T udo empatado no D. Afonso Henriques, num empolgante 4-4 entre Vitória e Sporting que acabou como começou, com os “leões” a marcar. Tudo parecia correr de feição ao líder do campeonato com um golo de Gyökeres logo aos dois minutos, mas os “leões” viriam a permitir a reviravolta “vimaranense” depois de estarem a ganhar por 1-3. Já nos descontos, Trincão evitou a terceira derrota dos “leões” no campeonato com um golo de levantar o estádio. Um grande jogo de futebol.
“Mais difícil” que o dérbi
O primeiro quarto-de-hora do duelo entre Vitória e Sporting foi electrizante, com os “leões” a abrirem o activo aos dois minutos por intermédio de Gyökeres, a passe de Quenda. A reacção “vimaranense” chegaria logo de seguida através de um livre directo de Tiago Silva exemplarmente convertido aos sete minutos. Apesar da resposta rápida do Vitória, o Sporting continuou a tentar impor o seu ritmo, com Gyökeres a bisar na partida, novamente assistido por Quenda, na sequência de um mau passe de Tiago Silva ainda no seu meio-campo defensivo. A partir do 1-2, o jogo equilibrou, com as equipas a terminarem a primeira parte com a posse de bola dividida (50%), praticamente com o mesmo número de acções (351-347) e com a eficácia leonina a fazer a diferença.
Na segunda parte, o Vitória entrou determinado a responder à desvantagem, criando várias aproximações perigosas à baliza “verde-e-branca”, mas foi novamente Gyökeres a fazer o 1-3, completando o “hat-trick” e, aparentemente, a fechar o resultado. Os “leões” de Rui Borges adormeceram e Daniel Sousa decidiu agitar o jogo com as entradas de Arcanjo e João Mendes, com ambos a serem peças chave na remontada épica dos vimaranenses. Kaio César, João Mendes e Michel deixaram o D. Afonso Henriques em êxtase, virando o resultado para 4-3, no entanto, já nos instantes finais da partida, Francisco Trincão salvou um ponto para o Sporting com um remate em arco cruzado, fixando o empate em 4-4. Num jogo electrizante, ambos os lados terminaram exaustos, mas o espectáculo foi memorável.
[ A pressão vimaranense nota-se nos posicionamentos médios ]
O Jogo em 5 Factos
1. Valeu o preço do bilhete
Novo máximo de golos numa partida na Liga Portugal 2024/2025, o duelo entre Vitória e Sporting trouxe oito tentos. Os mais de 26 mil espectadores que marcaram presença no D. Afonso Henriques tiveram direito a um belo espectáculo, com indefinição e incerteza até ao fim. O Sporting está em quatro dos sete jogos com mais golos esta época na prova.
2. “Leão” pouco rematador…
Os nove remates dos “leões” são um novo mínimo da equipa na Liga (o anterior era de 12 disparos).
3. … mas eficaz!
Em apenas nove remates, os “leões” conseguiram enquadrar cinco, marcando por quatro vezes, demonstrado uma tremenda eficácia de 2,9, na diferença Golos Esperados (xG) e marcados. Um número que é o segundo valor mais alto de “superavit” na prova, sendo o “leão” o dono do “top 3”.
4. Muralha sem Castelo
Os 14 passes/cruzamentos e os cinco remates bloqueados pelos “leões” são ambos novos máximos do Sporting na Liga, demonstrando a pressão intensa que tentou exercer ao portador da bola e a forma competente como fechou os caminhos para a sua baliza…. até chegar o 2-3.
5. Dificuldade em sair
Os vimaranenses igualaram o seu registo máximo de passes de alto risco falhados, com 24, demonstrativo das dificuldades em sair com bola, em especial no primeiro tempo.
MVP GoalPoint: Viktor Gyökeres 
Após fechar 2024 como o melhor marcador a nível mundial com 62 golos, o sueco fez “reset” ao contador para 2025 e reabriu as hostes com um “hat-trick” em três remates, uma eficácia de 2,2 (golos – xG). Recebeu 13 passes progressivos, máximo dos “leões” (menos um que Kaio César, máximo da partida), a maioria pelo corredor central, e “sacou” dois cartões amarelos.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Vitória SC
Arcanjo 6.8
Aposta ganha de Daniel Sousa, pois o extremo cabo-verdiano foi decisivo vindo do banco. Criou três ocasiões flagrantes, máximo da partida, duas delas convertidas em golo pelos colegas, igualando Quenda em número de assistências na partida.
Tiago Silva 6.2
O médio marcou exemplarmente o livre directo do primeiro empate dos vimaranenses, mas entregou pouco depois a frente do marcador novamente ao Sporting com um mau passe no seu meio-campo defensivo. Destacou-se negativamente nesse aspecto, tendo sido o jogador do Vitória com mais passes de alto risco falhados (5), um registo que pode encontrar justificação pela tentativa de estar constantemente em jogo, a oferecer-se como solução para a construção, como se pode verificar pela quantidade de passes progressivos que completou (9) e pelas variações de flanco (4), ambas máximo na partida. Sem bola, foi dos mais inconformados na partida, recuperando a posse cinco vezes no meio-campo do Sporting e completando seis intercepções, ambos os registos também máximos da partida.
Kaio César 6.0
O brasileiro foi mantendo a defesa leonina em sentido ao longo do jogo, tendo sido o jogador que mais passes progressivos recebeu na partida (14) e que mais conduções progressivas realizou (6) . Foi o mais rematador da partida (5), recompensado com o golo que relançou a reacção vitoriana. Apesar de ter sido o jogador que mais duelos travou na partida (16), apenas ganhou cinco.
Destaques do Sporting
Trincão 6.5
Salvou o Sporting nos instantes finais com um golo de belo efeito, no único remate que fez na partida. Completou duas de quatro tentativas de drible.
Quenda 6.5
Assistiu os dois primeiros golos de Gyökeres. Exibição mais discreta que o habitual, mas pautada pela eficácia, pois realizou cinco passes progressivos, dois deles super progressivos e completou uma condução super progressiva. Saiu aos 55 minutos, quando Rui Borges tentava travar o ímpeto inicial do Vitória na segunda parte.
Eduardo Quaresma 4.4
Exibição de extremos do central leonino adaptado a lateral, novamente a destacar-se no capítulo do drible – completou cinco dos seis que tentou, máximo na partida. Quaresma ganhou dez dos 13 duelos que disputou, também máximo da partida e completou seis alívios. Por outro lado, foi o jogador com mais passes de risco falhados (7), erros esses que viriam a originar dois remates adversários.
Israel 3.7
Novo registo negativo na Liga para golos evitados, com o guardião do Uruguai a encaixar mais 2,4 golos do que seria “suposto”. Saiu do D. Afonso Henriques com o pior rating da partida e apenas uma defesa.
