao todo, e venceu os três duelos aéreos defensivos em que interveio. A melhorar, os sete passes de risco que falhou.

Galeno 6.0

Foi o principal agitador nos poucos lances atacantes da equipa na primeira parte, mas voltou a pecar a decidir. Melhorou, à semelhança de toda a equipa, na etapa final. É ele quem pressiona Vermeeren na jogada do empate, tendo ainda contabilizado um remate, seis passes super progressivos, ganhou quatro duelos, perdeu nove, foi eficaz em dois dos seis dribles que tentou e atingiu as 19 perdas de bola.

Pepe 6.0

Fica na retina a forma como recuperou uma bola aos 51 minutos. Numa noite histórica, voltou ao “onze” e esteve em foco com seis recuperações de posse, 13 perdas, sofreu dois desarmes e carimbou 12 acções defensivas.

Diogo Costa 5.8

Sem hipóteses no lance do 1-0, protagonizou três defesas e falhou 12 dos 29 passes feitos – eficácia de apenas 59%.

João Mário 5.8

Na primeira parte, o Antwerp carregou muito jogo pelo seu corredor, na segunda metade foi importante nas diversas incursões que fez. Assistiu Eustaquio para o 1-2, foi certeiro em quatro dos sete dribles que arriscou, liderou cinco conduções progressivas, quatro recuperações de posse e 14 perdas do esférico.

Jorge Sánchez 5.7

Entrada positiva do mexicano, responsável por um remate, 22 acções com a bola e ainda sofreu quatro faltas.

Alan Varela 5.3

Passou um mal bocado na primeira parte, com perdas de bola sucessivas em zonas perigosas. O golo consentido é o exemplo mais flagrante. Subiu de produção e acabou o encontro com um remate, sete passes falhados – quatro dos quais de risco -, venceu dois duelos, perdeu seis, registou seis recuperações de posse, nove perdas e cinco acções defensivas.

Leonel Gomes
Leonel Gomeshttps://goalpoint.pt/
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.