Benfica 🆚 Farense | Velho e Falcão agudizam crise da águia

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STOP ao campeão. O Farense travou o Benfica na visita  ao Estádio da Luz nesta 13.ª jornada do campeonato. Ao contrário do que referiu Roger Schmidt, as “águias” não estão bem e atravessam uma crise de confiança, consistência e exibicional. Não obstante terem sido amplamente mais perigosos do que o opositor, desperdiçaram inúmeras ocasiões de golo e viram os “leões” de Faro abrir a contagem por intermédio de Cláudio Falcão no início da segunda parte. O “perdulário” Rafa ainda restabeleceu a igualdade, mas não impediu o segundo empate consecutivo na prova, que poderá deixar o Sporting distanciar-se ainda mais na liderança e deixar fugir a vice-liderança para o FC Porto, que nesta jornada vai defrontar o Casa Pia. O Braga, adversário na próxima ronda, está a apenas um ponto. Por sua vez, a equipa de José Mota, que teve em Ricardo Velho – teve nota máxima – um muro na baliza, somou o terceiro jogo seguido fora de casa sem perder e ocupa o sétimo posto com 17 pontos.

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“Encarnados” inoperantes na finalização

Um hino à ineficácia. Foram uns primeiros 48 minutos de amplo domínio do Benfica, que se apresentou a um bom nível, contrastando com o que tem realizado até ao momento nesta temporada. Os comandados de Roger Schmidt entraram com o turbo ligado, asfixiaram o Farense e construíram inúmeras ocasiões claras de golo, mas voltaram a pecar no momento da finalização, com Rafa a emergir neste aspecto. O avançado luso desperdiçou três ocasiões flagrantes em seis tentativas, os campeões nacionais acabaram a primeira parte com 17 remates – Golos Esperados (xG) de 2,0.

Paulatinamente, o emblema de Faro, equipa de processos simples e contundentes, foi ganhando asas em termos ofensivos, e Mattheus Oliveira (16′ e 19′) e Marco Matias (39’) criaram muito perigo. Ricardo Velho era, com um GoalPoint Rating de 8.4, o melhor neste período, fruto de oito defesas, Ao todo, evitou 2,2 golos (defesas – xSaves). 

O Benfica continuou ineficaz, com Rafa à cabeça, e o Farense foi felino e marcou na sequência de um canto cobrado por Mattheus Oliveira, a bola desviou em Otamendi, Cláudio Falcão antecipou-se a António Silva e finalizou a preceito para inaugurar o marcador.

Os “encarnados” tentaram reagir, os visitantes respondiam sempre que tinham espaço para contra-atacar e, aos 64 minutos, o estádio da Luz irrompeu em assobios quando Roger Schmidt tirou de cena Casper Tengstedt e João Neves e promoveu as entradas de Musa e Gonçalo Guedes, com João Mário a passar a actuar na zona central do meio-campo – a saída de Neves esteve na génese desta insatisfação. Precisamente 20 minutos após ter sofrido, Rafa finalmente encontrou o caminho das redes e empatou, a seguir Ricardo Velho voltou a aparecer com uma série de intervenções que mantiveram o nulo e agudizaram a crise de resultados dos benfiquistas.

[ Muito mais Benfica no momento atacante ]

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MVP GoalPoint: Ricardo Velho 👑

É caso para escrevermos “mamma mia”, Velho. Exibição de sonho do guarda-redes dos algarvios que foi brilhante na Luz com intervenções para todos os gostos e feitios. Culminou o encontro com 13 defesas, novo máximo desta Liga, nove a remates na sua grande área e sete a disparos a menos de oito metros de distância. No computo geral negou 2,7 golos (defesas – xSaves). Por tudo isto, deveras assinalável, o guardião foi o MVP com um extraordinário GoalPoint Rating de 10.0. Nota máxima!

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Benfica

Di María 9.7

Realizou a partida mais completa desde que regressou. Assumiu o jogo e foi a partir do corredor direito e que ele e Aursnes gizaram as situações mais claras da equipa. Ao todo, o argentino construiu seis remates (dois enquadrados), 1,2 assistências esperadas (xA), nove passes para finalização (novo máximo da Liga), 21 cruzamentos (cinco eficazes), 17 passes progressivos, 109 acções com a bola, recebeu dez passes progressivos, orquestrou dez conduções progressivas, 11 acções na área contrária, acertou quatro dos nove dribles tentados, acumulou 46 perdas de bola e seis recuperações da posse.

Fredrik Aursnes 8.8

Qual ala direito, o dinamarquês foi uma locomotiva pelo flanco e esteve em bom plano com uma assistência, três ocasiões flagrantes criadas, cinco passes para remate, dez passes progressivos, seis acções com bola na área algarvia, nove recuperações de posse, oito perdas e sete passes progressivos recebidos.

Otamendi 8.5

O capitão tentou dar o exemplo com dois remates, um embateu nos ferros, quatro passes para finalização, cinco passes de risco falhados, seis acções com a bola na área adversária, 12 recuperações de posse, 15 acções defensivas e 11 perdas.

Morato 7.3

Nunca irá dar a profundidade que Grimaldo dava ao flanco esquerdo, mas realizou a exibição mais assertiva nesta posição e alcançou dois remates, cinco cruzamentos (dois eficazes), dois passes de risco, ganhou dez duelos, perdeu sete, venceu três dos cinco duelos aéreos defensivos em que participou, somou oito recuperações de posse e dez acções defensivas.

Rafa 7.2

Voltou a marcar no campeonato, algo que não fazia desde a terceira jornada, mas foi muito perdulário e essa ineficácia é uma espécie de cruz que vai carregando na carreira. Esta sexta-feira realizou 12 remates, sete enquadrados e desperdiçou quatro ocasiões flagrantes – golos esperados (xG) de 2,49. Ainda protagonizou 19 acções com a bola na área contrária e 18 perdas de bola.

João Mário 6.7

Responsável por dois remates, três passes para finalização, três cruzamentos, 88 acções com a bola, ganhou nove duelos, perdeu seis e chegou às 13 perdas de bola.

João Neves 5.8

Não estava a ser brilhante, mas exibiu-se de forma regular até ter sido substituído aos 64 minutos, para contestação do “tribunal” da Luz. Até esse período, fez um remate, dois centros, venceu nove duelos, perdeu sete, orientou três conduções progressivas, sete recuperações de posse e 11 perdas.

Gonçalo Guedes 5.7

Imprimiu outra velocidade e objectividade ao ataque, destacando-se com dois remates, quatro acções com a bola na área contrária e três faltas sofridas. Justifica mais minutos de qualidade em campo.

Orkun Kökçü 5.6

De volta ao “onze”, quase marcou um golaço aos 54 minutos, tendo ainda acumulado 13 passes falhados (quatro de risco), seis recuperações de posse e 17 perdas.

Casper Tengstedt 5.6

Novamente titular, saiu aos 64 minutos com quatro remates (zero no alvo), uma ocasião flagrante desperdiçada e oito acções com a bola na área do opositor.

Destaques do Farense

Cláudio Falcão 6.9

Bom jogo do experiente médio brasileiro. Além do golo apontado (na única tentativa), destacou-se com 12 acções defensivas, entre as quais cinco intercepções.

Bruno Duarte 6.4

Foi o primeiro a defender e no ataque fez dois remates, três passes para remate, ganhou dez duelos e perdeu 15.

Gonçalo Silva 6.2

Muito seguro, foi autor de 20 acções defensivas (máximo na partida), entre os quais 13 alívios.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.