O Benfica venceu na visita ao Arouca por 2-0 e aproximou-se do Sporting na tabela, estando agora a cinco pontos dos “leões” e com um jogo a menos. Contudo, o triunfo “encarnado” foi mais complicado do que o resultado pode fazer transparecer. Os arouquenses foram incómodos e perigosos no primeiro tempo e só através de um autogolo os visitantes inauguraram o marcador. No segundo tempo o Benfica criou muitos lances, mas falhou três ocasiões flagrantes (todas por Pavlidis) e só de Penálti, cobrado por Di María, conseguiu tranquilizar-se.
Mais difícil do que aparenta
O Benfica chegou ao intervalo em vantagem, mas a tarefa não foi nada fácil. Não só o tento “encarnado” surgiu de um autogolo de José Fontán, como os lisboetas apenas remataram pela primeira vez somente aos 22 minutos, dez volvidos após o golo. Ao invés, o Arouca foi criando perigo, viu Trubin evitar o tento anfitrião ao travar um chapéu e houve ainda uma bola a roçar o poste esquerdo benfiquista. A superioridade da “águia” esteve apenas nas acções com bola na área contrária, aí sim com uma diferença assinalável.
Os primeiros minutos do segundo tempo foram repartidos, com o Arouca a tentar reagir à desvantagem, mas sensivelmente a partir dos 65 minutos, o Benfica passou a pressionar muito e criou uma grande quantidade de ocasiões para marcar, falhando muito na finalização. Só que Nico Mantl fez falta sobre Leandro Barreiro na grande área e as “águias” ampliaram de penálti por Di María. Nesta fase já os lisboetas controlavam em absoluto o jogo e o Arouca pouco ou nada conseguiu fazer para o contrariar.
[ Otamendi (30) e Tomás Araújo (44) em muitas ligações de passe ]
O Jogo em 5 Factos
1. Muitas acções na área, em especial no 2º tempo
Na primeira parte o Benfica acumulou 12 acções com bola na área contrária, mas terminou com 32, juntando as 20 do segundo tempo, altura em que as “águias” criaram mais perigo. O Arouca ficou-se pelas 13.
2. Aposta no passe longo
Talvez resguardando-se do esforço despendido no Mónaco, o Benfica esteve grandes períodos mais na expectativa do que assumindo o ataque, com especial incidência no primeiro tempo. Talvez por isso tenha apostado bastante nos passes longos, tendo contabilizado 54 (com eficácia em precisamente metade), igualando o máximo da equipa na Liga – a média era de 38 até este jogo.
[ Os passes longos do Benfica ]
3. Cruzamentos em vão
Este foi um jogo em que os cruzamentos de bola corrida fora quase todos em vão. Ao todo registaram-se 22, dos quais 13 do Arouca e nove do Benfica, e apenas três foram eficazes (2-1).
4. Arouca de pontaria afinada… de longe
Os arouquenses podem orgulhar-se de terem causado muitos problemas ao Benfica, ao ponto de terem enquadrado cinco dos seus 12 remates, algo que é máximo da equipa na Liga (a média era de 2,4). As dificuldades anfitriãs em entrarem na área benfiquista ficam demonstradas pelos dez remates de fora da área (em 12).
5. Vangelis de música desafinada
O grego do Benfica, Vangelis Pavlidis, esteve tudo menos inspirado na finalização. O ponta-de-lança rematou três vezes, todas para ocasião flagrante e falhou-as todas, igualando o máximo de perdidas nesta Liga (junto a outros três jogadores).
MVP GoalPoint: Anatoliy Trubin
Mais uma prova das dificuldades que o Benfica sentiu. O Arouca rematou 12 vezes, enquadrou cinco, e obrigou Trubin a aplicar-se. O ucraniano não cometeu qualquer erro, registou cinco defesas (uma delas a travar uma ocasião flagrante) que garantiram 1,3 golos evitados (defesas – xSaves).
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Arouca
Jason 6.2
O irrequieto espanhol foi no que mais perturbou a defesa benfiquista. Jason rematou três vezes, criou duas ocasiões flagrantes em quatro passes para finalização e completou duas de quatro tentativas de drible.
Nico Mantl 6.0
Uma palavra para o guarda-redes alemão do Arouca. Mantl fez grande penalidade e isso afecta-lhe a nota, mas não apaga uma grande exibição global. Ao todo fez sete defesas, três a negar ocasiões flagrantes (todas a Pavlidis) e evitou 1,7 golos (defesas – xSaves).
Destaques do Benfica
Tiago Araújo 7.3
Grande jogo do central benfiquista, a defender, a atacar, a organizar. Araújo criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização, acertou oito de 15 passes longos, fez dez progressivos e dois super progressivos e ainda nove recuperações de posse.
Alexander Bah 7.0
O dinamarquês esteve muito bem, em especial nos momentos defensivos. Além de ter ganho oito de 12 duelos, Bah acumulou nove acções defensivas, com destaque para quatro no meio-campo adversário e três desarmes.
Ángel Di Maria 6.9
Desta vez o argentino não esteve tão exuberante – e é natural, visto o que fez no Mónaco -, mas voltou a ser decisivo. Não só fez golo de penálti como enquadrou os seus dois remates, completou cinco de sete tentativas de drible (máximos) e registou três bloqueios de passe/cruzamento.
Florentino 6.3
Voltou a estar em todo o lado e voltou a realizar cortes importantes. Com apenas um passe falhado em 33, Florentino acumulou o máximo de desarmes (5).
Otamendi 6.2
Seguro e muito atento, o argentino somou o máximo de acções com bola (87), ganhou três de cinco duelos aéreos e acumulou 11 acções defensivas, com destaque para dois bloqueios de remate.
Aursnes 6.1
O norueguês foi o pêndulo do costume. Tacticamente irrepreensível, Aursnes criou uma ocasião flagrante e realizou quatro acções defensivas no meio-campo contrário.
Pavlidis 5.6
O que salva de certa forma a nota do grego foi o facto de ter enquadrado os três remates que realizou e acumulado nove acções com bola na área contrária. As três ocasiões flagrantes marcam, contudo, a exibição do atacante.
Jogador x.x
xxx