O Porto conseguiu a sua segunda vitória consecutiva fora de portas na Primeira Liga, em desafio da 24ª jornada e numa deslocação potencialmente perigosa ao terreno de um Arouca que não perdia há oito partidas. Um golo de penálti, por Samu, bem cedo no jogo, foi um bálsamo para um “dragão” que, depois desse momento, desapareceu um pouco da partida, mas que ressurgiu no segundo tempo a controlar o jogo e a dominar os acontecimentos, resolvendo num grande golo de Fábio Vieira. O médio, porém, viu amarelo e vai falhar a visita ao Braga, na próxima ronda.
Porto “mandão” na segunda parte
Jogo animado em Arouca, com o Porto a marcar cedo (13′), por Samu, de grande penalidade, após falta de José Fontán sobre o atacante espanhol. A partir daqui, porém, os arouquenses estabilizaram o seu jogo e equilibraram as operações, construindo alguns lances vistosos e aproximando-se bastante da área de Diogo Costa com algum perigo. Na verdade, foi mesmo o equilíbrio a nota dominante nos primeiros 45 minutos.
O jogo pode não ter melhorado de qualidade na etapa complementar, mas o Porto sim. Mais controlo do jogo, domínio e melhores situações de golo, com os homens da casa a não conseguirem aproximar-se das zonas de finalização como o fizeram na primeira metade. A coroar o ascendente portista, Fábio Vieira marcou um grande golo num pontapé colocado de fora da área, aos 77 minutos, e no ar ficou a ideia de que o jogo estava praticamente decidido. Aos 87 minutos, Brian Mansilla, num “salto de peixe”, ainda reduziu, mas o lance foi invalidado por falta momentos antes.
[ Quase nada separou as equipas nos posicionamentos médios ]
O Jogo em 5 Factos
1. Porto mais acutilante no segundo tempo
Após o intervalo, o Porto surgiu dominador e com mais iniciativa e isso nota-se em vários números. Um deles de acções com bola na área contrária. As duas equipas terminaram a primeira metade com equilíbrio nesta variável (8-9), mas no final os portistas registavam 20, contra somente 12 dos arouquenses.
2. Muitas perdas em zona proibida
Apesar do triunfo, o Porto registou mais perdas de posse no terço defensivo. Foram 15 contra somente seis dos homens da casa (um número bem baixo).
3. Um PPDA para Anselmi analisar
A estatística “da moda” e trazida para a ribalta por Martín Anselmi, os Passes Permitidos por Acção Defensiva (PPDA) não foi, certamente, do agrado do treinador portista. Os “dragões” permitiram 14,9 entregas do Arouca até conseguirem realizar uma acção defensiva, enquanto os anfitriões ficaram-se por 10,1 (ainda assim um número elevado).
4. Porto com facilidade de progressão
Até esta partida, os “azuis-e-brancos” registavam uma média de 1,9 conduções super progressivas por jogo. Neste acumularam seis, máximo da partida, com Gonçalo Borges, que saiu aos 64 minutos, a realizar três.
5. “Dragão” bem nos bloqueios
Os portistas tinham a lição bem estudada para travar passes e cruzamentos de bola corrida, algo que se consegue com bom posicionamento. Os homens da Invicta fizeram 14 bloqueios desses lances, novo registo máximo da equipa.
MVP GoalPoint: Fábio Vieira 
O médio ganhou outra amplitude ao jogar em zonas centrais e acabou por elevar-se a níveis que havia habituado os adeptos no passado. Fábio Vieira marcou um grande golo, num remate de fora da área, pouco antes havia acertado nos ferros e registou duas conduções super progressivas.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Arouca
David Simão 5.9
Num jogo em que o Arouca apenas na primeira parte conseguiu o controlo do meio-campo, David Simão foi o melhor dos homens da casa. Vencedor de cinco de oito duelos, o médio foi o jogador com mais acções com bola (75) e ainda recuperou cinco vezes a posse. Foi driblado três vezes, máximo do encontro.
Chico Lamba 5.8
O central nem começou bem o jogo, mas foi melhorando e terminou com 12 acções defensivas, com destaque para dois bloqueios de remate.
Destaques do Porto
Francisco Moura 6.8
As boas exibições de Francisco Moura vão-se repetindo. O lateral-esquerdo somou dois passes para remate, fez sete passes progressivos (um dos máximos do jogo) e realizou três desarmes.
Samu 6.8
O espanhol regressou aos golos, ainda que de grande penalidade. O jovem sofreu a falta que deu castigo máximo, recebeu oito passes progressivos, mas falhou uma ocasião flagrante.
Alan Varela 6.8
Jogo bem conseguido do médio mais recuado dos “dragões”. Varela somou o máximo de recuperações de posse e assinou quatro intercepções (valor mais elevado). Ao intervalo era o MVP.
Marcano 6.0
Regresso à titularidade muitos meses depois. O central espanhol acertou 92% dos passes que realizou e ganhou os três duelos em que participou.
Diogo Costa 5.8
Destaque para a primeira parte do guardião dos portistas, na melhor fase do Arouca. Diogo Costa fez duas defesas, ambas na primeira metade, e travou qualquer veleidade arouquense.
Gonçalo Borges 5.4
Realce para o jogo de Gonçalo Borges. O extremo não foi particularmente feliz na partida, apesar de, nos 64 minutos que esteve em campo, ter disputado o máximo de duelos (13), ganhando somente seis. tendo estado infeliz no drible, com apenas um completo em sete tentados. Porém, fez sete conduções progressivas (segundo valor mais alto da Liga) e três super progressivas (5º).
