O s “encarnados” perderam a oportunidade de ganhar pontos aos rivais directos (ainda que em relação ao Porto seja à condição), com uma derrota em casa por 1-2 frente ao Braga. Os pupilos de Carvalhal trouxeram a lição bem estudada e conseguiram fechar quase todos os caminhos para a sua baliza. Já os “encarnados”, entre desinspiração, pouco acerto e alguma passividade, não aproveitam. Benfica começa 2025 como acabou 2024, com uma derrota.
Nervosismo trama Benfica
O 1-5-4-1 de Carlos Carvalhal apresentado nesta partida foi capaz de travar o ímpeto ofensivo dos “encarnados”, cujo lance de maior perigo na primeira parte foi um remate de Pavlidis ao poste, logo aos oito minutos, já sem ângulo, após contornar Matheus. Com a lição bem estudada, os “arsenalistas” procuravam atrair para de seguida explorar a passividade das “águias” nas transições. O primeiro golo da partida chega por intermédio do estreante Fran Navarro, a desmarcar-se perante a passividade dos centrais do Benfica a passe de Víctor Gómez. O segundo do Braga chegou por intermédio de Robson Bambu solto de marcação num pontapé de canto.
Fruto da estratégia apresentada pelo Braga, a equipa só realizou uma acção defensiva no meio-campo contrário, por outro lado, o Benfica projectado no meio-campo dos “arsenalistas”, realizou dez acções, sem conseguir transformar as circunstâncias num domínio ou perigo efectivo. Os “encarnados” acabam o primeiro tempo só com um remate enquadrado à baliza de Matheus.
O Benfica voltou nervoso na segunda parte, incapaz de desfazer a muralha minhota. Sempre muito lentos e com pouco critério, os benfiquistas foram remetendo o Braga ao seu primeiro terço, com muitos remates, mas sem darem propriamente trabalho a Matheus. Aos 67 minutos Lage refrescou a equipa com a entrada de três jogadores, colocando mais peças na frente. O golo de Arthur Cabral acaba por surgir não pela estratégia de Lage, mas sim na sequência de uma perda de bola em zona proibitiva. Até ao final o Benfica foi carregando, mas sempre com mais coração do que cabeça, com o Braga quase a fazer o terceiro por intermédio de Roger numa saída rápida.
[ O Benfica esteve instalado no meio-campo do Braga ]
O Jogo em 5 Factos
1. Eficácia “arsenalista”
Com apenas cinco ações na área adversária, o Braga atingiu novo mínimo da equipa na Liga, ainda assim, conseguiu marcar dois golos, nos dois remates enquadrados que realizou, ambos em ocasiões flagrantes.
2. Muito campo para percorrer
Com as linhas baixas, o Braga consentiu muito espaço ao Benfica para sair em condução desde o seu meio-campo. Os “encarnados” igualaram o seu máximo de conduções progressivas na Liga (18) e acumularam um novo máximo em metros em condução (1363).
3. Desacerto “encarnado”
Dos 21 remates dos “encarnados”, apenas cinco saíram enquadrados à baliza de Matheus, no entanto, só dois deles foram no seguimento de ocasiões flagrantes, tantas como o Braga.
4. Bloco baixo
O bloco baixo dos “arsenalistas”, aliado à tentativa de sair em transição, teve como consequência um novo máximo de passes de risco falhados (34) e um novo máximo de perdas de posse no seu terço defensivo (19).
5. Paciência
Novo mínimo de passes progressivos (16) do Braga na Liga, com os “arsenalistas” a optarem por manter a posse de bola de forma menos arriscada.
MVP GoalPoint: Robson Bambu
O central brasileiro foi decisivo para o triunfo dos bracarenses, ao marcar o primeiro golo da carreira num canto onde conseguiu cabecear sozinho para o fundo das redes de Trubin, deixando o resultado em 0-2 já perto do intervalo. Não foi só determinante ofensivamente, mas também defensivamente, tendo começado a partida como central do lado direito, teve de ocupar a posição central, na sequência da saída por lesão de Niakaté aos 31 minutos, passando a assumir a liderança do trio de centrais. Foi o jogador que completou mais alívios na partida (7), com mais remates bloqueados (3) e ganhou três dos quatro duelos aéreos defensivos que disputou. Nenhum jogador completou mais acções defensivas (15) na partida.
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Benfica
Otamendi 6.8
No jogo 200 pelo Benfica, o argentino foi o jogador da partida com mais acções com bola (105), chamando a si a responsabilidade de tentar levar a equipa para a frente. Ganhou 326m em condução (máximo da partida), somando quatro conduções progressivas. Dominou os duelos ganhando 12 dos 14 que disputou (valor mais alto), entre quatro dribles completados em outras tantas tentativas (máximo), e três duelos aéreos ofensivos ganhos em quatro disputados.
Bah 6.6
O lateral Pavlidis na cara do golo numa ocasião flagrante criada. Projectado no flanco direito, foi o jogador que mais acções defensivas completou no meio-campo adversário (5), mas à semelhança do colega do flanco contrário falhou o máximo de passes da partida (15) e não completou nenhum dos quatro cruzamentos que tentou (máximo da partida). Acabou o encontro como o jogador com mais perdas de posse (23).
Kökçü 6.4
O turco começou a partida como membro mais recuado do meio-campo “encarnado”, sem acrescentar muito ao jogo no primeiro tempo, mas no segundo tempo destacou-se pela positiva ao tentar levar a equipa para a frente e a sacrificar-se na luta a meio-campo. Completou dez passes progressivos (máximo da partida a par de Di Maria), não falhou nenhum passe em zona de risco, ganhou nove dos dez duelos que disputou e efectuou quatro conduções progressivas, conduzindo na totalidade 213 metros.
Di Maria 5.2
O argentino esteve muito desinspirado com bola, apesar de no capítulo do passe se ter destacado positivamente, não só pela progressividade do passe (dez, dois super progressivos), mas também pelas ocasiões criadas (3). Com bola apenas completou um dos oito dribles que tentou, contribuindo para apenas dois de 12 duelos ganhos e, à semelhança do colega de flanco, uma elevada perda de posse (21 ocasiões).
Trubin 4.4
A última muralha “encarnada” desta vez levou demasiado a sério o papel de “espectador”, não efectuou qualquer defesa e sofreu dois golos nos únicos dois remates enquadrados do Braga.
Destaques do Braga
Víctor Gómez 6.7
Com Horta em terrenos mais interiores, jogou aberto na direita para fazer todo o corredor, o lateral-direito espanhol fez um bom jogo defensiva e ofensivamente, assistindo Fran Navarro para o golo inaugural do Sporting de Braga numa das duas ocasiões que criou.
Matheus 6.1
Defendeu quatro dos cinco remates enquadrados “encarnados”, um deles numa ocasião flagrante.
Fran Navarro 5.7
O espanhol emprestado pelo Porto foi titular na estreia pelo Braga, aproveitou a passividade da defesa benfiquista para abrir o activo no único remate que realizou. Não se encolheu aos duelos (inclusivamente defensivos), apesar de só ter ganho três em 14 disputados.
Bruma 4.9
O extremo causou muitos problemas à defensiva do Benfica, sendo a principal referência na transição “arsenalista”. Efectuou o máximo de conduções da partida (cinco), três delas super progressivas (também máximo), galgando na totalidade 218 metros. Completou três dos cinco dribles que tentou, mas foi o jogador mais desarmado da partida (4), fruto do papel que teve na estratégia de Carvalhal.