Vitória SC 🆚 Sporting | Leão falha assalto ao Castelo

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DE loucos! Foi assim o palpitante jogo entre Vitória Sport Clube e Sporting desta 13.ª jornada do campeonato. Num dos melhores encontros da competição, que decorreu num ritmo altíssimo, teve alternâncias no marcador, lances de elevado recorte técnico e cinco golos. Inácio abriu a contagem, Tiago Silva empatou, André Silva carimbou a “remontada” com a ajuda involuntária de Morita, Nuno Santos assinou o 2-2 e Dani Silva fechou as contas. Os minhotos travaram o assalto leonino ao Castelo e voltaram a vencer os “leões”, algo que não ocorria há 18 partidas consecutivas. Os vitorianos conseguiram somar o oitavo triunfo na Liga e impediram que o conjunto de Rúben Amorim se distanciasse do rival Benfica, podendo ir para o “clássico” da próxima jornada diante do FC Porto com os mesmos 31 pontos.

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Jogo impróprio para cardíacos no Minho

Face à ausência do capitão Coates (a cumprir castigo), Rúben Amorim mexeu na linha defensiva, com Esgaio a actuar pela direita, Gonçalo Inácio foi o líbero, Diomande surgiu na esquerda, Catamo foi o ala direito e Matheus Reis surgiu no corredor contrário. Do lado vimaranense, Tiago Silva entrou para a vaga de Dani Silva.

Os primeiros minutos foram vibrantes, com um ligeiro ascendente minhoto e dois lances de muito perigo em cada uma das áreas. Primeiro Jota não conseguiu bater Adán e, na resposta, Bruno Varela voou e fez uma grande defesa detendo um remate de Pedro Gonçalves. O frenesim acabou e o jogo só voltou a aquecer na recta final.

Num lance de insistência, Morita ofereceu o 0-1 a Gonçalo Inácio e, já no período de descontos, na sequência de uma grande penalidade cometida por Adán sobre Ricardo Mangas, Tiago Silva restabeleceu a igualdade e deixou tudo por decidir na etapa final… Nesta fase, Inácio destacou-se com um GoalPoint Rating de 7.3 , fruto de um golo, o primeiro na prova, oito passes progressivos, cinco recuperações de posse e cinco acções defensivas, entre os quais dois cortes decisivos.

No reatamento, Nuno Santos entrou para o lugar de Esgaio, Matheus Reis passou para o eixo defensivo ao lado de Diomande e de Inácio. A turma leonina assumiu as rédeas, subiu o bloco e, graças a uma pressão bem urdida, foi se acercando da área adversária criando muitos lances de perigo. Por sua vez, a equipa de Álvaro Pacheco defendia com afinco e organização e tentava explorar o contra-ataque sempre que conseguiu desvencilhar-se da pressão contrária.

Foi assim que, aos 71 minutos, após uma grande defesa de Varela impedindo o golo a Trincão, numa transição mortífera, apontou o segundo golo, com André Silva a contar com um desvio de Morita. Parada, resposta e Nuno Santos colocou mais fogo no duelo, mas ainda havia mais. Na primeira vez que tocou na bola, Dani Silva tabelou com Mangas e, de ângulo apertado, “fuzilou” para o 3-2.

Adán agigantou-se perante Adrián Butzke e, nos descontos, Pedro Gonçalves esteve perto de voltar a mexer com o “placard” num jogo impróprio para cardíacos.

[ A bola circulou bastante entre os centrais leoninos ]

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MVP GoalPoint: Gonçalo Inácio 👑

Sem Coates, Gonçalo Inácio assumiu a liderança da defesa e destacou-se em diversos parâmetros. No ataque foi o autor do primeiro golo deste encontro, tendo ainda contabilizado uma eficácia de 89% no capítulo do passe – 14 falhados em 131 feitos, entre os quais cinco de risco. Somou 13 passes progressivos, 150 acções com a bola – recorde na prova até ao momento -, ganhou oito duelos, perdeu cinco, chegou aos 301 metros em progressão com a bola, recuperou a posse por nove vezes, perdeu-a por 15 e atingiu as dez acções defensivas. Números que lhe conferem o título de MVP com um GoalPoint Rating de 7.9.

