Bruno Lage atravessou agora uma sequência de jogos onde teve dois empates seguidos e uma vitória. Bolonha e AVS colocaram dificuldades que outrora o Benfica de Schmidt já sentira e que Lage também não conseguiu solucionar. Quando o Benfica encara adversários que recorrem a marcações individuais e a uma pressão que canalize a construção encarnada para as laterais, a equipa entra em colapso e a bola não chega a zonas de criação.
1. Kökçü
O médio turco foi dos que mais subiu de forma com a chegada de Bruno Lage, porém, o nível do seu rendimento tem vindo sempre a cair. Tanto com Bolonha como com o AVS foi extremamente irregular na sua prestação. Contra os italianos passou ao lado do jogo, frente à equipa da Vila das Aves começou bem, mas depois foi desaparecendo. Este é um problema que o Benfica tem de resolver, pois o médio turco é o médio mais criativo, com mais chegada a zonas de finalização e… não tem substituto. Bruno Lage tem ensaiado Rollheiser (com poucos minutos), mas não tem convencido o técnico. Ora, sem opções para rodar, resta extrair o melhor de Kökçü mas não está fácil.
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2. Aktürkoğlu
Outro jogador com uma quebra de rendimento com impacto directo nos golos e vitórias do Benfica é Aktürkoğlu. O extremo chegou e tornou-se nuclear pela sua capacidade de finalização, mas também por ser um desbloqueador. Foi por várias vezes o jogador que abriu o activo nos jogos do Benfica e isso era quase um tranquilizante para a equipa e para as bancadas. Ainda vai marcando, mas menos e isso faz com que as suas lacunas sobressaiam. Sem tantos golos para camuflar os erros, Kerem vai acumulando perdas de bola e más decisões que estancam os ataques do Benfica. Não teve impacto com o Bolonha, assistiu com o AVS e perdeu a luta contra o guarda-redes do Nacional. Claramente a precisar de descanso.
[ Os 5 remates de Aktürkoğlu frente ao Nacional ]
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3. As substituições de Lage
Algo que tem sido muito contestado são as substituições de Bruno Lage. O treinador tem um plantel com bastantes opções, mas tarda em usar todos os recursos que tem à sua disposição. Nota-se claramente que tem um “onze” base que é praticamente intocável e, depois, tem três ou quatro suplentes em quem confia para entrar com regularidade. Este tipo de política encurta bastante o plantel, desde logo porque causa um enorme desgaste nos titulares e retira ritmo competitivo aos jogadores que não são utilizados. Na Vila das Aves, Lage alterou seis jogadores e a equipa deu resposta na primeira parte e, curiosamente, caiu quando o treinador retirou Barreiro e colocou Di Maria. Lage queixou-se que não tem conseguido controlar o jogo com bola e que a equipa perde o esférico demasiado rápido, mas de qualquer forma, não é com Aktürkoglu, Di Maria, Kökçü, Pavlidis e Amdouni em campo que ganha capacidade para reter a bola. Pelo contrário, são todos jogadores que acrescentam risco.
[ Os efeitos das substituições de Bruno Lage ante o AVS ]
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4. Schjelderup e Rollheiser
Estes são dois jogadores que os adeptos do Benfica querem ver mais vezes a ter minutos. Bruno Lage raramente lhes dá minutos e isso é contra-natura se a ideia é tornar os jogadores opção para os jogos seguintes. Tanto um como o outro são apostas do clube, mas parecem contar pouco para o treinador. Schjelderup poderá fazer o papel de Aktürkoğlu mais vezes e mais tempo, já Rollheiser originalmente joga da direita para dentro, tal e qual a posição de Di Maria, só que vem a ser adaptado ao centro do terreno para ser um dos “nº8” do meio campo a três. Poderíamos juntar ainda Prestianni que começou a época como titular e agora parece não contar. Certo é que se tratam de três jogadores com muito talento, mas completamente fora de rotinas e isso só se vai resolver apostando e dando mais oportunidades…. o que tem sido difícil.
[ As entradas de Schjelderup e Rollheiser ante o Nacional ]
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