As transferências de Cristiano Ronaldo para o Manchester United e de Ricardo Quaresma para o FC Barcelona obrigaram Fernando Santos a mudar o sistema táctico. Privado daqueles que partiam à frente para o ocupação das alas, a opção pelo 4x4x2 losango afigurou-se como prioritária.
Nesse sentido, perscrutar o mercado de forma célere era vital e, à época, despontava uma dupla temível no Internacional de Porto Alegre. Daniel Carvalho, médio ofensivo, e Nilmar, avançado, passaram a ser as minhas primeiras opções para o ataque à temporada 2003/04.
As verbas encaixadas pelo Sporting pelas operações de Cristiano Ronaldo e Quaresma, porém, foram cruciais para colmatar um facto inédito no futebol português. Campeão, vencedor da Taça de Portugal (2001/2002) e da Supertaça (2002/03), os verde e brancos tiveram de efectuar uma pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, pois 2002/03 foi o único ano em que o representante luso não garantiu o acesso direto ao pote milionário. Azar dos Távoras, Inter como adversário (0-0, 0-2) e consequente queda para o play-off da Taça UEFA, contra o Partizan (1-3, 3-3 a.p.).
O Internacional de Porto Alegre reclamava cinco milhões de euros por cada uma das suas jóias, Nilmar e Daniel Carvalho, dois terços da venda de Cristiano Ronaldo para Inglaterra. O primeiro acabou por transferir-se para o Lyon (€5,75), o segundo para o CSKA Moscovo (€4). Carvalho viria ser um dos carrascos leoninos na malfadada noite de 18 de Maio de 2005, na final da Taça UEFA. Deste cenário resultaria a vinda de Liedson (3M€). Entre 2003 e 2011, 313 jogos e 172 golos. Rendeu.

Estendal da Memória : Os sucessores perdidos de Quaresma e Ronaldo
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