O FC Porto está no play-off da fase a eliminar da Liga Europa. No primeiro jogo sob as ordens do argentino Martín Anselmi, os “dragões” somaram a primeira vitória de 2025. Num jogo em que escassearam os lances de perigo, sobretudo na primeira parte, valeu aos “azuis-e-brancos” um excelente cabeceamento (mais um) de Nico González a abrir o segundo tempo. Depois foi voltar a adormecer e sofrer até ao fim, com os portistas a apanharem dois valentes sustos (uma bola nos ferros e um golo anulado ao Maccabi), mas a segurarem mesmo a vitória e o apuramento.
Primeira parte para dormir, segunda para decidir
Os primeiros 45 minutos da história de Martín Anselmi como treinador do FC Porto trouxeram algumas novidades no “onze”, mas poucos motivos de interesse no que toca a lances de perigo. A primeira parte terminou sem qualquer remate enquadrado de parte a parte, apesar de os “dragões” até terem logrado 14 acções com bola na grande área do Maccabi. A formação portuguesa teve mais posse, tentou pressionar alto (oito acções defensivas no meio-campo ofensivo), mas ocasiões flagrantes nem vê-las (0,07 xG para os israelitas, 0,17 xG para a equipa portuguesa.
A história foi bem diferente no segundo tempo. Namaso falhou por pouco (a passe de João Mário) a primeira ocasião de golo dos “azuis-e-brancos” e, pouco depois, João Mário cruzou na perfeição para um cabeceamento não menos perfeito de Nico González. Mas o Maccabi também despertou, enviou uma bola à trave, fez a bola rondar várias vezes a grande área contrária, chegando mesmo a ter um golo anulado por um fora-de-jogo no limite, inverteu a posse de bola e conquistou vários cantos, mas o Porto (mesmo tendo tido apenas nove acções na área contrária no segundo tempo) resistiu.
[ Porto mais subido no terreno ]
O Jogo em 5 Factos
1. Poucos remates e com má direcção
Na primeira parte foram apenas quatro os remates (três do FC Porto, um do Maccabi) e nenhum na direcção da baliza. O número de disparos melhorou no segundo tempo (o Porto acabou com nove, o Maccabi com três), mas só três dos “dragões” e um dos israelitas foram enquadrados. Quatro remates no alvo, ao todo, o segundo pior registo entre todos os jogos desta fase da Liga Europa.
2. Dragão ainda não tinha pressionado tanto
Dedo de Martín Anselmi? O FC Porto terminou o encontro com 19 acções defensivas no meio-campo contrário. A média dos “azuis-e-brancos” até aqui na prova, nos sete jogos anteriores, era de 8,7.
3. Poucos passes progressivos
Em sentido inverso, nunca nesta Liga Europa o FC Porto tinha efectuado tão poucos passes progressivos num jogo. Foram 19, o seu mínimo na competição era de 31.
4. Único cruzamento preciso fez a diferença
O FC Porto tentou um total de 12 cruzamentos ao longo dos 90 minutos. Onze deles não levaram o destino pretendido, mas o único que levou, efectuado por João Mário, resultou no golo que valeu o triunfo e o apuramento.
5. Israelitas arriscaram no passe e falharam
Do outro lado, o Maccabi tentou várias vezes sair a jogar a partir de trás e acabou por bater o seu recorde de passes de risco falhados na prova (32), tendo perdido por 20 vezes a bola no seu terço defensivo. Efeito da pressão portista?
MVP GoalPoint: Otávio
Com o Porto a ver-se forçado a defender, e muito, depois de se ver em vantagem, o brasileiro destacou-se com uma excelente exibição e umas impressionantes 17 acções defensivas, entre elas oito intercepções, quatro alívios e dois desarmes, e um corte decisivo. Ganhou metade dos 14 duelos que travou, incluindo os dois que disputou pelo ar.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Maccabi
Weslley Patati 5.9
O extremo brasileiro criou a melhor oportunidade de golo do Maccabi, num dos três passes para remate que logrou, e foi o jogador que mais duelos travou na equipa israelita (ganhou, contudo, apenas seis em 17). Apostou no drible, com cinco tentados, sendo bem-sucedido em dois. Foi o único jogador em campo a ultrapassar as duas dezenas de bolas perdidas.
Davida 5.9
Assustou Diogo Costa logo após o golo de Nico González com um remate à trave e ainda fez dois passes para remates de colegas. Foi um dos jogadores que mais vezes recuperou a bola (7).
Destaques do Porto
Nico González 7.0
Foi dele o golo que decidiu o jogo, com uma belíssima cabeçada, mostrando-se fortíssimo pelo ar, e foi o jogador que mais duelos travou no jogo (19) e o que mais ganhou (11). Só falhou cinco passes e ainda teve quatro acções defensivas no meio-campo contrário (mais um máximo do encontro).
João Mário 6.6
Foi dos seus pés que nasceram as duas principais ocasiões de golo do FC Porto. Fez a assistência para o golo com um cruzamento perfeito e ainda deixou Namaso isolado com um belo passe a rasgar. Destacou-se mais a atacar do que a defender, ficando-se pelas duas acções defensivas.
Tiago Djaló 6.4
Apresentou números um pouco abaixo dos de Otávio, seu parceiro no centro da defesa “azul-e-branca”, mas foi ainda assim o jogador com mais desarmes no encontro (três) e, ao seu estilo, ainda se aventurou em três conduções progressivas.
Eustáquio 5.8
Uma das surpresas no “onze” apresentado por Anselmi, esteve praticamente irrepreensível no passe (95% de eficácia em 59 passes tentados), ainda que tenha falhado dois passes de alto risco. A defender, contribuiu com dois desarmes, duas intercepções e quatro alívios. Surgiu num misto de médio e defesa-central, fazendo lembrar um líbero. Inovação de Anselmi.
Francisco Moura 5.5
Foi, de longe, o jogador que mais metros progrediu com bola (193), num total de cinco conduções progressivas. Também foram cinco os cruzamentos que tentou, mas nenhum chegou ao destino pretendido. Falhou quatro passes de alto risco.
Pepê 4.7
O internacional brasileiro teve um jogo pouco conseguido nos 72 minutos que esteve em campo. Apenas 65% de eficácia no passe (oito passes falhados em 23 tentados), ganhou apenas um duelo em cinco, viu-se desarmado por duas vezes e perdeu por 12 vezes a posse de bola.