Vitória magra e pálida. O Benfica bateu o Estrela da Amadora por 1-0, golo marcado na primeira parte por Orkun Kökçü, foi superior, dominou e criou alguns lances vistosos, que Bruno Brigido foi anulando com um punhado de grandes defesas, mas a verdade é que a exibição global dos “encarnados” não encantou, por vezes foi cinzenta, apesar de ter tentado aplicar intensidade nas suas acções defensivas.
Pressa inimiga da perfeição
O Benfica pegou cedo no jogo, com muita posse, mas precipitação na tentativa de fazer combinações e trocas de bola rápidas no ataque. Ainda assim, a “águia” marcou relativamente cedo, aos 19 minutos, por Kökçü, lançando a ideia de um jogo tranquilo. Nada mais errado. Fredrik Aursnes saiu lesionado por volta da meia-hora, entrou Tiago Gouveia (um extremo) para o seu lugar e os “encarnados” perderam o controlo do meio-campo. O jogo chegou ao intervalo algo dividido.
No segundo tempo o Benfica manteve o domínio, mas o Estrela esteve sempre muito bem defensivamente, iniciando vários contra-ataques venenosos e deixando os adeptos benfiquistas nervosos. Roger Schmidt lançou ainda Di María, Renato Sanches e Rolllheiser (saiu Tiago Gouveia lesionado), a equipa da casa continuou a pressionar, mas quase sempre com poucos elementos na área, pelo que Pavlidis ia sendo anulado. E assim o resultado não voltou a sofrer alterações.
[ Álvaro Carreras (3) ligou bem com Kökçü (10) e Otamendi (30) ]
O Jogo em 5 Factos
1. Estrela lutador na defesa
O Benfica teve pela frente um Estrela aguerrido e determinado, que chegou às 100 acções defensivas nesta partida, novo máximo da Liga, com mais sete que o anterior registo.
2. … mas menos bem a rematar
No Dragão, o RIo Ave saiu com zero remates. Na Luz, o Estrela rematou, sim, mas nenhum dos seis disparos acertou na baliza de Trubin. É a terceira equipa da prova a terminar um jogo sem enquadrados. Até parece que os amadorenses quiseram imitar os vila-condenses, pois também terminaram com parcas quatro acções com bola na área contrária (mínimo).
3. Dribladores em acção
Este foi o jogo da Liga até ao momento com mais dribles eficazes. Foram nada menos que 26, mais três que o anterior máximo, sendo que o Benfica completou 15 e o Rio Ave 11.
4. Muito Benfica na área contrária
Um dos sintomas do quase “sentido único deste jogo” foi o facto de os “encarnados” terem somado 43 acções com bola na área contrária, mais 39 que as tais quatro do Estrela.
5. Águia pressionante
A diferença no número final de acções defensivas no meio-campo contrário é também o espelho deste encontro. O Benfica terminou com 22, contra as apenas sete do Estrela.
MVP GoalPoint: Bruno Brigido
Esta foi uma noite de guarda-redes. Após Jhonatan brilhar no Dragão com o recorde de defesas nesta Liga (10), Bruno Brigido chegou a ameaçar bater esse número, chegando às oito, com que terminou este desafio, ainda antes dos 70 minutos. O brasileiro foi o MVP, tendo sete dessas defesas ocorrido a remates na sua grande áreas (máximo da prova), e terminou com 0,6 golos evitados (defesas – xSaves).
Outros Ratings 🔺🔻
Destaques do Benfica
Alexander Bah 8.2
Enorme jogo do lateral dinamarquês, muito integrado nos momentos ofensivos e implacável nos defensivos. Bah foi o jogador com mais acções com bola (103), somou seis acções na área contrária, completou três de seis tentativas de drible e fixou dois máximos desta Liga: 11 dribles e dez acções defensivas no meio-campo contrário. Pecou nas perdas de posse, com 25 (máximo), e nos duelos perdidos (13), mas ganhou… 18.
Kökçü 7.1
O turco jogou solto no meio-campo e correspondeu. Não só marcou o único golo do jogo, como deu critério no passe e nas decisões. Enquadrou dois de três remates, fez dois passes para finalização, recebeu 12 passes progressivos (máximo), atingiu as 92 acções com bola, seis na área contrária, e completou duas de três tentativas de drible.
Otamendi 6.7
O argentino regressou à titularidade e mostrou logo serviço. Ao todo somou oito acções defensivas, com destaque para cinco intercepções (máximo) e dois bloqueios de remate. Salvou o Benfica com dois cortes decisivos.
Tiago Gouveia 6.7
Destaque ante o Casa Pia, Gouveia entrou (31′) devido à lesão de Aursnes e estava a jogar bem, até sair ele próprio lesionado (86′). O extremo enquadrou dois de três remates, criou uma ocasião flagrante e assinou o valor mais alto de acções na área contrária (9), mas falhou ele próprio uma ocasião flagrante.
Leandro Barreiro 6.6
O médio luxemburguês luta muito. Leandro fez dois passes para finalização, completou as duas tentativas de drible e recuperou quatro vezes a posse de bola.
Pavlidis 6.5
Desta feita o grego não marcou, mas trabalha incansavelmente na frente de ataque e liga bem com os colegas de equipa. Enquadrou os seus dois remates, fez a assistência para o golo de Kökçü e recebeu 11 passes progressivos. Falhou uma ocasião flagrante.
Tomás Araújo 6.1
A jogar assim é difícil perder o lugar para António Silva. Tomás esteve muito atento, ganhou três de quatro duelos aéreos, fixou o máximo de recuperações de posse (10) e ainda fez dois remates, ambos enquadrados.
Prestianni 5.1
O argentino empolga as bancadas, é veloz, dribla e agita com o jogo, mas as suas “notas” continuam baixas. Porquê? Apesar de voluntarioso, ainda não define bem, tendo, por exemplo, feito quatro remates, nenhum enquadrado. Somou dois passes para finalização, sim, mas das sete tentativas de drible, apenas duas foram eficazes e ainda foi desarmado três vezes.
Destaques do Estrela
Miguel Lopes 6.8
O veterano defesa fez um grande jogo. Além de ter ganho três de quatro duelos aéreos defensivos, acumulou 19 acções defensivas (máximo do jogo), com destaque para 12 alívios e quatro desarmes.
Ferro 6.0
De regresso ao Estádio da Luz, o central esteve muito atento, terminando com 14 acções defensivas, com realce para sete alívios e três bloqueios de passe/cruzamento.