Outros Ratings 🔺🔻

Destaques do Vitória

Tomás Händel 7.7

Jogatana do médio de 23 anos. Muito criterioso, não falhou nenhum passe nos 34 que fez, entre os quais seis longos, seis progressivos e dois super progressivos, venceu oito duelos, não perdeu nenhum e chegou às 12 recuperações de posse.

André Silva 6.5

Poço de trabalho e de qualidade, o avançado foi quase sempre uma flecha apontada às redes leoninas. Saiu de cena com um golo (na única tentativa que fez), 33 acções com a bola, cinco duelos ganhos, três perdidos e quatro acções defensivas.

Toni Borevković 6.4

Travou um duelo muito interessante com Gyökeres. Alcançou as 14 acções defensivas, entre elas oito alívios.

Dani Silva 6.4

Lançado aos 79 minutos, precisou de apenas alguns segundos em campo para fazer a diferença com um grande golo, culminando uma excelente iniciativa. Além do tento, fez sete acções com a bola e duas acções defensivas.

Destaques do Sporting

Pedro Gonçalves 6.6

Boa exibição do polivalente, que iniciou o jogo no ataque e. com a saída de Hjulmand, recuou para a zona central. Em qualquer zona, esteve sempre em foco com dois remates, uma assistência, dez passes progressivos recebidos, sete acções com a bola na área contrária, três recuperações de posse e 21 perdas do esférico.

Morten Hjulmand 6.5

Causou alguma estranheza a saída do médio dinamarquês aos 62 minutos, quando estava a ser um dos melhores em campo com apenas três passes falhados em 40 tentados (93%), seis duelos vencidos, três perdidos, três recuperações de posse, quatro perdas e seis acções defensivas.

Geny Catamo 6.3

Deu muita projecção ao flanco direito com dois remates, dois centros, seis conduções progressivas, seis recuperações de posse e nove perdas.

Nuno Santos 6.2

Muito acutilante, protagonizou dois remates, um golo e ainda recebeu cinco passes progressivos.

Diomande 6.0

Eficaz nos passes com 95% certos – quatro falhados em 83 realizados -, atingiu as 95 acções com a bola, registou seis recuperações de posse e seis acções defensivas.

Matheus Reis 5.3

Autor de dois passes de ruptura, seis passes progressivos, ganhou três duelos, perdeu seis, tendo ainda acumulado seis recuperações de posse e 14 perdas.

Ricardo Esgaio 5.3

Foi o central pelo lado direito e sentiu algumas dificuldades perante a velocidade de Jota. Saiu ao intervalo com um passe de ruptura, sete passes falhados em 33, entre os quais dois de risco, três recuperações de posse e oito perdas. 

Paulinho 5.3

Tentou dar outro volume ofensivo aos “leões”, registando um passe para remate, 11 acções com a bola, venceu dois duelos e perdeu dois.

Adán 5.2

Esteve em foco, nem sempre pelas melhores razões, cometeu a falta que redundou no 1-1, realizou três defesas e voltou a somar golos evitados negativos com -0,2 (defesas -xSaves).

Viktor Gyökeres 4.8

Não foi a noite do sueco, que travou um duelo particular com os três centrais do Vitória. Assinou apenas um remate, falhou seis passes em dez tentados, recebeu 15 passes progressivos, sete acções com a bola na área contrária, ganhou oito duelos, perdeu sete e sofreu dois desarmes.

Marcus Edwards 4.7

Não foi feliz o regresso do inglês ao castelo. Não registou nenhum remate, falhou cinco dos 15 passes tentados, não ganhou nenhum duelo, perdeu seis e não arriscou nenhum drible nos 62 minutos em que actuou.

Leonel Gomes
Leonel Gomes
Amante das letras, já escreveu nos jornais A Bola, Público e o O Jogo, dedicando-se também ao Social Media Management desde 2014. Tornou-se GoalPointer na "janela de mercado" do verão de 2019.